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Rússia privilegia relações com África

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse, terça-feira, dar prioridade às relações com os países africanos, enquanto Moscovo procura novos parceiros para lidar com as sanções internacionais pelo conflito na Ucrânia. Durante um discurso perante representantes africanos em Moscovo, Putin disse que o seu país sempre deu e continuará a dar prioridade à cooperação com os Estados africanos.

22/03/2023  Última atualização 09H14
© Fotografia por: DR

"O nosso país está determinado a continuar a construir uma parceria estratégica no sentido pleno da palavra com os nossos amigos africanos, e estamos prontos a dar forma à agenda global em conjunto”, prosseguiu o Presidente russo, citado pela Reuters. Putin disse que a Rússia, tal como África, "defende os valores morais tradicionais” ao "resistir à ideologia neocolonial imposta a partir do estrangeiro”.

Também prometeu fornecer cereais aos "países mais necessitados de África” se o importante acordo de exportação ucraniano não for renovado no prazo de dois meses. Segundo Putin, a Rússia planeia aumentar a cooperação com países africanos no domínio da Energia, Medicina e duplicar a quota de estudantes africanos nas universidades russas.

Contra o pano de fundo das sanções ocidentais sobre a sua ofensiva na Ucrânia, Moscovo procura actualmente apoio na Ásia, América Latina e em África, onde muitos Estados não condenaram abertamente a intervenção militar russa. Nos últimos anos, a Rússia já tinha multiplicado as suas iniciativas no continente africano, com o objectivo de se estabelecer como uma alternativa às antigas potências coloniais.

Assinou numerosas parcerias económicas e militares e o grupo paramilitar russo Wagner estabeleceu-se em vários países, como a República Centro-Africana, onde tem ajudado a corroer a influência francesa. A próxima cimeira Rússia-África,  deverá ter lugar de 26 a 29 de Julho em São Petersburgo.

Putin garantiu que está a preparar-se "muito seriamente” para esta reunião e convidou os líderes africanos e as organizações regionais a participar.

Na primeira cimeira em 2019, Vladimir Putin congratulou-se por ter aberto "uma nova página” nas relações com África, um continente do qual a Rússia se tinha retirado em grande parte após a queda da URSS. A reunião contou com a participação de representantes de 54 países africanos, incluindo 43 chefes de Estado. A declaração conjunta adoptada no final da reunião denunciou "'diktats' políticos e chantagem monetária”.

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