A cerimónia fúnebre, ontem, começou com momentos de oração (bênção de sepultura) cristã católica e cânticos religiosos. Antes de rumar para o cemitério, onde o cortejo fúnebre foi recebido com música da banda da Igreja Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, os restos mortais de Leda Neto foram velados, quis o destino, no memorial erigido em homenagem ao pai, Agostinho Neto, durante toda a manhã de ontem.

Dor, luto e consternação, naturais pela perda de vida, nos rostos de familiares, amigos, membros do Executivo e líderes religiosos dominaram a cerimónia fúnebre em que a mãe, Maria Eugénia Neto, sentada diante do caixão forrado com a bandeira da República, recebia gestos de conforto e consolação.

A cerimónia, testemunhada pelos ministros de Estado e chefe da Casa de Segurança, Pedro Sebastião, e para a Área Social, Carolina Cerqueira, entre outros dignitários, foi curta, em pleno Estado de Calamidade Pública, devido à pandemia da Covid 19. Nascida em 5 de Janeiro de 1964, em Brazzaville, Congo, Leda da Silva Neto, que morreu a 20 de Março, em Lisboa, por doença prolongada, era a mais nova dos três filhos de Agostinho Neto com a escritora Maria Eugénia Neto.

O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, em nota distribuída à imprensa, oportunamente transmitiu as suas condolências à família. "Em nome da minha família e no meu próprio, cumpre-me o dever de apresentar as nossas mais sentidas condolências à mãe, irmãos e restantes familiares, pelo falecimento de Leda Neto, ocorrido na manhã de hoje em Lisboa”, escreveu o Presidente da República, no dia da morte. "Curvamo-nos com tristeza perante a memória de Leda Neto, que em vida soube honrar o legado de seu pai, colocando com simplicidade e bastante humildade o seu saber e conhecimento ao serviço do engrandecimento da Pátria de Agostinho Neto, seu Ilustre Pai”, lê-se na nota.

João Lourenço expressou ainda "indefectível solidariedade” a "toda a família enlutada neste momento de dor.”
Ontem, a ministra de Estado para a Área Social, reconheceu a dedicação de Leda da Silva Neto enquanto jovem que ansiava um futuro melhor para o país, enquanto o deputado do MPLA Mário Pinto de Andrade ressaltava as qualidades enquanto funcionária e quadro do Banco Nacional de Angola.