O cantor e compositor brasileiro Rallie, ao interpretar “Vou pedir para você” e “Trago esta Rosa”, não quis ficar de fora nas comemorações da 14ª edição da Semana do Brasil em Angola, que decorreu, sábado, no Complexo Turístico Cozinha da Tia Zita, em Luanda.
Foi no final da tarde de sábado que Rallie desfez-se da função (do fato) de presidente da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN) para assumir o de músico. Eram os derradeiros momentos da actuação da principal atracção das comemorações do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil.
O artista socorreu-se dos sucessos de Tim Maia e surpreendeu os presentes ao transformar "Vou pedir para você” e "Trago esta Rosa” na levada ritmica do Trio Electrico. Depois apresentou "Hexa”, tema da sua autoria, que serviu de incentivo à selecção brasileira de futebol para a conquista do sexto título, em 2018, do Mundial de Futebol (Copa do Mundo).
Não
sendo a primeira vez que trabalha com Armandinho, músico responsável pela
gravação do tema que marca a estreia musical de Rallie, o cantor afirmou que a
actuação em Angola é especial por ser a sua primeira aparição pública e
"senti a aprovação dos espectadores".
"Conhecemos o mundo”
O Trio Eléctrico (Armandinho, Dodó e Osmar) reconheceu o potencial artístico dos angolanos e as semelhanças com Salvador. Armandinho - líder, bandolim e guitarrista - agradeceu a receptividade da organização.
Betinho (guitarra baixo) descreveu a viagem da seguinte forma: "agora conhecemos o mundo”. Por sua vez, André Macedo, o vocalista, reconheceu o simbolismo desta passagem por África, de uma maneira geral, e por Angola, em especial.
A entrada triunfal foi com o solo estridente do filho do inventor do pau baiano, a famosa guitarra baiana e abriu o tapete para todos seguirem a caravana do Trio Eléctrico Armandinho, Dodo e Osmar. O quintal do complexo Turístico Cozinha da Tia Zita, no Benfica, também conhecido por Sukissa, foi transformado nas avenidas de Salvador que em tempo de carnaval tem Ondina como um dos cartões postais.
Armandinho trouxe a mestria na guitarra baiana e a revolução que ele impôs na música de Salvador, ao sair das bandas marciais e levar elementos de rock ao frevo, maxixe, axê e choro. André Macedo mandou bem em "Viva Dodô e Osmar"; "Eu sou carnaval", "Chão da praça", Lua dos Amantes" dentre outros sucessos do grupo muitos conhecidos na voz de Moraes Moreira, que destacou-se como vocalista no Trio Eléctrico Armandinho, Dodo e Osmar.
Temas
conhecidos de outras referências brasileiras como Olodum e Margareth Menezes
também estiveram no roteiro. O lado de roqueiro esteve em temas híbridos, um
inspirado em Carlos Santana, guitarrista mexicano, na versão de "Hotel
Califórnia" dos The Egleas e ao longo do concerto. Betinho Macedo, o
baixista da banda mostrou a cumplicidade com o irmão, a fazer marcação rítmica
e a complementar a secção percussiva. Ao trio dos irmãos Macedos, juntaram-se
Emanuel Magno na percussão, Jorge Brasil na bateria e Joberson Macedo, nos
teclados.
Samba improvisado
O grupo de samba Os Kambas abriu a tarde da feijoada brasileira no Complexo Turistico Cozinha da Tia Zita, no Benfica. Foi a primeira performance que estava agendada, muito concorrida pelos convidados que chegaram cedo. Interpretou sucessos de outros grupos brasileiros como Revelação e Só Para Contrariar, e fez adaptações de algumas músicas angolanas para rítmica de samba.
Rallie surpreendeu em palco com boa plateia, pela forma alegre e descontraída à maneira brasileira, porém, foi superada pelo jeito atrevido do fotógrafo angolano em serviço, Luís Damião, da Edições Novembro, que provocou uma roda de samba com pequenas execuções (animações) com pandeiro, o que motivou os músicos do grupo Os Kambas para tocarem cavaquinho e demais instrumentos, resultando num intercâmbio entre os dois povos. Era um dos pontos mais alto.
O
Brasil tem uma forte marca angolana na sua cultura e foi o primeiro país do
mundo a reconhecer a Independência Nacional de Angola, em 1975.
BRASILEIRO COM ALMA ANGOLANA
Um
intérprete de clássicos
Raille é nome artístico do empresário brasileiro Raimundo Lima, presidente da AEBRAN, tendo afirmado que a edição especial dedicada às relações bilaterais entre Angola e Brasil marcou as comemorações da 14ª edição da Semana do Brasil em Angola.
Raimundo Lima agradeceu ao presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro, Drumond Jaime, que testemunhou o encerramento das actividades.
Este ano, a Semana do Brasil em Angola incluiu uma mostra do cinema brasileiro para celebrar os 201 anos da Independência daquele país sul-americano e os 20 anos da AEBRAN.
Raimundo Lima é, também, professor, consultor de imprensa e especialista em Direito Eleitoral. Foi coordenador técnico da reforma das publicações da Edições Novembro e do grupo Aldeia Global, em que desenvolveu, nessa última instituição, actividades nas áreas de comunicação, educação, desminagem, infra-estrutura, tecnologia de informação e de responsabilidade social.
Na vertente artística é Rallie tem quatro álbuns musicais, gravou igual numero de temas angolanos. Tem o álbum "Imersão 32D", com 13 faixas, surgiu com tecnologia pioneira.
O músico apresenta um repertório com releituras de canções que estão no seu imaginário desde a infância. Tratam-se de composições de ídolos brasileiros como Tim Maia, Paulo Diniz, Altay Veloso, Waldick Soriano e Benito de Paula. Inclui, ainda, repertório de músicos estrangeiros como Filipe Mukenga, Adélia, Amália Rodrigues, Michel Jackson, entre outros. Faz versões com base na experiência musical adquirida em Angola e noutras paragens do mundo.
FEIJOADA
Gastronomia brasileira
A feijoada brasileira foi confeccionada pelo chef de cozinha Miguel Borges, profissional que há duas décadas trabalha em Angola, apostando na gastronomia do seu país, que não esteve presente apenas neste prato.
Foram distinguidos alguns bares e restaurantes que ao longo da jornada participaram na Semana da Gastronomia Brasileira, entre os dias 2 e 9. De acordo com a organização, foi um ponto de encontro entre os amantes dessa prato típico, que degustaram desde o acaraxê, a farova e outras iguarias da terra do samba, do futebol e da mulata, além de algumas variedades de cachaça (bebida), num evento em que o choupinho (cerveja) brasileiro teve sabor de marca angolana.
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