Política

Sectores da Indústria e do Comércio elevam produção na Zona Económica

Vânia Inácio

Jornalista

Adriano Celso Borja, disse, terça-feira, que a trajectória de crescimento registou, no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 116 por cento, em comparação com o período homólogo de 2022.

03/05/2023  Última atualização 08H33
O administrador executivo da Zona Económica Especial (ZEE) © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro

Este resultado, continuou, teve um alcance da cifra de quatro milhões, contra os dois milhões de dólares arrecadados no ano passado. De acordo com o administrador, existe, actualmente, um total de 157 empresas instaladas na ZEE, 81 estão operacionais, resultando em 7.500 empregos directos.

Adriano Borja enfatizou o quadro de crescimento durante a 9ª edição do Café CIPRA – Diálogo Sem Mediação, que decorreu sob o lema "O relançamento da indústria e o fomento da empregabilidade". Referiu, ainda, que a ZEE, "como parte do ecossistema", tem estado a seguir a trajectória natural para tornar dinâmico o sector da Indústria e projecta, para o próximo trimestre, uma carteira de negócios avaliada em 60 milhões de euros, que poderão propiciar a criação de dez mil postos de emprego até ao final deste ano. Dados indicam que, actualmente, a indústria ligeira representa 62 por cento da produção global, seguida do sector do Comércio, 28 por cento, reiterando a tendência de mudança de atitude dos investidores nacionais.

A ZEE comporta duas reservas de sete mil hectares, onde apenas 12 por cento do total está infra-estruturado, com energia e água, e o desafio consiste, segundo Adriano Borja, no apetrecho da outra parte (88%) que não está infra-estruturada, para despertar o interesse de novos investidores.

 

Ambiente de negócios

O mercado nacional tem um ambiente de negócios favorável, que fez crescer a apetência dos investidores no sector da Indústria, nos últimos seis anos, informou o presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Lello Francisco.

Lello Francisco fez saber que, fruto das estratégias do Governo de promoção de investimento no sector industrial, a AIPEX registou um aumento progressivo de migração de investidores que, inicialmente, estavam voltados ao Comércio, para o sector da Indústria.

"Tendo em conta a elevação do risco em investimento do sector industrial, isso quer dizer que o nível de confiança no mercado, por parte dos investidores, tem crescido consideravelmente", apontou.

Na ocasião, Lello Francisco anunciou que, desde 2018, a AIPEX registou cerca de 518 projectos de investimentos, avaliados em 11 mil milhões de dólares, dos quais 269 já foram implementados.

Para sinalizar as mudanças de tendência do empresariado no sector industrial, informou que a maior parte dos investimentos captados está voltada à Indústria de Processamento Alimentar e já contratou 55 mil empregos directos, que resultaram em cerca de 11 mil postos de trabalho verificados.

A expectativa da AIPEX é que o segmento de indústria do país, que tem grandes possibilidade de crescimento, olhe para os mercados fronteiriços.

De acordo com o gestor, constam dos objectivos actuais da agência estimular a produção industrial, olhando para a exportação que é um elemento importante para a diversificação da economia nacional.

"De acordo com a pauta aduaneira, além de produtos como petróleo e diamante, o país já exporta produtos industriais para os países vizinhos, como a República Democrática do Congo, que passam pelo Congo Brazzaville e chegam até à Gâmbia”, informou.

 

Factores de atracção

Na mesma sessão, o PCA da AIPEX ressaltou que, de acordo com os dados disponíveis, Angola oferece um aporte de incentivos fiscais de investimentos mais atractivos entre os países da África Austral.

Porém, de acordo com as experiências, o peso dos incentivos fiscais na política de captação de investimentos não é determinante.

No entender de Lello Francisco, existem outros factores fundamentais que concorrem quando o empresário precisa de tomar uma decisão do local a investir para a minimização de riscos.

Citou, na ocasião, o exemplo das isenções fiscais implementadas em 2023, para investimentos em províncias como Moxico, Cunene e Cuando Cubango, e, mesmo assim, áreas como Luanda, Benguela e Huíla continuaram a registar maior concentração de investidores, representando 80 por cento do total captado. Administrador executivo fala das vantagens de crescimento na ZEE

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