Política

Residentes na diáspora constatam real situação económica e social do país

Os jovens angolanos residentes na diáspora prosseguiram, segunda-feira, as visitas de constatação da situação económica e social real do país, nomeadamente nas províncias de Malanje, Bié e Zaire.

09/04/2024  Última atualização 10H06
Na província da Palanca Negra Gigante, grupo de angolanos residentes na diáspora visitou, entre outros empreendimentos, o complexo industrial da Biocom © Fotografia por: Adolfo Dumbo | Edições Novembro

Os progressos alcançados, na província de Malanje, foram verificados pela delegação de angolanos na diáspora, durante a visita que o grupo de 14 cidadãos, do total de 300, efectuou àquela região, no quadro do projecto organizado pelo Movimento Nacional Angola Real (MONAAR).

A delegação, representada por cidadãos residentes em nove países, nomeadamente República do Congo, Namíbia, Suíça, Alemanha, Itália, Chéquia, Polónia, Bélgica e Espanha, foi recebida pelo governador da província, Marcos Alexandre Nhunga.

Durante o encontro com o governador da província de Malanje, Marcos Alexandre Nhunga, a porta-voz do MONAAR, Emília Canzolo, disse que a imagem que os angolanos residentes na diáspora têm do seu país é baseada em informações veiculadas pelas redes sociais, o que, na maior parte das vezes, não condiz com a verdade.

Por essa razão, prosseguiu, o MONAAR decidiu reunir representantes da comunidade no exterior para cada um ver, com os próprios olhos, os avanços que o país regista nos mais diversos sectores.

A representante da delegação da Bélgica, Esperança Francisco, decoradora de moda, artista plástica e modelo, por coincidência filha oriunda de Malanje, referiu que viveu no bairro da Camgambo. Trinta anos depois, deu para ver que há desenvolvimento no sector Económico e Social. "Vimos que há progressos, sobretudo do ponto de vista de infra-estruturas nos sectores da Educação e Saúde ", completou.

"Eu quero contribuir com todo esse aprendizado, em experiência que vou tendo na Bélgica e em Portugal, e o pouco que eu estou aqui a viver na minha província, sinto-me muito motivada para poder trazer e agregar coisas aqui na nossa província", disse.

Esperança Francisco já está a pensar em regressar a Angola e trabalhar na província de Malanje, sua terra natal. "Quero trabalhar no domínio do turismo, visto que a província tem fortes potencialidades nesta área. Até porque a Palanca Negra Gigante é muito divulgada. Eu vivo na Bélgica, na parte de Antuérpia, é lá onde os diamantes são lapidados, com isso posso manter contacto com esses empresários belgas e convencê-los a investir na província de Malanje", frisou.

Hélder da Silva, residente há mais de 35 anos na República da Alemanha, revelou que há um crescimento significativo em Angola, se comparado com o ano em que deixou o país.

Formado em Gestão Empresarial, revelou que a ideia de quem está fora da Pátria é a de sempre regressar. "Todos os angolanos que vivem fora do país pensam em voltar um dia, falo por experiência”, assegurou.

Dos projectos visitados por este grupo de angolanos residentes no exterior, o destaque vai para a Feira Agroindustrial de Malanje, as obras de desassoreamento do rio Malanje, a Urbanização de 212 apartamentos e o projecto habitacional 500 casas.

Em Angola, estão, há cinco dias, a convite do MONAAR, 300 angolanos radicados na diáspora, que subdivididos em núcleos cumprem um programa de visitas de constatação dos progressos alcançados pelo país nas 18 províncias.

 
Crescimento no Soyo

O Executivo tem desenvolvido um trabalho extraordinário e de excelência no município do Soyo.

A afirmação é da cidadã angolana Paulina Capitão, que tem residência fixa há mais de dez anos numa cidade espanhola.

Paulina, que faz parte de um grupo de 32 jovens que residem na diáspora em visita ao país, para melhor conhecer a realidade económica e social de Angola, adiantou que a percepção que muitos que residem fora é que os municípios distantes de Luanda se encontram mergulhados num subdesenvolvimento extremo.

Com a visita ao município do Soyo, afirmou Paulina, as dúvidas ficaram dissipadas, dadas as novas infra-estruturas e a reconstrução de outras constatadas pelo grupo que visitou o Soyo e arredores.

