Mundo

RCA: Faustin-Archange Touadéra inicia mandato contestado pela oposição

O Presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, na prática, iniciou, esta quarta-feira, um segundo mandato, mas já está envolvido em grande controvérsia e conflito, uma vez que a sua vitória eleitoral, confirmada na segunda-feira, pelo Tribunal Constitucional, foi prontamente rejeitada pela oposição.

20/01/2021  Última atualização 21H41
Tribunal Constitucional validou a vitória de Touadéra © Fotografia por: DR
Após a reeleição ter sido validada Touadéra apelou, num discurso à nação, para a reconciliação nacional e disse estar disposto a estender a mão à oposição democrática.  No mesmo dia, altos representantes de União Africana, CEEAC, Nações Unidas e da União Europeia apelaram ao diálogo e respeito pela decisão do Tribunal Constitucional do país, que validou os resultados das eleições presidenciais de 27 de Dezembro.

Segundo a Reuters, os partidos conhecidos como Coligação da Oposição Democrática (COD-2020) disseram, em comunicado, que não reconhecem a reeleição de Touadéra, considerando que foi declarado vencedor com apenas 17 por cento do eleitorado.  O grupo também denunciou "inúmeras fraudes e irregularidades”, que afirmou terem prejudicado a eleição e, como tal, consideram que os resultados "não representam a vontade do povo do RCA”.

A legitimidade do Presidente é, também, colocada em causa pela oposição devido à baixa participação nas urnas, cerca de 35 por cento dos eleitores inicialmente registados, segundo os números do Tribunal Constitucional. 

Face a isso, os candidatos da oposição entraram com vários recursos no Tribunal Constitucional para contestar os resultados, mas este órgão, depois de cancelar ou corrigir os resultados de algumas secções eleitorais por irregularidades, decidiu, na segunda-feira, que "dada a magnitude da discrepância de votos”, o seu impacto "não poderia reverter os resultados finais”.

A situação de segurança no país continua a agravar-se. Na segunda-feira, a ONU disse que dois dos seus soldados de paz foram mortos depois de terem sido emboscados por membros de grupos armados zona Sul do país. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reiterou a preocupação com a escalada da violência.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo