Cultura

Produtos de cestarias comercializados na feira

Manuel Albano |

Jornalista

Dezenas de produtos de cestarias como alcofas, vasos decorativos, porta-moedas, pastas, cestos, quindas, bases, balaios e fruteiras estão expostos na feira multidisciplinar, que decorre entre às 10h00 e às 17h00, na rua Tenente Valadim, por detrás do edifício onde funcionava a antiga Cervejaria Biker, na baixa da cidade de Luanda.

04/08/2024  Última atualização 11H37
Cada peça tem a sua beleza, o que tem despertado as atenções de quem passa próximo do local © Fotografia por: Raimundo Nbya | EDIÇÕES NOVEMBRO

Cada produto, com a sua beleza, tem despertado a atenção de quem passa próximo do local. Enquanto montava a bancada, timidamente, os mais curiosos aproximavam-se. "Só estou a olhar, não vou comprar...” dizia, a distância, uma jovem que aparentava ter 22 anos de idade. Com cortesia e algum marketing, a artesã Ivone Miguenji convidava a jovem e o acompanhante a não terem pressa e poderem apreciar os produtos expostos. Entre troca de sorrisos e aquela conversa informal, os jovens não resistiram aos apelos da vendedora. " Temos de saber cativar a clientela porque muitos têm receios por causa dos preços”, comentava Ivone Miguenji.

A artesã está também a comercializar trajes e panos africanos. No seu espaço, tem pastas, bases, cestos para o pão, pastas para a praia, cestos para roupa, vasos e muitos outros objectos manufacturados.

A reportagem do Jornal de Angola constatou que, durante a feira, tem sido comercializado, na verdade, de tudo um pouco sobre peças de artesanato, sobretudo as bases, os cestos para brindes, praia e cabazes.

Ivone Miguenji disse que os preços variam entre os três mil a 25 mil kwanzas.

A artesã reconhece ser muito trabalhoso fazer um produto de cestaria. "Temos de ter muita paciência para fazer as peças de artesanato.” Em média, disse, leva cinco dias para produzir, por exemplo, um cesto de roupa.

A matéria-prima, explicou, vem da Barra do Kwanza e do Mussulo. Segundo a vendedora, há comerciantes que trazem o material.

Dona Ivone e a irmã Imaculada Miguenji, aprenderam a arte com os pais e os avôs.  Na época, tinha apenas 12 anos e o mesmo processo está a ser transmitido aos filhos. "Esta arte é praticamente de família. A princípio eu aprendi com meus avós e os meus pais. Porque aqui tem artes diferentes. Tem produtos da região de Luanda e do Sul do país”.

Quanto à sua irmã Imaculada Miguenji, dona Ivone disse que tem procurado outros locais que possam garantir mais clientes. Dentre os vários constrangimentos apontou a distância e a falta de transportes públicos, assim como o elevado custo dos táxis para que a irmã não participasse nesta feira.

Segundo Ivone, a sua parceira tem a bancada montada no Museu da Escravatura, mas devido à redução de clientes têm optado por vender os seus produtos de cestarias como alcofas, vasos decorativos, porta-moedas, pastas, cestos, quindas, bases, balaios e fruteiras em zonas como o Patriota, Ilha de Luanda, Talatona e Morro Bento, quando são realizadas periodicamente feiras de arte.


Diversidade de peças despertam  curiosidade

Para o artesão Salvador Zau, de 21 anos, o projecto está a promover as artes na divulgação da diversidade cultural local. Os objectos, disse, retratam as vivências dos povos angolanos, a fauna, flora e os animais. A feira, garantiu, está a ser um local estratégico pela localização e tem, durante os três meses, proporcionado a troca de conhecimentos, visando um melhor desempenho e integração dos jovens no universo dos negócios no sector Cultural.

Por exemplo, disse, uma peça de artesanato como a mulher zungueira ou o caçador podem custar 85 mil kwanzas negociáveis. As peças mais pequenas, garantiu, podem custar entre 15 a 20 mil kwanzas.

Quem for ao local, assegurou, vai ter contacto com uma gama de peças trabalhadas com mestria e de muita qualidade estética. "Temos uma grande diversidade de peças de arte que têm despertado a curiosidade do público pela qualidade e diversidade de produtos expostos”.

No local, pode encontrar-se uma gama diversificada de artesanato como bustos, embondeiros, pensadores, estatuetas com imagens da Palanca Negra Gigante, rinocerontes, elefantes, girafas, caçadores, répteis e outras obras que representam a fauna e flora de Angola.

A capacidade criativa dos artistas, fundamentalmente das empreendedoras na produção de vários artigos de enfeite com material reciclado e outras iniciativas inovadoras, tem feito toda a diferença para quem procura no local produtos diferenciados.

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