Cultura

“Roda do Semba” encerra ciclo de eventos culturais em Lisboa

O Núcleo de Artistas Angolanos em Portugal realiza, amanhã, em Lisboa, uma Roda do Semba para encerrar as comemorações do 11 de Novembro, Dia da Independência.

29/11/2023  Última atualização 09H18
© Fotografia por: DR

De acordo com um comunicado da NAAP, grupo que reúne artistas plásticos, músicos, escritores e outros profissionais das artes residentes em Portugal, o último dia do evento "Independência 4.8” será marcado por uma conversa sobre a história da música angolana no período colonial, a que se segue o show "Roda do Semba”, com participação de vários instrumentistas convidados.

O debate, que conta com a moderação do percussionista Mick Trovoada, será antecedido pela exibição do filme "Canta Angola” (50 minutos), realizado por Ariel de Bigault. Trata-se de um video-documentário sobre a música popular angolana filmado e gravado em Luanda, em Janeiro de 2000.

"Um projecto que exprime os sentimentos e as aspirações populares, em que os músicos expressam a energia de viver para além da sobrevivência”, refere a realizadora Ariel de Bigault.

Amanhã está, igualmente, agendada uma conversa com Marinela Cerqueira, autora do livro "A juventude angolana no pós-independência: Contribuição a Análise Qualitativa” e coordenadora do projecto História Social de Angola. Licenciada em Economia pela Faculdade António Agostinho Neto e pós-graduada em Administração e Gestão de Desenvolvimento, o projecto de Marinela Cerqueira tem como principal objectivo colectar memória oral dos angolanos e disponibilizar conteúdos aos construtores da história social de Angola no período Pós Independência.

Sobre o seu livro, a autora afirma que todos os angolanos podem participar na construção da história social de Angola, recorrendo ao método da tradição oral.

"As gerações que testemunharam a conquista da independência apresentam sequelas da escravatura e das políticas da colonização, assentes na classificação dos nacionais em assimilados e não assimilados ou indígenas, com fraco acesso ao ensino, ao emprego e à habitação condigna. Com poucos quadros para governar o país e com as riquezas naturais de que os angolanos tanto se orgulham, estas gerações de adultos e jovens contam o que aconteceu, como aconteceu e em que condições, nos anos rígidos da Guerra Fria”, explica.

O evento "Independência 4.8” teve início no passado dia 11 do mês em curso, com a inauguração de uma exposição colectiva de artes plásticas em que participam os angolanos Lino Damião, Armanda Alves, Pemba, Don Ruelas, Thó Simões, Francisco Babu e Zizi Ferreira. Na mesma noite, um concerto de música angolana foi realizado pela Banda Kioche.

O evento contou com outras actividades ao longo do mês de Novembro, com destaque para a conversa com o escritor Alberto Oliveira Pinto sob o tema "construções da história de Angola nos séculos XX e XXI” e com o jornalista Israel Campos, autor do livro "E o céu mudou de cor”.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura