Sociedade

Prevenção de calamidades domina encontro em Luanda

André da Costa|

Jornalista

O Executivo continua a apostar na adopção de acções proactivas e abrangentes, através do investimento em infra-estruturas resilientes, implementação de sistemas de alerta prévio e educação pública, para a prevenção de desastres causados por fenómenos naturais, bem como no reforço de práticas agrícolas sustentáveis, disse, sexta-feira, em Luanda, o secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico.

16/09/2023  Última atualização 08H25
Carlos Albino defende a necessidade de se cooperar com as organizações internacionais © Fotografia por: DR
Carlos Albino, que falava na abertura da reunião técnica do Secretariado Executivo da Comissão Nacional de Protecção Civil, que decorreu no Quartel Principal dos Bombeiros, acrescentou que os fenómenos naturais, com realce para as quedas pluviométricas, inundações, secas, sismos, terramotos, furacões e outros, têm impacto significativo na vida dos cidadãos, assim como na economia e no meio ambiente.

Nos últimos tempos, lembrou, regista-se o aumento substancial na frequência e intensidade dos fenómenos naturais acima mencionados, afectando a população, infra-estruturas e a economia, citando, como exemplo, as últimas inundações causadas pela chuva. 

O secretário de Estado afirmou que o país tem enfrentado ameaças de seca, tendo destacado as registadas no Namibe, Cunene, Huíla e parte das províncias do Cuando Cubango e do Cuanza-Sul, que afectaram a produção agrícola, proporcionando pressão adicional sobre os recursos naturais e a segurança alimentar da população. 

"A seca não prejudica somente a produção de alimentos, mas, também, proporciona migração ou deslocamento de comunidades em busca de recursos hídricos, aumentando as tensões sociais e a vulnerabilidade da população mais carente”, sublinhou.

O governante defendeu a necessidade de se continuar a cooperar com as organizações internacionais no sentido de se adoptarem estratégias conjuntas no combate às alterações climáticas, reduzindo assim a emissão de gases com efeito  estufa. "As acções visam ainda o fortalecimento da capacidade de resposta aos desastres naturais, através da preservação do meio ambiente”.

O secretário de Estado fez saber que os fenómenos de origem natural e antropogénicos que abalam o mundo são cada vez mais presentes e o país não está isento. "É nosso dever trabalhar de forma árdua e sustentável para proteger as comunidades, preservando o meio ambiente e garantir um futuro mais seguro às próximas gerações”.   

  Chuvas matam 392 cidadãos 

As chuvas registadas no país entre 15 de Agosto de 2022 e 15 de Maio do corrente ano causaram a morte de 392 cidadãos, 14 cabeças de gado, assim como o ferimento de 223 pessoas.

Os dados constam no relatório da época chuvosa analisado durante a reunião do Secretariado da Comissão Nacional Executiva da Protecção Civil. 

De acordo com o documento, das 392 pessoas mortas, 163 foram por descargas atmosféricas, 171 por desabamentos e soterramentos, 49 por afogamento, oito por eleitrocussão e uma por queda de árvore. 

A província do Huambo foi a mais afectada com 70 mortes, seguida da Lunda-Norte com 56, Bié (52), Cabinda (44), Luanda (38), Huíla (29), Benguela (21), Cuanza-Sul (21), Malanje (13), Uíge (11), Cuando Cubango (sete), Cuanza-Norte (sete), Moxico (sete), Lunda-Sul (seis), Cunene (quatro), Zaire (três), Namibe (duas) e Bengo (uma).      

Segundo o relatório, das 223 pessoas feridas 125 foram por descarga atmosférica e 98 por desabamento e soterramento, sendo a província do Huambo a mais afectada com 93 casos, seguida pelo Cuanza-Sul (41), Bié (22), Benguela (16) e Lunda-Norte (13). 

As chuvas afectaram 224.808 cidadãos, 46.835 residências, 101 escolas, 27 unidades de saúde, 399 lavras, oito estradas, 80 igrejas, 25 postos policiais, dois quartéis de bombeiros, 17 pontes, 34 postes de iluminação pública, 37 viaturas e provocaram a queda de 600 árvores.

O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Félix Domingos, disse que, tendo em conta os danos das chuvas, foi lançada a campanha nacional de comunicação para a redução de risco de desastres naturais. 

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