O Presidente da República Democrática do Congo (RDC) pretende discutir as tensões entre o seu país e o Ruanda durante a visita, na terça-feira, a Kinshasa do secretário de Estado norte-americano, anunciou hoje a Presidência.
O "futuro primeiro-ministro" terá a seu cargo tomar medidas contra a crise do custo de vida, disse hoje o gabinete do chefe do executivo, o demissionário Boris Johnson, que está a ser responsabilizado pelo agravamento da situação económica.
O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, acusou hoje o Exército da vizinha República Democrática do Congo (RDC) de colaborar com um grupo rebelde criado por alguns dos líderes do genocídio de 1994, em plenas tensões diplomáticas bilaterais.
"A RDC está a apoiar as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), infelizmente com o conhecimento da Monusco [missão de paz das Nações Unidas na RDC]", disse o Presidente ruandês.
Kagame acrescentou que o governo de Kinshasa comporta-se como uma "criança mimada" que, depois de "causar problemas", decide "chorar" para atrair a atenção da comunidade internacional.
"Os incidentes começaram em 2019, quando as FDLR atacaram o sector Kiningi (noroeste de Ruanda) e mataram a nossa gente (...). Essas pessoas foram armadas pelo governo da RDC. Também houve bombardeamentos dentro do nosso território com armas pesadas que mataram pessoas ", disse também o Presidente ruandês.
"A RDC tem problemas com os quais não consegue lidar, assim como todos os países soberanos. No entanto, é inaceitável ver grupos armados da RDC atacarem-nos e matarem a nossa gente", vincou.
Durante a entrevista, Kagame negou novamente as alegadas ligações do Exército ruandês ao M23.
Desde março que os rebeldes do M23 lideram uma forte ofensiva contra as posições do Exército da RDC na província de Kivu do Norte (nordeste), controlando com sucesso a estratégica cidade de Bunagana - um importante centro de comércio e tráfego de camiões na fronteira do RDC e Uganda - e outras localidades.
Além de provocar o deslocamento de mais de 170.000 pessoas, segundo dados da ONU, os combates também geraram uma escalada da tensão diplomática entre os dois países.
De acordo com o porta-voz da Monusco, Frederic Harvey, actualmente não há "confirmação factual" da colaboração ruandesa com o M23.
O M23 foi fundado no início de 2012 como uma fação do já extinto Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), um grupo de rebeldes principalmente de origem ruandesa que lutou contra as FDLR em solo da RDC.
A FDLR, por sua vez, foi formada em 2000 por alguns líderes do genocídio ruandês de 1994 e outros ruandeses exilados na vizinha RDC com o objectivo de recuperar o poder político no seu país de origem.
Em Novembro de 2012, o M23 avançou e ocupou rapidamente, durante duas semanas, a cidade de Goma, capital do Kivu do Norte, mas a pressão internacional obrigou o grupo a retirar-se e a iniciar negociações de paz com o governo da RDC.
Em seguida, os investigadores da ONU acusaram o M23 de contar com o apoio económico e militar do Ruanda e até de receber ordens directas de altos funcionários do Exército ruandês, algo que Kigali negou categoricamente.
Depois dos rebeldes e o governo da RDC terem assinado um acordo de paz em 2013, as tensões entre as duas partes têm sido frequentes, com o M23 a lamentar a lenta aplicação de alguns dos pontos acordados.
O leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército há mais de duas décadas, apesar da presença da Monusco, com mais de 14.000 'capacetes azuis'.
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