A comissária da União Africana para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Sacko, reafirmou, em Roma, que o sector Agrícola é crucial para o desenvolvimento de África, mas defendeu que precisa de maior mecanização, para aumentar a produtividade económica, reduzir as perdas pós-colheita e atender à crescente demanda por alimentos.
De acordo com um comunicado da União Africana (UA), a diplomata angolana fez esta afirmação, na sexta-feira, durante a Conferência Global sobre a Mecanização para Sistemas Agro-alimentares Sustentáveis, realizada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), para impulsionar rapidamente a transformação da agricultura no continente.
Josefa Sacko lamentou o facto de África estar no último lugar no mundo, em termos de agricultura mecanizada, numa altura em que a América do Norte e a Europa são totalmente mecanizadas. "A duplicação da produtividade agrícola e a eliminação da fome e da desnutrição em África, até 2025, conforme consagrado na Declaração de Malabo, não serão alcançadas, a menos que a mecanização receba a maior importância”, referiu.
Para acautelar a situação actual, lembrou, a Comissão da União Africana e a FAO, por meio de um processo consultivo em toda a África, desenvolveu a Estrutura para Mecanização Agrícola Sustentável em África (F-SAMA), em resposta à solicitação do Comité Técnico Especializado (CTE) da UA sobre Agricultura, Desenvolvimento Rural, Água e Meio Ambiente.
Um dos compromissos da Declaração de Malabo de 2014, disse, identifica a mecanização agrícola como um factor essencial para atingir a meta de dobrar os níveis de produtividade agrícola até 2025. A resolução, acrescentou, pede a criação e o aprimoramento de políticas, instituições e sistemas de apoio adequados para facilitar a mecanização e o fornecimento de energia adequados, confiáveis e acessíveis.
"Dessa forma, a mecanização agrícola sustentável em África é vista como um pilar indispensável para atingir o compromisso de acabar com a fome e de desenvolvimento sustentável”, declarou a comissária da UA.
Josefa Sacko considerou que o desenvolvimento agrícola passa pela importância de integrar a plataforma F-SAMA nos programas nacionais e regionais, que está formatado com alguns princípios básicos de lições aprendidas no sector da Mecanização, que levou ao abandono de máquinas em vários países.
A FAO apoiou nove Estados-membros da UA (Benin, Tchad, Gana, Libéria, Mali, Serra Leoa, Tanzânia, Togo e Zâmbia) a formular ou revisar estratégias nacionais de mecanização agrícola sustentável com base na F-SAMA. A UA vai continuar a trabalhar com a FAO para que outros países membros sejam contemplados.
"A mecanização no século XXI deve ser construída ao longo de toda a cadeia de valor agrícola. Deve ser orientada pelo sector Privado, compatível com o meio ambiente e inteligente em relação ao clima. Também deve ser economicamente viável e acessível, especialmente para os pequenos agricultores, que constituem a maior parte dos agricultores africanos”, defendeu Josefa Sacko.
Transformação dos sistemas
agro-alimentares
A comissária da UA lembrou que, desde a Cimeira das Nações Unidas sobre Alimentação, realizada em 2021, a transformação dos sistemas agro-alimentares tem sido uma prioridade na agenda política dos países, para atingir-se, até 2030, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Para tal, disse Josefa Sacko, deve-se contar com a inovação, incluindo a mecanização agrícola, que se está a espalhar rapidamente no Sul do continente, mudando, fundamentalmente, o carácter dos sistemas agro-alimentares.
Dados de 2018 da FAO e da Comissão da União Africana indicam que apenas cerca de 10 por cento dos agricultores em África usam tractores.
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