O Presidente da República manifestou, ontem, preocupação pelo estado de degradação em que se encontram os estádios nacionais de futebol.
João Lourenço manifestou a opinião ao intervir, no Palácio Presidencial, na abertura do encontro com os presidentes e representantes das federações nacionais.

O Presidente considerou a forma de gestão dos estádios de futebol e dos pavilhões gimnodesportivos dos grandes problemas do desporto nacional. "A única razão é que não têm boa gestão”, declarou.
Lembrou que o Estado investiu na construção de novos estádios de futebol e pavilhões gimnodesportivos, em algumas cidades do país, mas admitiu não haver capacidade de os gerir convenientemente, razão pela qual defendeu que seja outra entidade a fazê-lo, para gerarem receitas.

"Em todo o mundo, o desporto dá dinheiro. Só em Angola é que não dá. Só dá despesas, não dá receitas”, lamentou.
O Titular do Poder Executivo lamentou, igualmente, o facto de o país estar a ser incapaz de manter as poucas infra-estruturas que tem. "Estou a falar das grandes infra-estruturas, porque as pequenas até já desapareceram. Nos bairros, onde havia pequenos campos de futebol e de basquete, os espaços estão ocupados por habitações precárias”, notou.

João Lourenço defendeu que as empresas que receberem a missão de gerir os estádios e pavilhões gimnodesportivos devem ter capacidade de os manter, fazer deles uma fonte geradora de receitas e serem auto-suficientes. "Não podem ir ao Orçamento Geral do Estado (OGE) buscar dinheiro”, alertou.

Esclareceu que o Estado só deve investir uma vez, construindo os estádios, para, depois, serem geridos por outra entidade vencedora de concurso. Esta entidade, ressaltou, deve estar organizada, ao ponto de produzir receitas suficientes, capazes de manter as infra-estruturas em bom estado e ter excedentes.

O encontro de ontem, convocado pelo Presidente da República, serviu para manifestar preocupação face ao estado actual do desporto nacional e ouvir os presidentes e representantes das federações desportivas nacionais.

"Gostaríamos de  ouvir de vocês o que precisamos de fazer, em que falhamos, onde é que os clubes falharam, onde é que as federações falharam, onde é que o próprio Executivo falhou e o que terá conduzido à situação em que o desporto angolano se encontra hoje”, esclareceu.
Ao fazer uma avaliação sobre o estado actual do desporto, João Lourenço reconheceu que o período "relativamente longo”, de mais de um ano de Covid-19, terá jogado em desfavor, mas salientou não ser a única,  muito menos a principal razão do problema do desporto angolano.