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Presidente do Parlamento pretende unir são-tomenses

O presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Delfim Neves, justificou à Lusa a sua candidatura às eleições presidenciais de Julho com a intenção de “unir os são-tomenses” e acabar com “dez anos” de “divisão da sociedade”.

13/05/2021  Última atualização 11H54
Caso seja eleito Delfim das Neves promete acabar com dez anos de divisões da sociedade © Fotografia por: DR

"Achei por bem participar nestas eleições porque entendo que um dos papéis principais do Presidente da República é efectivamente unir o seu povo, unir a nação, fazer com que o povo se entenda”, relatou à agência Lusa, durante uma deslocação a Lisboa.Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento de São Tomé e Príncipe é a "divisão da sociedade”, sustentou, considerando que a "irmandade e solidariedade” que caracterizavam o povo são-tomense perderam-se "nos últimos dez anos”.
Responsabilizando a classe política pelas "mensagens inflamadas”, defendeu que os políticos são-tomenses, independentemente das diferentes opções, têm "um partido comum, que se chama STP”.O seu partido, o Partido de Convergência Democrática (PCD), integra uma coligação conhecida como a ‘nova maioria’, composta pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), União dos Democratas para a Cidadania e Desenvolvimento de Mudança (UDD) e Movimento Democrático das Forças da Mudança (MDFM), e que suporta no Parlamento o Governo liderado por Jorge Bom Jesus, desde as eleições de 2018.As eleições legislativas foram vencidas pela Acção Democrática Independente (ADI), de Patrice Trovoada, que estava até então no poder, mas que não conseguiu formar Executivo.
Cerca de dois anos e meio depois, Delfim Neves faz um balanço positivo desta ‘geringonça são-tomense’."Pelo menos, deu para desintoxicar aquilo que era a política feita pelo anterior Governo, que era uma política divisionista, de perseguição, de muita injúria, calúnia e difamação que a todos nós preocupava numa perspecti-va de voltarmos ao partido único, um partido que controla todas as estruturas governativas e toda a Administração Pública e que tinha uma tendência ditatorial. Temos que ser claros nesse aspecto”, considerou.
O candidato sustenta com este exemplo o motivo da entrada na corrida à Presidência são-tomense."É por causa disso que eu entrei, mas numa perspectiva completamente diferente: não para cobrar desforra, muito menos para meter mais brasas na fogueira, mas sim fazer o inverso, fazer como que uma tábua rasa a esse tipo de política, que não ajuda em nada São Tomé e Príncipe, enquanto país, e o seu povo”, afirmou o candidato.A decisão, descreveu, foi tomada depois de auscultar as forças vivas da sociedade são-tomense, das ‘palaiês’ (vendedoras no mercado) aos ex-Presidentes, passando pelos líderes sindicas, reitores, confissões religiosas, e incluindo o seu parceiro de coligação Jorge Bom Jesus.
"Quis ouvir o que eles acham da nação, do que necessita e qual é a qualidade da pessoa que deve ser o Presidente da República para atender às preocupações. Não é uma questão decidida de ânimo leve e sozinho”, comentou.Delfim Neves elogia o trabalho que o Governo tem feito na resposta à Covid-19 no país, mas afirma-se particularmente preocupado com o pós-pandemia, num país altamente dependente da ajuda externa e do turismo, quer como gerador de receitas quer como criador de empregos.
"Aí é a questão social, e o Presidente da República e o Governo têm que estar muito atentos sobre essa questão da empregabilidade, sobretudo para a juventude”, cerca de 70 por cento da população, alertou.As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de Julho e o MLSTP já anunciou o seu apoio à candidatura de Guilherme Posser da Costa, mas vários militantes do partido no Governo já manifestaram intenção de avançar para a corrida eleitoral.
Questionado por esta multiplicação de candidaturas da área política da ‘nova maioria’, Delfim Neves disse não poder comentar, por ser "extra MLSTP” e recordou que aquele partido expressou o seu apoio a um nome.

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