Reza a história que Cacuaco é uma das comunidades mais antigas da província de Luanda. Ascendeu à categoria de vila no dia 24 de Junho de 1940, período em que foi instalada a Administração, segundo dados fornecidos por algumas entidades tradicionais locais.
Em Junho de 1976, sete meses volvidos sobre a proclamação da Independência Nacional, o Conselho da Revolução põe fim à crise na empresa, promulgando a Lei n.º 51/76, que nacionaliza, em favor do Estado angolano, a antiga empresa privada portuguesa e, em seu lugar, cria a Edições Novembro - EP, proprietária e editora do “Jornal de Angola”
A cidade de Saurimo, sede da província da Lunda-Sul comemora, hoje, 66 anos, desde que ascendeu à categoria de cidade através do Diploma Legislativo nº 2757, de 28 de Maio de 1956, conferido pelas autoridades coloniais portuguesas.
Nos anos subsequentes à sua conquista, através de uma expedição armada, a humilde povoação de Saulimbo foi baptizada com o nome Henrique de Carvalho, oficial do exército colonial português, que comandou uma incursão militar durante a fase de expansão para a região leste.
A acomodação das estruturas da administração colonial, inicialmente num espaço que congrega o edifício do governo, os Correios, Finanças, o Tribunal e outras instituições, forçou a transferência de dezenas de moradores tutelados pelo regedor Saulimbo, aportuguesado para Saurimo, para um raio de aproximadamente cinco quilómetros.
A necessidade de acomodar os agentes do Estado, deu impulso à urbanização assinalada pela construção de moradias, lojas, armazéns e um traçado de ruas. O interesse pelos diamantes explorados de forma discreta, atraiu a presença de comerciantes, numa cidade projectada para 18 mil habitantes.
Desde o início, a restrição de pessoas nativas, especialmente de raça negra, no casco urbano, marcou a estratégia de gestão das autoridades coloniais. Para garantir o cumprimento rigoroso da medida, agentes devidamente treinados realizavam uma fiscalização apertada.
A desconfiança era tal que para "evitarem qualquer tentativa de exploração de diamantes, os nativos não podiam abrir poços para abastecimento de água ou edificar latrinas. "Apenas cidadãos de raça branca circulavam sem restrições, ao passo que os funcionários públicos transitavam apenas em hora normal de expediente”, devidamente identificados”.
Antigos moradores como o ancião Alberto Mulambeno conta que a construção de "alguns edifícios, pós ocupação do território, estava longe de reflectir a verdadeira imagem de uma cidade. Acrescenta que o interesse pelo comércio, particularmente a "exploração discreta de diamantes, foi, aos poucos, povoando a localidade que registou a abertura de ruas, lojas e vivendas”.
Edificada de acordo com um projecto elaborado para acomodar cerca de 18 mil habitantes, conta actualmente com mais de 500 mil, cuja instalação começou com a deslocação forçada de centenas de pessoas das antigas áreas de jurisdição em busca de segurança durante o conflito armado.
Conquistada a independência, a ignorância e azáfama descontroladas desembocaram na vandalização do que existiu, por muitos pensarem que a construção do novo Saurimo seria com um simples "estalo de dedos.” A ocupação anárquica de apartamentos e casas sem cultura urbana, acelerou a degradação.
Extensas áreas periféricas à cidade foram alvos de invasão marcada pelo abate indiscriminado de árvores, abertura de buracos para a confecção de adobes e outras actividades. A falta de um plano de extensão urbana permitiu a ocupação de linhas de passagem de água, facilitando o surgimento de ravinas.
O grito por socorro, durante anos foi, na era de paz efectiva, correspondido pelo governo com a edificação das primeiras valas a céu aberto, para a condução das águas das chuvas.
Iniciativas
O verde desponta dos jardins, rotundas e espaços similares. Os avanços notáveis na reabilitação de passeios que avança por todas as ruas, algumas das quais com bancos e mesas em betão instalados, espelham os esforços das estruturas do governo local para tornar a sede do então distrito da Lunda, num espaço cada vez mais acolhedor.
A reabertura do Hotel Chick Chick, de cinco estrelas, moderno e ampliado, é um irresistível convite à visita. Alterou pela positiva a pálida imagem do ex-hotel Galito.
O Banco Yetu, instalado há alguns meses, mitigou as longas filas nos multicaixas, numa altura em que o Banco Keve, ultima arrumações para abrir a sua primeira agência na cidade, tomando parte na festa dos 66 anos.
