Lourenço Matias frisou que a entrega dos montantes  aos beneficiados vai ser antecedida da selecção dos bairros indicados, seguida do processo de escolha e formação dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário (ADECOS), procedimento que pode levar 27 dias.

A entrega do dinheiro, disse o responsável, acontece num período geral de seis meses, sendo que em cada 90 dias a família recebe 33 mil kwanzas, perfazendo 66 mil até à fase final.

Para a adesão ao processo, segundo ainda o dirigente, serão elegíveis as famílias em situação de vulnerabilidade, que vão receber o dinheiro com a finalidade de potenciar as acções económicas, através da criação de pequenos projectos, como  a melhoria do trabalho no campo, pequenos negócios ou até com a compra de utensílios domésticos indispensáveis para a vida no lar.

A par das transferências monetárias, lembrou Lourenço Matias, o programa abarca a inclusão produtiva que, durante o lançamento, beneficiou mais de mil cidadãos em aldeias do município de Quiculungo, através do fornecimento de energia eléctrica e aquisição de painéis solares.

De igual modo, o director destacou a existência de uma linha de trabalho ligada à promoção da municipalização da acção social comunitária, bem como o reforço do Cadastro Social Único.

Lourenço Matias esclareceu, ainda, que os cidadãos dos municípios de Ambaca e Cazengo enviaram projectos ligados à produção de óleo de palma e criação de diversos derivados alimentares, criados através da mandioca, anunciando que o Fundo de Apoio Social (FAS) vai financiar os projectos com viabilidade económica, com um valor de até 19 mil dólares norte-americanos, em caso de aprovação.

  Governador Pedro Makita está satisfeito com o nível de execução

O governador do Cuanza-Norte, Pedro Makita, disse estar satisfeito com o nível de execução e a lisura no processo de transferências monetárias às famílias carenciadas da província, no âmbito do Projecto Kwenda.

Ao discursar na cerimónia de lançamento do Kwenda, em Samba-Caju, o governante destacou a entrega de  447.731.500.00 (quatrocentos e quarenta e sete milhões, setecentos e trinta e um mil e quinhentos kwanzas) aos 19.151 agregados familiares, beneficiados na primeira fase do processo, nos municípios de Ambaca, Banga, Quiculungo e Golungo-Alto.

"O processo vem essencialmente para aprimorar as condições de vida das populações carentes das zonas rurais”, lembrou Pedro Makita, chamando a atenção dos sobas no sentido de se manterem vigilantes e denunciarem tendências de infiltrações de indivíduos não residentes a nível das comunidades para beneficiarem das quantias financeiras.

A administradora municipal de Samba-Caju, Ana Bela Dias, fez saber que o apoio prestado pelo Kwenda às famílias em situação de vulnerabilidade demonstra a preocupação do Executivo com as populações mais carenciadas.

O soba geral da região, Adelino Gonga, frisou que a população aguarda expectante o começo da implementação do projecto, por acreditar na possibilidade da "concretização dos vários anseios”, que vão desde a "ampliação do trabalho agrícola, criação de projectos de negócios à compra de alimentos para casa”.

O Kwenda é um programa do Governo que visa apoiar as famílias mais vulneráveis e em situação de pobreza, iniciado a 30 de Maio de 2020, à luz do Decreto Presidencial 125/20, com um orçamento estimado em mais de 400 milhões de dólares norte-americanos, financiados pelo Banco Mundial e pelo Governo de Angola.

O projecto pretende reforçar a capacidade do sector de Protecção Social, para implementar medidas de mitigação da pobreza, de curto e médio prazos, além de permitir o aumento da capacidade aquisitiva e financeira das famílias, fornecendo um apoio em renda para famílias pobres em áreas seleccionadas do país, que ajudem a estabelecer um sistema nacional de protecção social eficaz.