Sociedade

Reclusos mais vulneráveis ao contágio da tuberculose

Manuela Mateus

A taxa de transmissão de tuberculose no interior dos estabelecimentos penitenciários é 10 a 15 vezes superior a registada nas comunidades, revelou, terça-feira, em Luanda, o comissário-prisional, Manuel Pereira Freire dos Santos.

10/04/2024  Última atualização 10H14
António Coelho da ANASO © Fotografia por: DR
O oficial comissário, que falava na abertura do seminário nacional sobre Gestão da Resposta Comunitária da HIV/Sida, Tuberculose e Malária, uma iniciativa da Rede Angolana das Organização de Serviços de Sida (ANASO), referiu que a doença se propaga com maior facilidade devido às condições ambientais a que estão sujeitos os reclusos.

Segundo o comissário-prisional, o facto de os prisioneiros ficarem confinados num ambiente fechado facilita a transmissão mais célere da doença.

Manuel Freire dos Santos considerou sensível e mais complexo do que a saúde comunitária abordar sobre a saúde prisional, tendo sublinhado que "embora os reclusos tenham problemas com a Justiça, têm direito à saúde como qualquer outro cidadão”.

"A saúde prisional é, também, um problema de saúde pública, e sem o devido acompanhamento, cuidados e medidas de prevenção, a propagação de doenças como a tuberculose pode ser maior, pois os reclusos estão em contacto directo com o efectivo prisional e visitantes, que ao saírem podem transmitir a doença a outras pessoas”, recordou.

Sensibilização

O presidente da Rede Angolana das Organização de Serviços de Sida (ANASO) reconheceu o trabalho desempenhado pelos membros da sociedade civil nas comunidades no combate às doenças.

António Coelho referiu que o trabalho de sensibilização feito pelas Organizações da Sociedade Civil tem permitido alcançar a população que reside nas comunidades rurais mais recônditas.

Por outro lado, declarou, as Organizações da Sociedade Civil monitorizam os serviços, promovem as responsabilidades pelos resultados, defendem as mudanças necessárias e informam sobre os esforços que permitem que os serviços sejam centrados nas pessoas.

O presidente da ANASO esclareceu que pretende, com o seminário, obter resultados para contribuir no processo de gestão da resposta comunitária a nível da HIV/Sida, tuberculose e malária, pelo que para se alcançar esse objectivo há que ter em conta o contexto, a identificação da doença, as estratégias para prevenção e cura, o reforço de parcerias e a definição de um roteiro.

Cunene

A directora do Instituto Nacional de Luta contra a SIDA (INLS), Lúcia Furtado, informou que a província do Cunene detém a maior taxa de prevalência da HIV/Sida, sendo as mulheres com um número duas vezes maior de infectados em relação aos homens.

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