Sociedade

Reclusos concluem com êxito os cursos de formação básica

Trezentos e catorze reclusos dos três estabelecimentos prisionais de Malanje, designadamente da Unidade Penitenciária da Comarca de Malanje, Damba e a cadeia feminina de Cacuso, concluíram, com êxito, o ano lectivo 2023/2024, informou, sábado, a directora da Comarca de Malanje.

11/08/2024  Última atualização 10H15
© Fotografia por: DR

Marien da Conceição disse que a nível dos três estabelecimentos prisionais foram inseridos 314 reclusos nos módulos 1, 2 e 3. Uma das preocupações, apontou, é o aumento do número de salas de aula, tendo em conta o número actual da população penal, estimada em 1.200 reclusos.  A instituição, disse, tenciona aumentar também o número de reclusos inscritos no processo de ensino a nível do sistema penitenciário. "Muitos deles não têm uma formação académica e saem daqui a saber ler e escrever”, realçou.

O chefe do Gabinete Provincial da Educação, Domingos Kiluange, defendeu, no acto, que as cadeias de Malanje tenham salas anexas, a nível do ensino local, para que os reclusos possam dar continuidade à formação, após o cumprimento da pena.

 
Capacitação no Huambo

Trinta reclusos da Unidade Penitenciária do Cambiote, no Huambo, concluíram ontem, com êxito, a formação profissional nas áreas de Marcenaria e Alvenaria, ministrado pelo Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP).

A formação teve uma duração de seis meses e enquadra-se numa parceria com o INEFOP, criada com o objectivo de preparar os reclusos para o campo profissional e terem uma vida normal depois do cumprimento das penas.

No acto de encerramento, o director-adjunto da Penitenciária disse que inicialmente foram matriculados 40 candidatos, mas 10, por razões adversas, acabaram por desistir. Augusto João agradeceu a iniciativa do Governo do Huambo de apoiar os reclusos, sobretudo na área da formação profissional e académica.

"Tais acções têm possibilitado devolver à sociedade homens formados profissionalmente”, adiantou,  encorajando os reclusos formados a aplicarem o que aprenderam ao longo dos meses, para o desenvolvimento do país, depois de retomarem a liberdade.

Em nome dos demais reclusos, Manuel dos Santos agradeceu o empenho da unidade prisional e do INEFOP no processo de reintegração social, um acto que vai certamente melhorar a postura daqueles que por algum tempo estiveram em conflito com a lei.

Na ocasião, o director-adjunto do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), José Alexandre, garantiu a continuidade dos programas de formação dos reclusos, por representar um passo significativo para a sua reinserção social.

No quadro do programa do Executivo de potencializar os jovens com habilidades, aptidões e competências profissionais, para a superação dos múltiplos desafios sociais, avançou, o INEFOP vai continuar a trabalhar com o objectivo de garantir o auto-emprego e a criação de negócios, a fim de gerar renda às famílias e erradicar a fome e a pobreza.

 
Dieta alimentar

Quatro mil reclusos envolvidos no projecto "Prospera” estão a desenvolver diversas actividades para a melhoria da dieta alimentar. A  informação foi dada pelo director de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço Penitenciário.

Menezes Kassoma disse que o projecto está a permitir a quatro mil reclusos trabalharem todos os dias no sector da Produção Alimentar. "Os reclusos têm também ajudado na produção pecuária e na área de artes e ofícios”, disse.

De acordo com o director de comunicação, a meta é reforçar a dieta alimentar dos reclusos e dos agentes do Serviço Penitenciário. Em relação à extensão do projecto para outras localidades do país, Menezes Kassoma revelou que o "Prospera” já está implantado em todo o país.

"No momento, o Serviço Penitenciário está a produzir arroz da marca ‘Prospera’. No ano passado, fizemos uma experiência-piloto no Cuando Cubango e conseguimos ter uma colheita de meia tonelada de arroz”, contou.

Os reclusos, explicou, beneficiam directamente dos alimentos produzidos. "A logística do Serviço Penitenciário vem directamente do Ministério do Interior (MININT), no entanto os legumes e hortaliças são garantidos por meio da produção feita pelos reclusos”.


Venâncio Victor | Malanje

Adolfo Mundombe | Huambo

e Miguel Brás

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