A segunda edição do Festival das Bandas, evento que transformou o espaço Prova d’Arte, no Miramar, largo Alioune Blondin Beye, na rota dos amantes da música e cultura angolana e local de união entre artistas nacionais, encerrou, domingo, em Luanda.
Conjunto Dizu Dietu, Banda Maravilha, Os Kiezos, Banda Movimento, Jovens do Prenda, Banda Evolution, Semba Muxima e Banda FM foram as formações que participaram nesta iniciativa, que teve a produção da Prova d’Arte, da Brasom, AF Entretenimento, Vriluz, Onbourd e Marito Furtado.
A convivência harmoniosa entre os artistas foi mais uma vez das notas altas do evento e isso ficou patente na partilha em palco no fecho do primeiro dia, com a simbiose de instrumentistas e cantores presentes para cantarem com Os Kiezos.
A participação do União Kiela trouxe outra componente no festival e ao longo dos dois dias fez coreografias e levou o espírito do Carnaval à festa.
O porta-voz da organização considerou positivo o evento e fez um apelo para uma maior intervenção dos potenciais patrocinadores. "Não tem sido fácil produzir este evento e é sempre importante agradecer a todos aqueles que tornaram isso possível, em especial os grupos que abraçaram o festival”, disse em reconhecimento Marito Furtado.
A terceira edição estava prevista para os próximos quatro meses, mas pode sofrer alteração. Como os pedidos têm sido muitos, os amantes da boa música angolana pretendem um intervalo de apenas dois meses. "Vamos analisar isso junto dos nossos parceiros”, revelou Herberto Xakimona, do Prova d’Arte.
Ilídio Brás anunciou que estão a ser pesquisados outros espaços em Luanda. "Existem também pedidos para levarmos a Festa das Bandas a outros pontos da província”, disse.
Dois promotores e entusiastas da música angolana, Domingos de Brito, do Lobito, e Zeca do Bigode, de Moçâmedes, Namibe, têm a intenção de levar a Festa das Bandas para estas cidades.
Figuras de diferentes estratos sociais, gerações e estrangeiros estiveram presentes nos dois dias da Festa das Bandas, uma forma de convívio salutar que também pode ajudar a promover o turismo no país.
A poluição sonora, uma preocupação das autoridades, foi respeitada, a organização tudo fez para não incomodar a vizinhança.
Semba Muxima e a preocupação de mostrar
a génese da música
A escolha in-extremis do grupo Semba Muxima, em substituição do Nguami Maka, ausente do país, preservou a vontade da organização em abrir o festival com a forma embrionária da música nacional no formato turma.
O grupo, com hungu, ngoma, dikindu e outros instrumentos tradicionais, foi o primeiro a animar e a fazer dançar a plateia. A emoção dos integrantes do Semba Muxima, assim como a entrega em palco foi bem visível e mereceram os aplausos da plateia.
A Banda FM foi a segunda aposta e representaram com responsabilidade a nova geração de artistas. A versão instrumental de "Meninas de Hoje”, de Massano Júnior, solada por Dumilde, e as interpretações de Alexandra Bento agradaram a plateia.
A presença da Banda Movimento, com um reportório que introduziu clássicos nacionais e temas de sucesso dos seus discos, provocou os passistas, que se fizeram ao salão com uma grande vontade de mostrar como se dança o semba e outros estilos musicais.
O fecho do primeiro dia foi com o Conjunto Os Kiezos, que apresentou os principais sucessos nas vozes de Zé Manico e Rialtino.
Ontem, a Orquestra Jovens do Prenda voltou a fechar o Festival das Bandas, percorrendo com grande mestria os clássicos nacionais. A Banda Maravilha, Conjunto Dizu Dietu e Banda Evolution complementaram o elenco do dia.
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