O crescimento económico e social, referiu, ainda não atingiu os níveis desejados, mas o Executivo está a trabalhar arduamente para resolver os problemas das populações.

Como exemplo de um trabalho aturado do Executivo, apontou a Base do Kwanda, Ciclo Combinado do Soyo, os hospitais de referência, assim como as escolas do I, II Ciclo e as universidades públicas e privadas que existem na região.

Dorivaldo Cardoso é outro jovem angolano que reside, há anos, na diáspora. Tem residência fixa numa cidade do Reino do Marrocos.  Integra a comitiva ao Soyo. Para ele, Angola tem valências para prosperar, mas aconselha o Executivo a colaborar estreitamente com os empresários privados de todos os ramos para um melhor e rápido crescimento económico e social do país, que se pretende igual para todo o território nacional.

Antes de visitarem os sectores sociais e económicos do município do Soyo, os jovens da diáspora tiveram um encontro de cortesia com o governador provincial do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho. Durante o encontro, o governador fez uma síntese aos 32 jovens sobre as potencialidades do rico município do Soyo.

Após a apresentação das potencialidades, Mateus Sebastião, vice-presidente do Movimento Nacional Angola Real (MONAAR), disse ao Jornal de Angola que a vinda dos jovens residentes na diáspora ao Soyo resulta do projecto científico que o Executivo está a levar a  cabo em todo o país, para envolver todos os angolanos, dentro e fora do país, a tomarem Angola como pertença de todos e todos contribuírem para o seu desenvolvimento.

A delegação visitou o Ciclo Combinado, a Base do Kwanda,  a Refinaria em construção, a fábrica de gás Angola LNG, as instalações da futura fábrica de fertilizantes, a fábrica de processamento de pescado (Seatag), assim como o Terminal Fluvial de Passageiros e Carga do Soyo, que deu uma outra imagem de crescimento que esta parcela da província do Zaire tem conhecido.

O vice-presidente do Movimento precisou, também, que no total estão no país 300 jovens, divididos em grupos de 35 pessoas, que estão a visitar as 18 províncias do país, com o objectivo de dar a conhecer à comunidade onde se encontram a residir o que Angola está a fazer para os seus cidadãos e as condições reais que existem para acolher investidores interessados em ganhar dinheiro no país.


 Produção agrícola no Bié impressiona visitantes

O grupo de angolanos residente na diáspora, que está de visita ao país, para constatar os avanços económicos e sociais registados nos últimos seis anos, mostrou-se satisfeito com os níveis de produção das fazendas agro-industriais das Forças Armadas Angolanas (FAA) e do Arrozal no município de Camacupa.

O grupo enalteceu o papel das Forças Armadas Angolanas e de outros produtores no Bié, que com as suas competências têm abraçado o projecto de produção nacional e fortalecido a indústria produtiva nacional, no quadro do processo de diversificação da economia, visando atender às necessidades básicas alimentares das populações.

No domínio da diversificação da economia, o grupo de jovens, que esteve, ontem, em Catabola e Camacupa, enalteceu os esforços e o empenho do Executivo no processo produtivo, a quem encorajaram a continuar os esforços para consolidar uma reserva mais robusta, que garanta a segurança alimentar de todos os angolanos.

Ainda ontem e no âmbito do périplo que realiza à província do Bié, o grupo de jovens na diáspora visitou a Cerâmica Prémio da Paz e o Centro de Produção de Mudas, situados na comuna da Chipeta, município de Catabola, onde se inteiraram do seu funcionamento.

No domingo, o grupo de angolanos residentes no estrangeiro  visitou diversas infra-estruturas de impacto social, construídas e reabilitadas nos últimos cinco anos na cidade do Cuito, designadamente o Aeroporto Joaquim Kapango, a  Estação do Caminho-de-Ferro de Benguela, na Comuna do Cunje, o Hospital Municipal do Cuito, o Memorial da Batalha do Cuito, as obras do Projecto Solar de Angola e o célebre Largo Espelho d’Água.

Francisco Curihingana /  Malanje Xavier Candumba / Cuito   Fula Martins /  Soyo

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