Um público bastante representativo, entre nacionais e estrangeiros de diferentes faixas etárias, aderiu em massa, no fim-de-semana, à segunda edição do Festival das Bandas, que durante dois dias levou momentos inolvidáveis de convívio harmonioso ao espaço Prova D’Arte, no largo Alioune Blondin Beye, no bairro Miramar, em Luanda, também conhecido como Praça da Unidade Africana.
O encontro juntou no espaço crianças, adolescentes, jovens e mais velhos amantes da boa música angolana, que no fim do espectáculo, visivelmente satisfeitos, disseram que foram momentos de um convívio muito especial, abrilhantado com "as boas quetas dos velhos tempos do cancioneiro angolano.
Na roda, a dança esteve em evidência, com os convivas a mostrarem grande mestria e muita ginga durante as passadas de semba, kizomba e rebita.
O grupo carnavalesco União Kiela, liderado por Maravilha dos Santos, participou de forma activa na "farra”, apresentando aos convivas o Carnaval fora de época.
A união entre os artistas e a convivência harmoniosa mostrou, mais uma vez, que o projecto está no bom caminho e que pode ser uma grande oportunidade para atrair turistas de dentro e de fora do país.
De forma tímida, a Banda Evolution, representada por seis instrumentistas, arrancou com o segundo e último dia do festival, com a grande responsabilidade de representar bem a nova geração de artistas.
O grupo, com mais de 15 anos no mercado nacional, mostrou um grande potencial artístico, agitando a assistência ao interpretar temas como "Beleza no Olhar”, "Desespero”, de Robertinho, "Eu vou Voltar”, de Teta Lando, "Se tu queres ganhar”, "Tu tens o direito”, "Kalunga yó”, "Cota essa dama não é p’ra ti”, "Rosa Baila” e "Macongo”.
Em declarações ao Jornal de Angola, o vocalista da Banda Evolution, Luís Sebastian, disse que foi uma grande responsabilidade abrir o segundo e último dia do festival, reconhecendo que no princípio a timidez tomou conta do grupo, porque temia não satisfazer as expectativas de um universo tão eclético de convivas.
"Mas, à medida que o concerto foi acontecendo e as pessoas foram sendo contagiada com a música, a timidez ficou para trás e demos o nosso melhor para agradar a todos. E já agora aproveito para agradecer pela recepção apoteótica da assistência, que recebeu muito bem a banda”, disse reconhecido.
Passaram, igualmente, pelo palco do largo da Unidade Africana, no bairro Miramar, o Conjunto Dizu Dietu e a Banda Maravilha, que não deixaram os seus créditos em mãos alheias e fizeram a plateia vibrar, com um repertório que introduziu sucessos autorais e clássicos do cancioneiro nacional. O estilo kuduro também fez parte do alinhamento da Banda Maravilha, ao tocarem a canção filosófica "Felicidade”, do cantor Sebem.
Mais uma vez, a Orquestra Jovens do Prenda teve a honra de encerrar o Festival das Bandas. Como é habitual, o emblemático grupo começou a sua actuação com a rapsódia número três, deixando a plateia completamente empolgada.
Com 13 temas no alinhamento, os "Jovitos” exploraram, durante o concerto, as canções "Waxibaka”, "Bela”, "Nga Zua”, "Lamento de Mãe”, "Ngongo”, "Mexilhão”, "Madalenas” e outros clássicos.
Mais
incentivo do Executivo
A deputada à Assembleia Nacional Mihaela Webba, que fez questão de marcar presença na segunda edição do Festival das Bandas, referiu ser uma iniciativa positiva e actividades como estas serem necessárias, apelando ao Executivo por mais investimento na cultura nacional, onde a música e outras manifestações culturais são também fontes de atracção de turistas nacionais e estrangeiros e de receitas para os artistas e para o país.
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