Cultura

Resiliart Angola vai servir de modelo para outros países africanos

Analtino Santos

Jornalista

O projecto Resiliart Angola poderá ser um exemplo para outros países africanos que pretendem fortalecer o intercâmbio cultural, entre artistas africanos e a diáspora, de acordo com as declarações feitas por Dode Houe Houmba e Fatima Benge, durante a recente visita à Galeria Resiliart, no Shopping Fortaleza.

17/03/2023  Última atualização 17H45
© Fotografia por: EDIÇÕES NOVEMBRO

Dode Houe Houmba, que responde pelo sector de cultura da Direcção regional da África Central da Organização das Nações Unidas para a Cultura, Educação e Ciência (UNESCO), revelou ter saído com um sentimento de alegria e tristeza, por um lado, por ver a materialização do conceito Resiliart em Angola e, por outro, não encontrar o mesmo noutros países africanos.

Por isso, o responsável pretende agora apresentar a experiência dos artistas do Resiliart Angola como caso de estudo e reforçar o intercâmbio entre os países da zona. Na delegação de Dobe Houmba esteve Minhao Chen, da delegação da UNESCO em Angola que reafirmou o compromisso de continuar a parceria com este projecto que visa dar sustentabilidade aos artistas e fortalecer as trocas culturais.

Enquanto isso, Fátima Benge defende que é importante ter o Resiliart Angola como uma plataforma que permita levar a cultura angolana, em particular, e africana em geral, na América, e, inversamente, vermos as manifestações afro-americanas com uma forte matriz do continente nas suas origens.

A representante da Houston-Luanda Sister City Association (HLSCA), uma organização responsavél pela germinação entre as cidades de Luanda e Houston, iniciou uma parceria com o Resiliart Angola ao trazer Charles Washington, artista e galeirista da cidade de Houston, estado de Texas que participou na residência artistica com angolanos e juntos estão a trabalhar para um programa de rotatividade de artistas nas duas cidades.

Marcos Agostinho, director do Resiliart Angola, proporcionou a visita guiada e o encontro com alguns artistas que estão no projecto. Foram duas horas de interacção, entre os artistas e os visitantes abordando questões relacionadas com a qualidade das obras, o processo criativo, das aspirações dos artistas e das organizações, tendo como pano de fundo a exposição "Para Ela Stop! Partilha de Emoções e Afectos”. A mostra está patente desde Dezembro do ano passado e resultou da residência artística em torno da jornada internacional de 16 dias de activismo contra a violência doméstica.

Resiliart Angola

ResiliART Angola é uma iniciativa da American Schools Of Angola (ASA), em parceira com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Os artistas deste projecto tiveram uma forte participação na II Bienal da Cultura da Paz.

ResiliART é um movimento global criado pela UNESCO no início da crise sanitária, que visa dar o empoderamento dos jovens artistas mais afectados pela crise. Permite assim dar voz, apoiar, criar oportunidades e mitigar os efeitos económicos e socioculturais causados pela Covid-19.

Em Angola artistas como: Giovani Tadi, Oksana Dias, Débora Sanjhai, Danick Bumba, Nefwani Júnior, Isabel Landama, Marisa Kinjika, Cesário Kissandeca, Manuel Pedro "Raffa”, Yola Balanga, Sarhai da Costa, Imaculada Tchitanga, Benigno Tengo, Adão Evaristo Cardoso "Manjuca”, Jorsanady dos Santos, Amândio Cachiumbua, entre outros jovens artistas emergentes, têm os seus trabalhos nas exposiçções e colecões organizadas pela American Schools Of Angola (ASA) e os seus parceiros.

As intervenções americanas

Em Janeiro e Fevereiro deste ano, as obras dos artistas Jorsanady, Davi Dombele, Uolofe Griot, Alcides Malakaia, Fanny Bienga e Josué Benga estiveram na Universidade Essex County College, no estado de New Jersey Museu de Arte da cidade de Newark, Nova Iorque (Estados Unidos), no primeiro e no segundo do mês das comemorações de Martin Luther King. África do Sul, Argélia, Egipto, Libéria, Marrocos, Nigéria e Senegal foram outros países cujas obras estiveram presentes em eventos dedicados a artistas africanos e da diáspora. A outra presença foi em Fevereiro, mês em que os Estados Unidos celebram a história afro-americana, conhecida como Black Month, por isso,  a cidade de Newark e a curadoria do Museu de Arte escolheram os trabalhos dos artistas do Resiliart Angola para representar a arte africana.

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