O julgamento do “caso Lussati”, que envolve militares e funcionários civis ligados à então Casa Militar do Presidente da República, desde há algum tempo redenominada Casa Militar, começou ontem em Luanda no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Quando correu a fuga para o domínio público do "draft" do documento que estava a ser "cozinhado" pelos juízes do Tribunal Supremo americano, um facto sem precedentes no sistema de Justiça dos Estados Unidos ao mais alto nível, muitos encararam tal incidente como uma tentativa de sectores pró-aborto medirem a pulsação e a reacção pública, ante a perspectiva de revogação da histórica decisão judicial conhecida por Roe v Wade.
Além claro, começa a tornar-se preocupante a deriva à direita que a sociedade israelita conhece ao ponto de os partidos políticos tradicionais que se posicionavam ao centro penderem para a direita e à esquerda, com o histórico Labour (partido Trabalhista) de Yitzhak Rabin, Shimon Peres, praticamente, desaparecer da cena política local.
Há dias, o jornal, The Jerusalem Post, que se posiciona ao centro da vida política israelita, lembrou no seu editorial, com um título sugestivo, que "Israel não pode abandonar a solução de dois Estados", exemplificando inclusive com um posicionamento impressionante de um político de extrema-direita, como este segmento encara a realidade que opõe Israel aos palestinos.
Trata-se do vice-ministro para os Assuntos Religiosos, Matan Kahana - político nacionalista-religioso, que vem da extrema-direita e cujo partido é o motor da expansão dos colonatos - que escreveu na sua página no Facebook, tal como citado no Editorial do The Jerusalem Post, assim : "não acredito que haverá paz aqui, e tenho certeza de que não haverá ‘Paz Agora’”, um jogo de palavras dirigido à organização de esquerda. "Porquê? Porque Beit Gamilel, Moshav em que moro, está erguido em terras que antes da criação do Estado de Israel eram habitadas por árabes, assim como a terra de um lugar que costumava ser chamado de Sheikh Munis. O facto de você e eu acreditarmos que esta é nossa terra, que foi prometida a nossos ancestrais e a nós... não impressiona os nossos primos, os filhos de Ismael, cuja narrativa nos encara como tendo imposto a nossa presença a eles. Saímos do sei-lá-de-onde e os expulsamos das suas terras (e quem ignora o facto de que eles têm também uma narrativa não é de direita, é apenas estúpido. Nós, os judeus, sonhámos e orámos por 2.000 anos para retornar à nossa terra. Para eles, apenas 74 anos se passaram. Não os subestimemos".
Quer dizer, até entre extremistas israelitas há a consciência de que o direito dos judeus coexistirem com os outros povos, nomeadamente os palestinos, tem estado a subverter um conjunto de procedimentos legais e acertos bilaterais, entre eles Resoluções do Conselho de Segurança, vários acordos e compromissos envolvendo Israel e a Autoridade Nacional Palestiniana.
E que com a actual deriva extremista do Governo Bennet-Lapid Israel não vai a lado nenhum, independentemente do emprego da força inútil e desnecessária contra os palestinos.
Numa altura em que os palestinos "celebram penosamente" a chamada Naqba (palavra árabe que significa catástrofe, para designar a criação e consequências da proclamação do Estado judaico no dia 14 de Maio de 1948), o jornal levanta duas questões importantes a que as elites políticas israelitas de direita e extrema-direita fazem "ouvidos de mercador", nomeadamente:"será que Israel quer manter a situação actual, em que milhões de pessoas (palestinianas) vivem sob o controle das suas estruturas militares ao mesmo tempo que lhes é negada a cidadania israelita? Ou quer tornar essas pessoas, os palestinos, cidadãs num eventual Estado bi-nacional e perder a maioria judaica?".
De facto, é incompreensível como os políticos em Israel, mesmo sabendo que no médio e longo prazos há e haverá mais perdas e desvantagens com a manutenção do actual status quo do que se enveredar pela via negocial para viabilizar a criação do Estado palestiniano, ainda assim figuras como o actual Primeiro-Ministro, Naftali Bennett, um jovem de pouco menos de 50 anos, e pela primeira vez nos últimos trinta anos, se opõem abertamente à solução dos dois Estados, uma verdadeira afronta à comunidade internacional e a todos os compromissos das últimas três décadas. E ninguém diz nada, nem a Administração Biden, nem a União Europeia, nem a ONU, ninguém é capaz de dizer à actual liderança israelita que o caminho que persegue não vai ajudar a tornar o Estado judaico mais seguro, não vai contribuir para manter a "maioria judaica" por muito tempo e não vai apadrinhar a manutenção da actual solidariedade e apoio que o mundo concede a Israel.
Mas segundo informações recentes e, dir-se-ia mesmo, que "ainda bem" que esse Governo extremista Bennett-Lapid tem os dias contados, a julgar pelo recente desequilíbrio no Parlamento em que a anterior maioria governamental passou à minoria com a renúncia de uma deputada, israelo-árabe, Ghaida Zoabi, que diz estar no Parlamento para avançar a causa palestiniana.
Mas, o pior pode estar para vir caso o partido nacionalista Likud de Netanyahu volte ao poder, liderando uma outra coligação, tal como já avisou o "chairman" da referida formação política, Yariv Levin, advogado e político com posições igualmente extremistas.
Se há dez, vinte e trinta anos, os políticos em Israel não ousavam opor-se abertamente à criação do Estado palestino, um compromisso de dimensão internacional assumido por sucessivas administrações americanas, hoje e sem que os Estados Unidos se oponham, os políticos israelitas que chegam a liderar partidos e ao cargo de Primeiro-Ministro falam abertamente contra a criação do referido Estado.
É verdade que a paz dificilmente se imporá a partir de fora, sendo expectável que ambas as partes, os israelitas e palestinos, negoceiem bilateralmente, mas não há dúvidas de que a cada dia que passa há uma clara intenção da parte de Israel em inviabilizar irreversivelmente todas as possibilidades de uma solução a dois.
Até quando Israel ignorará todos os apelos, alertas, conselhos e até Resoluções da ONU para que, em nome da segurança do Estado judaico a longo prazo tenha consciência da urgência e necessidade de fazer a paz com os palestinos?
Israel não poderá contar indefinidamente com o apoio da comunidade internacional, assassinando impunemente jornalistas, como a veterana Shireen Abu Akle, pivot da Aljazeera nos "territórios ocupados", demolindo casas e expulsando famílias de áreas dos seus ancestrais, sem que algum dia haja consequências, além dos actos cíclicos de vingança sangrenta, sendo caso para perguntar: para aonde vai Israel?
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