O conforto criado pelas iniciativas orgulha os munícipes. Apaga, aos poucos, o cenário de envelhecimento, reflexo de uma degradação crescente, por falta de investimentos para a reabilitação de infraestruturas.
Conferindo as etapas de evolução que fazem pulsar a cidade, o técnico médio de construção civil, Aristóteles Wanuque, ressalta que os investimentos públicos tornaram a cidade mais acolhedora. Destacou o Polo diamantífero, o Laboratório Geológico, como apostas para a empregabilidade dos jovens. Em prol do conforto e lazer, o governo trabalha na reasfaltagem de ruas, recuperação de passeios, jardins e outros empreendimentos.
Defende a abertura de mais centros de formação técnico profissional, "porque a nação faz-se com homens formados”. Aconselha os jovens a criarem "iniciativas capazes de ajudar a vida a avançar com dignidade, em vez de sufocarem as mágoas com o consumo exagerado de bebidas alcoólicas”.
As escolas, lojas e cantinas, são para a estudante da décima classe, Flávia Fernando”, sinais de progresso, na cidade que me viu nascer.” Encara com tristeza as arruaças estimuladas pela embriaguez de jovens e a destruição recorrente de bens públicos. Subscreve a existência de poucos empregos, "mas destruir o que a todos pertence, não resolve a falta de emprego”.
O pulsar da festa dos 66 anos no coração da região centro leste, torna o Largo Primeiro de Maio num dos principais pontos de convergência de munícipes para o convívio. O cheiro a carne frita e grelhada sente-se à distância. Os adornos de barracas atestam as possibilidades e senso de criatividade dos proprietário, certamente para atrair a clientela.
A ordem é evidente, com uma presença de efectivos da Polícia Nacional atentos a todos os movimentos à distância. Outros fazem ocasionalmente uma passagem em jeito de confirmação.
Dona
Ana Rosalina, que sobrevive da venda de moelas, dorso e patinhas de frango,
garantiu que a ordem no local é um facto. "Registamos maior movimento às noites
e os resultado das vendas superam o que ganhávamos nas nossas áreas de
residência”.
Munícipes exaltam aposta na criação de mais serviços sociais
A escassez de verbas limitou investimentos no adorno da urbe, nesta época, com
artefactos luminosos, acesso a
noticiários e música por meio de altifalantes na via pública. As autoridades do
município criaram equipas para pintar fachadas de vários edifícios da urbe.
Intensificaram o processo de recolha de lixo, além de realizarem palestras,
actividades culturais e desportivas para saudar o evento.
Segundo o administrador adjunto para a área Técnica e Infraestruturas, Wilson Txipema, a urbe ganhou nos últimos doze meses mais de 60 novas salas de aula e um novo mercado na zona de 14. As realizações incluem a expansão da rede eléctrica para iluminação pública na zona suburbana.
O impacto do melhoramento nos sistemas de distribuição de luz e de água reúne o consenso das comunidades visadas, mesmo que o descontentamento dos amantes da miséria resulte na destruição de dispositivos como chafarizes e cabos condutores instalados.
Minestêvão Funete suspende a verificação da panela sobre o fogareiro a carvão para falar sobre as festas da cidade de Saurimo. Ressalta a prontidão dos efectivos da Polícia Nacional no local . Enfatiza que durante o semestre em curso, constata satisfeita o engajamento das equipas na recuperação de passeios, jardins e limpeza da cidade .
Enaltece o surgimento de um invejável edifício praticamente "concluído, em tempo record para acomodar um partido político, numa urbe que já conta com um majestoso hotel de cinco estrelas, denominado "Chick Chick”, para responder à grande procura.
Figueira António diz ser artista artesão. O integrante da comunidade Rasta, confeciona variados modelos de chinelas, sandálias de cabedal, camisas de tecido africano, pulseiras e missangas, depois de herdar o ofício do avô. Trabalha no que denomina "comboio do artesanato em movimento por várias províncias do país.
Para ele, o asseio e a recuperação de passeios são notas relevantes. Aconselha os jovens "perdidos” a construírem um teor de vida saudável, em vez de gerirem as frustrações com violência.
Em meio a pressão por escassez de moradias, os munícipes aguardam impacientes pela conclusão da primeira fase da nova urbanização. Os desafios, segundo o administrador Neves Romão, enquadram os esforços que visam " aproximar, cada vez mais, os serviços aos cidadãos”.
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