Economia

Sector portuário afina mecanismos para tornar as ofertas mais competitivas

O presidente da Mesa da Assembleia da Associação dos Portos de Angola (APANG), Manuel Nazareth Neto, disse, recentemente, na cidade do Lobito, província de Benguela, durante a 4ª Mesa-Redonda da APANG, que os portos devem ter a capacidade de se reinventar por formas a lograr e cumprir a sua missão, com mais êxito que outras organizações competidoras.

03/02/2023  Última atualização 07H05
© Fotografia por: DR

Acrescentou que, nos últimos cinco  anos, o Executivo implementou uma série de medidas estruturantes e relevantes que permitiram a expansão e a modernização do sector portuário, com destaque para concessão do Caminho-de-Ferro de Benguela no âmbito do Corredor do Lobito e o lançamento das plataformas logísticas do Luvo e do Soyo.

Segundo o responsável, as infra-estruturas de transporte têm merecido, uma especial atenção do Executivo, que lhes tem destinado investimentos nos vários domínios do sector para torná-lo mais competitivo.

"Por exemplo, se quisermos voltar a ter o papel que desempenhámos em tempos áureos ao nível do sector ferro-portuário, é necessário que se reflicta e se tomem decisões no sentido de promover a competitividade nos nossos corredores que são linhas de desenvolvimento”, disse.

Manuel Nazareth Neto acrescentou que os portos nacionais constituem um pilar fundamental para o desenvolvimento de Angola, por isso, a aposta passa por plataformas competitivas, descarbonização e a digitalização são os caminhos apontados para potenciar os transportes marítimos, daí resulta a maximização do emprego no sector.

 "A aposta na simplificação dos procedimentos administrativos vai oferecer serviços aos clientes de óptima qualidade”, disse.

É neste contexto que deve ser criado com urgência o processo evolutivo da Janela Única Portuária para Janela Única de Logística a fim de abranger outros modos de transportes tais  como ferroviário e rodoviário  com vista a aumentar a eficiência   e a eficácia das operações de toda a cadeia logística, defendeu.

De acordo com Manuel Nazareth Neto, no caso particular da economia nacional, em virtude da sua localização privilegiada a nível da região, o nosso país sempre se posicionou como um elemento relevante na prestação de serviços de logística e transportes através dos seus corredores aos países sem costa marítima.

Quanto ao impacto e importância para a economia nacional, referiu que as infra-estruturas de transporte têm merecido uma especial atenção do Executivo, que tem feito avultados investimentos com o objectivo de dotar o país, e a economia em especial, de mais competitividade.

Se quisermos voltar a ter o papel que tivemos a nível do transporte ferro-portuário, é necessário que se reflicta se tome decisões no sentido de promover a competitividade dos nossos corredores ", acrescentou.

Segundo perspectiva, o Governo angolano deve continuar, em nosso entender a dar uma importância vital às questões que caracterizam o desenvolvimento dos portos criando expectativas  que aliciam os operadores privados e públicos com capacidade de participarem da actividade marítima portuária, evitando que o  estado tem que suportar custos diretos com investimentos avultados que ocorrem nos portos.

 Acrescentou que, para o efeito, é necessário que o papel regulador da autoridade portuária seja eficiente e eficaz tanto no sentido legal como económico.

De acordo com o responsável, num sector em que as palavras-chave são a eficiência, celeridade, conectividade e, cada vez mais, simplificação de procedimentos, compete aos portos oferecer soluções integradas aos seus clientes potenciando a fiabilidade do serviço prestado, uma vez que os portos enquanto "clusters” de transporte, energéticos, industriais e da economia azul, acrescentam valor, de forma determinante, à economia e à sociedade em geral, estando ao serviço das cidades onde se encontram.

Realçou a necessidade de se observar com urgência o processo evolutivo da Janela única Portuária (JUP) para a Janela única Logística, a fim de abranger outros modos de transporte (ferrovia e rodovia) com vista a aumentar a eficiência e eficácia das operações de toda a cadeia Logística.

Mais competitividade

Na ocasião, os participantes concluíram, entre outros, que a qualidade das infra-estruturas relacionadas com o transporte e comércio, bem como a qualidade dos serviços são indicadores do índice global do desempenho logístico.

Dada a relevância crescente na gestão das plataformas logísticas, portos e mercadorias, os gestores recomendaram que os portos, para se afirmarem competitivos, como elevadores da economia nacional e amigos do ambiente, apostem na sua aplicação intensiva e extensiva.

Os gestores dos Portos da APANG concluíram também que a existência de um eixo portuário em Angola passa pela diversificação e competitividade económica, e dada a extensão da sua costa marítima, requer um aumento da competitividade dos portos, pois não há eixo em Angola sem economia e portos competitivos e nem há portos competitivos sem PNLP.

A 5ª Mesa-Redonda de 2023 será realizada, no primeiro trimestre, na cidade petrolífera do Soyo, Província do Zaire, e terá como tema " Cabotagem Norte/Sul.

Portos com ligação eficaz

O presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rodrigues de Lemos Rosas, realçou que os portos precisam de ter uma ligação eficaz aos credores e plataformas logísticas para que se possam desenvolver, conseguindo dar respostas aos vários desafios hodiernos que se impõem.

"As plataformas logísticas não são, nem podem pretender ser, pontos obrigatórios de trânsito de mercadorias, uma vez que elas têm de constituir elos de valor nas diferentes cadeias logísticas. Não podem ser barreiras”, disse o PCA,

Celso Rosas afirmou ainda que o Estado, através da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA), será regulador e fiscalizador, impondo uma lógica de eficiência e eficácia no comércio interno e externo.

Celso Rosas afirmou que, se aspiramos ter o papel que tivemos em tempos idos a nível do transporte ferro-portuário no corredor do Lobito em particular, atingidos volumes de transporte de mercadorias significativas, principalmente no que concerne à carga em trânsito, é necessário que se reflicta e se tome decisões no sentido de promover a competitividade do nosso corredor.

O PCA defendeu, ser necessário não pensar apenas nos corredores de forma isolada, mas, na ligação destes às áreas de produção e consumo, potenciando os portos, que são entre outros aspectos, o nó onde se garante a ligação entre o transporte marítimo, o ferroviário, rodoviário e aéreo.


Lobito aproveita potencial

O administrador do Lobito, Evaristo Calope, disse na ocasião que o corredor é de extrema importância quando muito se estiver dotado de todas as ferramentas essenciais para o seu desenvolvimento, acrescentou que, a prova mais evidente que possui sobre o assunto é o Acordo Tripartido assinado, recentemente, na "cidade ferro-portuária” do Lobito por responsáveis de Angola, Zâmbia e RDC.

Segundo o administrador, o Acordo é um documento jurídico muito importante que criou a Agência de Facilitação de Transporte de Trânsito do Corredor do Lobito.

"É um desafio à  vista para o Porto do Lobito e para o CFB que devem estar cada vez mais robustos para fazerem face à competitividade com mestria, de formas a gerar progressos para as localidades existentes ao longo do traçado ferroviário”, salientou.

O Estado angolano investiu 3,2 mil milhões de dólares dos quais cerca 1,9 mil milhões de dólares foram aplicados no incremento das infra-estruturas e expansão do Porto do Lobito, 1,2 mil milhões para a construção de terminais e o remanescente na construção de centros logísticos, para "criar mais capacidade” para o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).


Sampaio Júnior| Lobito

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