Desporto

Projecto Crime Zero afasta jovens do mal

Gaudêncio Hamelay |Lubango

Jornalista

O Projecto Crime Zero retirou das práticas nocivas à sociedade mais de mil jovens em dois anos de existência da Federação Angolana de Artes Marciais Mistas (FAMMA). A constatação é de Armando Carlos Diogo "Scott", presidente da direcção da instituição.

18/01/2023  Última atualização 10H00
Três lutadores angolanos constam do ranking mundial depois de abandonarem as ruas © Fotografia por: DR
Em declarações ao Jornal de Angola na cidade do Lubango, o dirigente revelou que sete atletas inseridos no Projecto Crime Zero tornaram-se campeões africanos no ano passado, bem como um (Maurio Silva) tornou-se no 6º Melhor Atleta do ranking mundial da categoria de 61 quilogramas.

"Temos três atletas no ranking mundial individual que contribuíram para a ascensão de Angola à 16ª posição do ranking mundial. Estamos todos de parabéns", disse.

Armando Diogo disse que a instituição mostrou às crianças as vantagens da prática da modalidade se tivessem empenho e dedicação.

"Sempre lhes dizemos o seguinte: 'Se vocês se entregarem às artes marciais, com certeza absoluta, vão tornar-se campeões algum dia'. Essa estratégia salvou-lhes a vida. É assim que o Projecto Crime Zero faz crescer o processo de reeducação social", disse.

O gestor assegurou que as artes marciais abraçaram o "Projecto Crime Zero" em 2010, através do Clube de Artes Marciais DBC Evolução e hoje está implementado em 12 províncias.

"As artes marciais educam as crianças e adolescentes por passar a filosofia de obediência castrense. Antes de você protestar, cumpre e só depois crias o teu próprio argumento", explicou.

Com a institucionalização da Federação Angolana, a direcção juntou-se ao projecto, porquanto "esses miúdos só precisam de uma oportunidade de conversar com alguém, pessoa que as dê ouvido e lhes mostre o caminho certo. O mais importante é ensinar a pescar".

 Três mil praticantes distribuídos no país

 A Federação Angolana de Artes Marciais Mistas (FAMMA) controla no país três mil praticantes e doze (12) associações provinciais em dois anos de existência. Os números deixam encantado o presidente da direcção, Armando Carlos Diogo "Scott".

O dirigente realçou que mais quatro associações remeterão o processo de filiação nos próximos meses, o que vai elevar não só os filiados, mas também o número de praticantes no país. A adesão de jovens ao MMA "é positiva".

"Só perdemos com o futebol, basquetebol e andebol. Somos a única modalidade marcial no país que cresceu em 12 províncias em dois anos. Este ano, teremos as províncias do Bengo, Moxico, Cuando Cubango e Cuanza-Sul", descreveu.

Scott asseverou que o MMA é o desporto de combate mais caro entre as praticadas no país. As exigências das Federações Internacionais diferem-se uma das outras. A título de exemplo, citou: "A inscrição de um atleta de jiu jitsu ou de judo num campeonato internacional não passa de 200 dólares. Um atleta de MMA paga 500 dólares, duas vezes a mais do valor cobrado por outras instituições análogas".

Para a obtenção de melhor resultado nas competições mundiais, Armando Diogo assegurou que os angolanos cumprem à risca as normas de preparação semelhantes a de outros países.

"Temos a cultura de equipar os nossos atletas à semelhança daquilo que encontram lá fora. Começamos por adc, o nível amador. Equipar um atleta de MMA devidamente custa no mínimo 180 mil kwanzas", revelou o valor.

Quando o atleta se torna profissional, os patrocínios são mais elevados. E justifica: "ganha-se muito dinheiro".

O gestor esclareceu que, por força da lei, não é permitido ao atleta amador ganhar dinheiro, "mas a cultura de se equipar bem vem desde o escalão mais baixo". A preservação da classe amadora é uma estratégia de manutenção dos futuros profissionais. Para o bem dos praticantes, "foram retiradas várias técnicas da classe profissional consideradas perigosas".

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