O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, defendeu esta sexta-feira (24), durante o seu discurso na cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mudanças na ordem internacional, cujos "fracassos" foram "expostos pelo conflito na Ucrânia”.
A jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, morta a 11 de Maio, foi atingida por tiros das Forças de Defesa Israelitas, indicou hoje o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Autoridade Palestiniana rejeitou, ontem, um pedido de Israel para realizarem uma investigação conjunta sobre a morte da jornalista da Al-Jazeera Shireen Abu Akleh, afirmando que não vai entregar o projéctil que matou a profissional da comunicação social para análise balística.
Hussein Al-Sheikh, um dos principais assessores do Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, indicou que os palestinianos irão conduzir a sua própria investigação independente e que todas as partes serão informadas dos "resultados da investigação com a maior transparência”.
Shireen Abu Akleh, de 51 anos, uma jornalista veterana, de dupla nacionalidade - palestiniana e norte-americana - da estação televisiva Al-Jazeera, foi morta com um tiro na cabeça, na quarta-feira, em Jenin, enquanto fazia a cobertura de uma operação militar israelita na Cisjordânia ocupada, envergando um colete à prova de bala e um capacete identificados com a palavra "Press”, em letras grandes. A direcção da Al-Jazeera e dois repórteres que estavam com a jornalista culparam as forças israelitas.
As autoridades israelitas sugeriram inicialmente que Shireen Abu Akleh poderia ter sido morta por fogo palestiniano, mas recuaram horas depois, afirmando que não havia "conclusões definitivas”.
A notícia da morte da jornalista foi recebida como uma onda de pesar em toda a Cisjordânia, e, ontem, vários milhares de palestinianos lhe prestaram homenagem.
Representantes palestinianos, diplomatas estrangeiros e uma multidão de cidadãos palestinianos participaram na cerimónia oficial em Ramallah, na sede da Autoridade Palestiniana, na Cisjordânia, para onde o corpo foi transportado, numa urna coberta com a bandeira palestiniana, antes de seguir para Jerusalém, onde cresceu, para ser sepultado, já hoje.
A morte de Akleh desencadeou reacções em todo o mundo, a mais recente das quais foi a do emir do Qatar, Tamim ben Hamas Al-Thani, que responsabilizou Israel.
"Quero apresentar as minhas condolências à família da jornalista Shireen Abu Akleh, morta pelas forças de ocupação” israelitas, declarou ontem o emir do Qatar durante uma visita a Teerão.
"É preciso pedir contas aos autores deste crime hediondo”, disse ainda o dirigente qatari, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente iraniano, Ebrahim Raïssi.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros português reagiu, publicando na rede social Twitter uma mensagem em que se lê: "Portugal condena a morte da jornalista Shireen Abu Akleh no exercício das suas funções na Cisjordânia, expressando sinceras condolências à família. Impõe-se uma investigação rigorosa ao incidente. A liberdade de imprensa e a protecção de jornalistas em contexto de conflito são basilares”.
Por sua vez, a missão diplomática da Palestina em Portugal divulgou, em nome do embaixador, Nabil Abuznaid, uma nota de pesar pelo "homicídio da jornalista veterana palestiniana no campo de refugiados de Jenin”.
Shireen Abu Akleh era uma figura familiar e respeitada no Médio Oriente, conhecida pela sua cobertura para a Al-Jazeera árabe das duras realidades da ocupação militar sem fim à vista de Israel na Palestina, agora no seu 55º ano.
A
morte ocorreu no contexto de uma onda de violência israelo-palestiniana atiçada
por tensões num importante lugar sagrado de Jerusalém. Pelo menos 18 israelitas
morreram em ataques palestinianos nas últimas semanas, enquanto mais de 30
palestinianos, a maioria dos quais envolvidos em ataques ou confrontos com
forças israelitas, foram também mortos. Outros estavam desarmados e iam apenas
a passar no lugar errado à hora errada, o que desencadeou críticas a Israel de
que utilizou força excessiva na sua repressão dos activistas palestinianos.
Aprovada mais casas em
colonatos
Israel aprovou, ontem, a construção de mais de quatro mil casas de colonos na
Cisjordânia ocupada, anunciou um grupo de direitos humanos israelita.
Este será o maior avanço dos projectos de colonatos desde a posse do Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, sabendo-se que os EUA se opõem à construção destes colonatos, alegando que constituem um obstáculo a um acordo de paz com os palestinianos.
Hagit Ofran, activista contra os colonatos e membro da organização Peace Now, diz que um órgão de planeamento militar aprovou 4.427 unidades habitacionais.
A aprovação deste projecto acontece um dia depois dos militares israelitas terem demolido pelo menos 18 edifícios e estruturas na Cisjordânia ocupada, após uma decisão do Supremo Tribunal que forçou cerca de 1.000 palestinianos a sair de uma área que Israel designou como "zona de combate”.
O B'Tselem, outro grupo de Defesa de Direitos Humanos israelita, disse em comunicado que a Polícia de Fronteira destruiu um total de 18 estruturas, incluindo 12 edifícios residenciais, em aldeias nas colinas ao Sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia.
Na semana passada, o Supremo Tribunal de Israel confirmou uma ordem de expulsão que retira moradores de um aglomerado de comunidades beduínas em Masafer Yatta, onde vivem há décadas.
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