Mais do que charme fez parte das dez grandes potências industriais do mundo. Tem empresas líderes em sectores como a construção e o agro-alimentar, mas é a excelência dos seus vinhos, o design dos seus têxteis e a elegância dos seus carros que lhe dão fama.
Mas nenhuma nação se impõe entre as dez mais ricas do planeta (Itália faz parte do G8) só à base de comercializar os espumantes ‘Asti’, os excelentes azeites sicilianos, as roupas Armani e Versace ou os espampanantes carros Ferrari e Lamborghini. Essa é a face visível de um gigantesco icebergue económico, capaz de resistir incólume às seis décadas de instabilidade política que marcaram o pós-Segunda Guerra Mundial.
O dinamismo económico italiano, muito baseado na metade Norte, deve-se também a uma multidão de empresas, grandes e pequenas, que fazem do país uma potência industrial que na Europa só é comparável ao trio Reino Unido, França e Alemanha. Dispõe de uma indústria aeronáutica completa e uma ampla tecnologia espacial: fabrica aviões para transporte militar, aviões de guerra e helicópteros. Entre os sectores mais desenvolvidos destacam-se o automobilístico, o fabrico de utensílios, de electrodomésticos, de maquinarias electrónicas e de instrumentos de precisão.
Seis das cem maiores empresas mundiais ostentam a bandeira tricolor verde-branco-vermelha. Algumas dessas indústrias são marcas reconhecidas pelo grande público, caso dos electrodomésticos Indesit ou dos pneus Pirelli, mas existem igualmente outras mais discretas, capazes, porém, de gerar os milhões e milhões de dólares que permitem aos 60 milhões de italianos desfrutarem de um dos melhores níveis de vida do mundo.
Trata-se de um potencial que Angola devia aproveitar, no dizer do empresário Luís Chiminha.
Ele que defendeu o investimento italiano no sector dos transportes e na logística de distribuição como uma das formas de concluir os projectos da construção do porto de Porto Amboím, da implementação do Porto de Cabotagem do Norte de Angola, na construção de ligação das três linhas ferroviárias existentes com os países vizinhos. "As máquinas italianas ajudariam o sistema de reboque e de transporte de cargas no que concerne ao plano de construção de uma rede ferroviária de dois mil quilómetros, com ligação com os países fronteiriços”.
Outra referência: é o quinto país do mundo que recebe mais turistas, cujo número ascende aos 46,1 milhões. O turismo e o dinheiro gasto pelos turistas contribuem positivamente para a balança comercial. Atenta, a empresária Georgina Neto, presidente da Associação das Mulheres Empreendedoras do Uíge, manifestou um claro interesse do "envolvimento dos transalpinos nos pólos de Calandula, Bacia do Ocavango e no grande projecto Ocavango- Zambeze”.
O desenvolvimento tecnológico na agricultura ( que ocupa menos de 5 % da população activa e fornece menos de 2 % do PIB) colocou este país entre os principais produtores de trigo, arroz, hortaliças, frutas e flores.
A importância dada ao fórum do passado dia 23, que contou com a presença de importantes membros do Governo de Angola, entre os quais o Presidente da República, João Lourenço, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, o ministro da Agricultura , António Francisco de Assis, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, pode alterar o actual quadro das relações económicas entre os dois países. A embaixadora angolana em Itália crê neste desfecho: "a realização deste fórum abrirá uma nova fase”, disse Fátima Jardim no seu discurso de abertura.
José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola, admite "que, se tudo correr como deve ser, os italianos ajudarão o país a ter um desenvolvimento equilibrado, fruto das suas maquinarias, consideradas as melhores do mundo”.
Parceria africana
Exemplos das grandes empresas italianas são vários, como a Impreglio, um gigante do sector da construção, presente em todos os continentes e que em África tem uma forte implantação na Líbia, ex-colónia italiana mesmo do outro lado do Mediterrâneo. Ou a Torno, também do sector da construção e das grandes obras públicas, que ao mesmo tempo que ganhava o concurso para uma das linhas do metro de Milão, estava envolvida no continente africano na construção do complexo hidroeléctrico de Kariba, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe, em barragens no Sudão, numa central hidroeléctrica na Nigéria e ainda na abertura de estradas na Zâmbia.
Outro gigante italiano da construção é a Astaldi, com um currículo que inclui desde aeroportos a pontes e linhas férreas. Outra indústria italiana fortemente internacionalizada é a agro-alimentar, com a Parmalat nos seus tempos áureos, antes de um escândalo financeiro que a abalou de alto abaixo, a ser uma presença à mesa de gente tão diferente como os canadianos, os russos, os australianos e, em África, os moçambicanos, os tswaneses ou os sul-africanos. Com uma história mais antiga (foi fundada em 1877 também em Parma) e menos polémica, a Barilla exporta massas italianas para todo o mundo, com grande sucesso nos Estados Unidos, na França e na Alemanha.
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