No despique digno de dois conjuntos com pergaminhos para chamar a si a liderança e consequentemente a conquista da competição, militares e lundas explanaram em campo os argumentos que os colocam no leque dos concorrentes mais competitivos. E, não obstante o desperdício de pontos, o desfecho da partida acabou por ser um prémio justo para a equipa de Roque Sapiri, pela ousadia patenteada no reduto do colosso que trabalhou durante a semana focado na vitória.  
Muito equilibrado no primeiro tempo, o jogo registou apenas duas situações de real perigo, já perto do apito final do árbitro António Dungula. Cashy, aos 86 minutos, apareceu isolado e, ante à saída de Neblu, atirou ao lado, quando tudo apontava para o golo, ao passo que aos 88, Bobó obrigou Langanga a fazer a defesa da noite.
 
Tricolores imparáveis  
Sem tempo a perder na caminhada rumo ao comando da prova, o Petro de Luanda procurou, no sábado, colocar pressão sobre a concorrência, com a vitória (2-0), na recepção ao Wiliete de Benguela. Os tricolores às ordens de Mateus Agostinho "Bodunha” acordaram à frente dos diamantíferos, na tabela classificativa, ao chegarem aos 45 pontos, mais um que o adversário. 


 A alteração operada no comando técnico dos petrolíferos, com a saída do espanhol Antonio Cosano, face à pálida campanha na fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões, dá indícios de estabilidade, depois de um período de certa instabilidade competitiva. A formação do Eixo Viário volta a deixar claro que está inteira na disputa do título, numa época em que redobra a entrega, por forma a impedir que os militares do Rio Seco, arqui-rivais, cheguem ao "penta”, cinco conquistas consecutivas, feito ostentado com exclusividade no futebol angolano.  
 
Firmeza dos maquisardes


Ainda ontem, o Desportivo da Huíla e o FC Bravos do Maquis empataram (1-1), num desafio equilibrado, com ligeiro ascendente dos militares da Região Sul comandados por Mário Soares, que procuravam capitalizar o factor casa. Na resposta, os maquisardes às ordens de Zeca Amaral, que marcaram primeiro, justificaram a presença no quarteto da frente.
 Alheio à batalha administrativa que promete culminar numa refrega judicial com a Federação, sem colocar de parte a hipótese de recurso à Confederação Africana e à FIFA, por causa da perda de 16 pontos, alegadamente por irregularidades registadas na inscrição de Vingumba, o Ferrovia fez valer a tradição de marcar ao soar da buzina do comboio, ao passar pelas imediações do estádio. Paizinho foi o autor do tento solitário na vitória sobre a Baixa de Cassanje, equipa malanjina mergulhada na corrida dos aflitos.


 Preocupado em subir na classificação, com vista a evitar os sobressaltos da zona de despromoção, o Sporting de Cabinda fintou as contrariedades financeiras que marcam negativamente o desempenho no campeonato, ao triunfar em casa, também sábado, diante do Santa Rita de Cássia, por 1-0. A equipa nortenha criou condições para respirar mais desafogada, enquanto o representante da província do Uíge viu agudizada a situação na cauda da tabela.  
 Para hoje à tarde, no Estádio Municipal dos Coqueiros, está agendado o desafio Progresso Sambizanga – Recreativo da Caála, disputa entre equipas empenhadas em garantir o quanto antes a tranquilidade na prova. Adiadas ficaram as partidas Académica do Lobito – Interclube e Cuando Cubango FC – Recreativo do Libolo, por força dos casos de Covid-19 registados nos lobitangas e na formação de Menongue radicada na cidade do Cuito, província do Bié.