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Professores e gestores escolares em formação sobre inclusão no ensino

Mais de 200 gestores escolares e professores dos nove municípios da província do Cuando Cubango participam, de segunda à sexta-feira desta semana, na cidade de Menongue, de uma formação sobre a inclusão escolar das crianças com necessidades especiais de educação, soube o Jornal de Angola.

31/01/2023  Última atualização 09H10
Adelina Cassongo, directora em exercício do Gabinete da Educação © Fotografia por: Nicolau Vacco | Edições Novembro
A directora em exercício do Gabinete Provincial da Educação, Adelina Cassongo, em entrevista ao Jornal de Angola, afirmou que a referida formação está a ser mi-nistrada em cumprimento do Decreto Presidencial nú-mero 187/17 de 16 de Agosto, que estabelece os paradigmas relativamente à atenção e ao acompanhamento às pessoas com deficiência, com base no artigo nº 83 da Constituição da República de Angola.  

Adelina Cassongo afirmou que, com esta acção formativa, nos próximos tempos será extensiva a todos os professores, para que todas as escolas do Cuando Cubango estejam preparadas para receber as crianças com ne-cessidades especiais de educação e criar serviços para o devido atendimento do público alvo.

Referiu que a educação é um direito de todo o cidadão, garantido pela Constituição angolana, por isso, os indivíduos que apresentam deficiência física ou mental, além das minorias étnicas, entre outros, devem ter acesso ao conhecimento académico básico e poder frequentar as escolas de forma regular.

Segundo Adelina Cassongo, muitas instituições não promovem um ambiente inclusivo e não apoiam os alunos como eles necessitam e é por este facto que os gestores escolares tornam-se, a partir de hoje, agentes im-portantes para promoção da inclusão na escola.

"Vamos continuar a trabalhar com as crianças com deficiência, com as escolas e realizando palestras dirigidas aos alunos, de formas a quebrar o preconceito social, bem como, estimular a aprendizagem do grupo alvo, contando com a colaboração de todos, para que estes alunos se sintam acolhidos e motivados, para desenvolver o seu potencial ao máximo”, disse.

Durante o período de formação, os formandos serão munidos de conhecimentos em matérias ligadas ao atendimento educativo especializado, como a Língua Ges-

tual Angolana, a Política Nacional para o Desenvolvimento da Educação Especial, código de Braille, o Plano de Desenvolvimento para a Educação Especial, entre outros temas.

A acção formativa que decorre sob o lema "Preparar o professor para a inclusão escolar”, tem como objectivo principal permitir que as crianças, adolescentes e jovens com diferentes características e necessidades, permaneçam nas escolas, sob orientação e o devido acompanhamento do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE).

Formação alinhada à estratégia do Executivo

Para a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Helena Chimena Lourenço, a acção formativa se enquadra nas estratégias do Executivo angolano, alinhado à formação e capacitação dos quadros do sector da Educação, para melhor servir e proporcionar um ensino de qualidade. Durante vários anos, disse, as crianças com necessidades especiais de ensino foram excluídas da convivência, da partilha da mesma sala de aula com as outras, o que, do ponto de vista social, não era a melhor forma de lidar com a situação.

Acrescentou que com os conhecimentos que foram adquiridos pelos professores e gestores escolares em formação, estes terão, doravante, as habilidades técnicas, que os possibilitará lidar com estas crianças, gerindo o mesmo espaço com vista na formação inclusiva, sem a necessidade de se construírem escolas especiais, como anteriormente.

Disse que com este paradigma, o Estado angolano vai poupar recursos, que anualmente eram destinados à construção de escolas para o ensino especial, substituindo-as, pelas escolas inclusivas, para que todas as crianças convivam e aprendam juntas.

Helena Chimena Lourenço pediu aos formandos, empenho, dedicação e retenção dos conhecimentos a serem transmitidos, para o sucesso do ensino inclusivo na província e no país em geral, garantindo às crianças especiais, um ensino e formação de qualidade. Aos formadores, pediu paciência e coragem, na transmissão dos temas a serem abordados.

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