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Presidente da SADC considera inviável criação de moeda única para a região

Garrido Fragoso

O Presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Lourenço, considerou. quinta-feira, em Luanda, não ser viável a criação de uma moeda única na região, como forma de facilitar a integração regional e as trocas comerciais entre os Estados-membros, salientando que a iniciativa faria mais sentido caso fosse implementada ao nível do continente.

18/08/2023  Última atualização 09H19
João Lourenço pede aos Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral esforço conjunto com vista à integração regional © Fotografia por: Contreiras Pipa| Edições Novembro


 "O desenvolvimento de uma região não tem de passar, necessariamente, pela criação de uma moeda única. Talvez fizesse mais sentido começar a pensar-se na eventualidade de uma moeda única para o continente”, argumentou o novo líder da SADC, salientando que o assunto não foi debatido na 43ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização regional, que ontem encerrou os trabalhos, numa da unidade hoteleira de referência em Luanda.

Para argumentar a inviabilidade da criação de uma moeda única na região, o Presidente João Lourenço lembrou aos jornalistas, no decurso da conferência de imprensa, que marcou o encerramento dos trabalhos da Cimeira, sobre a existência, no continente, de várias regiões económicas e que a SADC é apenas uma delas.

Aos Estados-membros da Comunidade, João Lourenço solicitou esforços conjuntos com vista à integração regional. "A integração regional da SADC é algo que não depende apenas de um país. Todos os Estados-membros devem ter o mesmo interesse de lutar para que se consiga este objectivo”, afirmou o líder da organização regional, alegando ainda que "com a integração regional todos os países membros da organização regional sairão a ganhar”.

Aos jornalistas, o novo líder da SADC prometeu, durante o tempo que estiver à frente da organização regional, cumprir com todas as decisões colectivas tomadas durante a Cimeira de Luanda.

"Tudo farei para em conjunto com outros Chefes de Estado cumprirmos, na medida do possível, com as principais decisões tomadas, particularmente nos domínios do Desenvolvimento Económico e Social, e da Defesa e Segurança da região”, afirmou João Lourenço, lembrando que Angola subscreveu todos os acordos que têm a ver com a integração regional, salientando, por isso, que procurará respeitá-los ao máximo.

João Lourenço disse que no capítulo de Defesa e Segurança da região, o quadro pode ser considerado "estável”, salvo as situaçõesno Leste da República Democrática do Congo (RDC) e na província de Cabo Delgado, no No0rte de Moçambique.

  Industrialização do continente

O Presidente João Lourenço referiu que uma das maiores preocupações da SADC é a aposta nos recursos humanos, sobretudo na juventude, para assegurar, nos próximos anos, que os Estados-membros tenham maior desempenho e seriedade na industrialização da região e do continente.

João Lourenço defendeu, por isso, maior mobilização de recursos para investir em infra-estruturas como estradas, caminhos de ferro, pontes, aeroportos e, sobretudo, garantir uma maior oferta no abastecimento de água e energia eléctrica, dois bens "essenciais” para que se possa falar em industrialização.

"Só se pode falar de indústria ali onde há garantia de água e sobretudo energia eléctrica”, referiu o Chefe de Estado, que também defendeu maior partilha destes bens entre os Estados-membros, reconhecendo que nem todos os países reúnem condições para produzir energia em abundância.

"Quem tiver energia eléctrica em excesso deve colocar esse excesso à disposição dos Estados que necessitarem”, aconselhou o Presidente da República e líder da SADC.

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