Os vários processos de libertação por que passou o povo angolano, ao longo dos anos, dão corpo ao livro de estreia de Paulo Neto “Kanjila”, intitulado “Na hora do adeus à família”, já disponível para o público na livraria da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, em Luanda.
No livro, o autor usa a ficção para descrever a história real, os factos mais marcantes dos períodos que vão desde a escravatura até a Independência Nacional, de forma cronológica.
O autor disse, ao Jornal de Angola, que o livro está dividido em seis partes, nas quais são abordadas, em separado mas de forma sequencial, a fase do tráfico dos angolanos para as Américas, os seus efeitos, consequências e resultados, a Libertação de África, o fenómeno da clandestinidade, o exílio, a perseguição, as prisões arbitrárias pela PIDE e a Proclamação da Independência de Angola pelos três Movimentos de Libertação Nacional.
Paulo Neto "Kanjila” referiu que faz uma abordagem resumida, mas detalhada das acções do Processo 50 e outros movimentos, descrevendo alguns locais de reunião e os nomes de algumas figuras que se destacaram nessa nobre missão.
Para melhor esclarecimento, realçou, a obra apresenta imagens de lugares e marcos, e traz um glossário com o significado de algumas expressões usadas frequentemente nas épocas que o livro se refere pelos cidadãos.
Paulo Neto "Kanjila” revelou que o livro é uma homenagem a todos os cidadãos angolanos, que estiveram envolvidos em todos os processos que permitiram o país independente.
Editado este ano, pela Lexdata - Sistemas de Edições Jurídicas, em Luanda, o livro teve as expensas do próprio autor.
Segundo o autor, nesta obra foram relatados uma sequência de acontecimentos ficcionais, antropomórficos, ou não, individuais ou colectivos, situando-os no espaço de um mundo possível.
"O desígnio central que regeu esta obra foi a vontade de procurar elementos valiosos, para construir um mundo possível, que possua nítida independência em relação a mim. contudo, objectivei eventos, estados, personagens e coisas, num mundo onde procurei construir, estabelecendo múltiplas relações axiológicas, ódio, indiferença, nostalgia, ternura, que não destrói a fundamental alteridade das produções romanescas ante o seu autor textual e mediante o seu autor empírico”.
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