Os Estados Unidos podem disponibilizar 3,5 milhões de dólares para Angola aprimorar e modernizar infra-estruturas e a gestão de políticas públicas. A informação foi avançada ontem pela directora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, durante uma visita ao Porto do Lobito, na província de Benguela.
A administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) visitou, ontem, antes de viajar para o município do Lobito, a cidade de Benguela. Aqui, Samantha Power enfatizou que os programas estruturantes em andamento no Corredor do Lobito e na Agricultura terão um impacto significativo, retirando milhares de pessoas da fome e da pobreza. Power destacou o lançamento da expansão de cinco milhões de dólares do projecto Mulheres na Agricultura Angolana (WAF) da USAID, que beneficiará as províncias de Benguela, Huambo e Bié. Além de auxiliar Angola, Power ressaltou que essas iniciativas ajudarão a combater a pobreza em diversas famílias ao redor do mundo.
As remessas e outras transferências pessoais de angolanos recebidas do resto do mundo cifraram-se em 3,5 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2022, representando um ligeiro decréscimo de 0,2 por cento em relação ao trimestre anterior e um acréscimo de 1,9 por cento face ao período homólogo de 2021.
Segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA), os valores mantiveram-se praticamente inalteradas comparativamente ao segundo trimestre. Portugal mantém-se na liderança da lista dos fluxos recebidos pelos residentes, com um peso de 20,1 por cento, seguido dos Estados Unidos da América e da França com 18,9 e 11,6 por cento, respectivamente.
Quanto às remessas e outras transferências pessoais enviadas para o resto do mundo situaram-se em 283,2 milhões de dólares, representando uma diminuição de 7,9 por cento relativamente ao trimestre anterior em que as mesmas se situaram em 307,3 milhões de dólares e um acréscimo de 95,5 por cento em relação ao período homólogo, em que as mesmas atingiram os 144,8 milhões de dólares.
Portugal mantém-se, igualmente, na liderança dos principais países de destino das remessas de Angola, representando 57,7 por cento dos valores enviados pelos residentes, seguido do Vietname e da China com 19,5 e 8,7, respectivamente.
De acordo com o último Resumo de Migração e Desenvolvimento do Banco Mundial, espera-se que o crescimento dos fluxos de remessas globais seja de 4,9 por cento em 2022, sendo que para os países de baixa e média renda o mesmo seja de aproximadamente 5 por cento (626 mil milhões de dólares). O mesmo documento acrescenta que, no período em referência particularmente para Angola, observou-se uma ligeira redução dos fluxos de entrada e saída de remessas e outras transferências pessoais em 0,2 e 7,9 por cento, respectivamente, mantendo-se Portugal como o principal país de origem e destino desses fluxos
África Subsaariana
Ainda de acordo com o último Resumo de Migração e Desenvolvimento do Banco Mundial, estima-se que as remessas para a África Subsaariana, a região mais exposta aos efeitos da crise global, tenham aumentado em cerca de 5,2 por cento, para 53 biliões de dólares em 2022, em comparação com 16,4 por cento no ano passado (devido principalmente aos fortes fluxos para Nigéria e Quénia).
De forma geral, no período em análise, o saldo líquido das remessas e outras transferências pessoais registou um valor negativo, quase na mesma proporção das remessas enviadas, visto que as mesmas excederam as remessas recebidas do exterior, que continuam a registar um valor praticamente residual. As remessas dos migrantes constituem uma das principais fontes de renda das famílias rurais.
As transferências sociais e financeiras podem desempenhar um papel importante na inovação agrícola que envolve a transferência de habilidades, ideias e conhecimentos tanto na origem quanto no destino.
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