Cultura

Rap “The Duke” destaca evolução do hip-hop no mercado angolano

O estilo rap tem progredido satisfatoriamente devido o legado deixado pelas gerações passadas de músicos e produtores, com vista ao crescimento do género no país, afirmou, ontem, em Luanda, o antigo integrante do grupo de hip hop “Os Mess”, Saucy Boy “The Duke”.

17/01/2023  Última atualização 09H31
The Duke (à esquerda) lançou, sexta-feira, o CD de estreia © Fotografia por: DR

O músico, que apresentou na passada sexta-feira, no espaço Arena BAI, na Ilha de Luanda, o disco no estilo rap "E Pluribus Unum - Vol. 01”, disse que é notório o crescimento no sector, desde produtores e músicos, sobretudo pelas enormes dificuldades que muitos passam para conseguir colocar o disco no mercado por falta dos incentivos financeiros.

O rapper observou que têm existido evolução do estilo no mundo e internamente, mas alertou para a necessidade de se melhorar algumas composições que têm sido efémeras e pouco contribuem para o desenvolvimento do hip hop angolano. Para The Duke, é devido a determinadas composições que podem prejudicar o próprio processo de desenvolvimento do género.

Segundo o rapper, é visível o empenho e crescimento dos fazedores do estilo. "Fico um pouco apreensivo porque nos últimos tempos tenho notado que muitos artistas estão mais preocupados com a fama e nunca trabalham para colocar no mercado um produto com qualidade estética e de sonoridade”.

A música, disse, é um produto que deve ser consumido por todo o tempo e sempre, e não somente numa determinada época. "Olho para o sucesso de grandes grupos de rap no país e é porque estes pensavam em músicas para sempre e não, simplesmente, como um produto meramente comercial”.

O que deve existir, acreditou, é o compromisso com a arte, o respeito pelo movimento e a necessidade de contribuir, positivamente, para a expansão. Por outro lado, ressaltou que qualquer um rapper no país "deverá primar por esses fragmentos como factores de sucesso na carreira”.  O álbum "E Pluribus Unum - Vol. 01” foi produzido e masterizado pela Mike, na África do Sul, bem como marca o regresso do rapper The Duke ao movimento hip hop a solo, depois de uma longa e excelente caminhada com o anterior grupo do mesmo estilo "Os Messe”.

O CD, conta com as participações de Nikila de Sousa, Carla Moreno, Young Nasty e Guto, num álbum que comporta 17 temas, todas no estilo rap.

A música de maior destaque, ressaltou, tem sido a número dois, intitulada "Pátria Minha”, com a participação de Nikila de Sousa, em homenagem ao país e à sua diversidade cultural. "Temos o país mais lindo do mundo com os seus encantos naturais, sem alterações paisagísticas dos homens. A bela Angola e seus encantos são retratados com muita rima e poesia nos videoclipes, um deles gravado na província de Malanje, terra que me viu crescer”.

No álbum, explicou, também, é possível encontrar uma mensagem "analítica sobre o valor da amizade, de modo a recuperar os bons hábitos do antigamente, onde o amigo era irmão e prevalecia o verdadeiro valor de uma amizade”, destacou.

Entre os seus 14 e 15 anos, disse, teve a influência de grupos musicais como SSP, O2, Boss Ac, Black Company, Jay Z e Tupac. Após sair do país, para a conclusão dos estudos na África do Sul e devido à língua inglesa ser mais expressiva, ganhou amor pelo "rap” e assim decidiu criar o grupo "Os Mess”, com o qual fez muito sucesso, lançando os temas "Minha Luanda”, "És Tu Mãe”, entre outros. Hoje, Sílvio Ricardo constituiu família e é um empresário promissor.

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