Economia

Projecto diamantífero do Mulepe reforça estratégias da indústria de diamantes

Um investimento de 150 milhões de dólares, resultante da parceria entre a Gemcorp e a Endiama, prevê, ainda este ano, assegurar uma oferta de mais três milhões de toneladas/ano de kimberlitos para o país na fase plena de produção, por via da exploração da mina do Mulepe, na província da Lunda-Norte.

11/02/2021  Última atualização 15H30
© Fotografia por: DR
Segundo dados do projecto, na fase piloto de implementação, estima-se a geração de 140 postos de trabalho, mas que se alargara aos milhares quando iniciar a efectiva produção, priorizando a mão-de-obra local.A Gemcorp, um grupo de trading e investimento em mercados emergentes, e a Endiama Mining, Limitada, uma subsidiária Empresa Pública de Diamantes, assinaram, em Dezembro passado um acordo para a criação de uma parceria que visa dinamizar o potencial diamantífero do depósito do Mulepe, situado na Lunda-Norte.O Mulepe, que contém dpósitos aluviais e kimberlitos significativos, é um projecto estratégico, cujo objectivo é a criação de emprego e de valor acrescentado para esta região remota do país.

O acordo previu a criação, no decorrer deste ano, de um programa piloto de exploração mineira para garantir a rápida implementação do projecto, o início das operações e a exportação de diamantes.Com este programa piloto pretende-se que ambos os parceiros conheçam detalhadamente as operações mineiras a desenvolver no local, o tipo e a qualidade dos diamantes existentes na concessão, a capacidade dos prestadores de serviços que já actuam na região, assim como a potencial da arrecadação de receitas com a venda dos diamantes a extrair do Mulepe.

Depois da implementação do programa piloto, os parceiros vão dar continuidade aos trabalhos para materializarem na íntegra o potencial dos depósitos de kimberlitos de rocha dura do Mulepe.Enquanto accionista maioritária, promotora e operadora, a Gemcorp vai financiar o programa piloto e as operações de prospecção do projecto. A Endiama, por sua vez, que possui um conhecimento institucional relevante do local e cuja experiência na Lunda-Norte lhe é reconhecida, trabalhará activamente para que esta parceria se desenvolva de forma atempada, economicamente rentável e segura.

Na fase piloto, a Gemcorp pretende constituir uma equipa de profissionais experientes e empregar cerca de 140 trabalhadores, maioritariamente provenientes da comunidade local. Estes profissionais dedicar-se-ão a actividades como a gestão, operação e exploração mineira. De resto, a Gemcorp assume também que este projecto dará prioridade à contratação local de bens e serviços, assim como apoiará projectos de índole local, para que o impacto deste novo investimento seja relevante para a comunidade em que se insere e esteja alinhado com as estratégias do Governo.O projecto Mulepe é o primeiro investimento da Gemcorp na exploração diamantífera na África  Subsaariana.

Historicamente bem sucedida na gestão de projectos de grande escala em Angola, designadamente da Refinaria de Cabinda, a Gemcorp está bem posicionada para gerir, operacionalizar e rentabilizar mais este projecto, desta vez conjuntamente com a Endiama.Para o presidente da Comissão Executiva da Gemcorp, Atanas Bostandjiev, o grupo está verdadeiramente satisfeito por continuar a apoiar Angola na retenção do valor total  dos recursos naturais.

"Angola é um país com enorme potencial e esta parceria reforça a confiança que temos no seu futuro económico. A nossa capacidade e experiência no financiamento e no desenvolvimento de projectos, acompanhada da experiência na comercialização de bens na África Subsaariana, significa que estamos bem posicionados para implementar e concluir esta nova aposta. Estamos, por isso, ansiosos por começar a trabalhar com a Endiama para tornar o projecto  bem sucedido para todas as partes envolvidas”, afirmou. 

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Endiama E.P, Ganga Júnior, sublinha que a parceria constitui mais um passo para o aumento da carteira de negócios do subsector diamantífero angolano em toda a sua cadeia de valor."Temos grande gosto em trabalhar com a Gemcorp naquela que será a sua primeira actividade de exploração de diamantes no país, um exercício que vai contribuir, de certo, para o desenvolvimento de Angola e que representa um sinal forte de abertura do subsector ao investimento directo estrangeiro", conclui.

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