Política

Presidente da República orienta maior atenção à defesa e segurança nacional

César Esteves

Jornalista

O Chefe de Estado, João Lourenço, recomendou, terça-feira, as novas chefias das FAA a dedicarem maior atenção à questão da segurança nacional, esclarecendo que “esta é uma matéria que não deve ser valorizada apenas em tempo de guerra, mas, também, em período de paz”.

25/01/2023  Última atualização 07H01
General de aviação Altino Carlos José dos Santos, empossado pelo Chefe de Estado, prometeu prestar, no seu consulado, maior atenção ao homem © Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
"Costuma-se dizer que é na paz onde existem melhores condições para qualquer Estado se preparar e prevenir para qualquer eventualidade que, de preferência, não deve acontecer, mas, às vezes, nem tudo depende de nós e pode acontecer”, frisou o Chefe de Estado, afirmando: "É na paz que devemos desenvolver e fortalecer as nossas Forças Armadas”.

A recomendação foi anunciada pelo Presidente da República, João Lourenço, no momento em que conferia, no Salão Nobre do Palácio Presidencial, posse ao novo chefe do Estado-Maior das FAA, o general de aviação Altino Carlos José dos Santos, e a cinco outros oficiais generais, nomeadamente, o chefe do Estado-Maior General Adjunto para a Área Operacional e Desenvolvimento, tenente-general Artur Santos Vinama, os comandantes do Exército, general João Serafim Kiteculo, e o da Força Aérea Nacional, general Virgínio António da Cunha Pinto, o inspector-geral de Defesa Nacional, o general Gouveia João de Sá Miranda, e o chefe-adjunto da Casa Militar do Presidente da República, o general Sequeira João Lourenço.

O Presidente da República sublinhou, a propósito, que os países devem prestar, permanentemente, particular atenção à Defesa e à Segurança Nacional, "o que, por outras palavras, significa prestar atenção às Forças Armadas Nacionais”.

"Daí a necessidade de, sempre que for necessário, e  que a situação o requerer, acontecerem processos de promoção nas carreiras e movimentação das chefias e dos comandos militares”, disse João Lourenço.

 Avançou, assim, que a nomeação do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas (FAA) vai passar a obedecer, doravante, ao princípio da rotatividade, abrangendo os três ramos, para se acabar com a hegemonia do Exército, que, até aqui, mais liderou a estrutura castrense.

O Presidente da República, que falava na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, referiu que, tal como está a acontecer, agora, com a Força Aérea Nacional, que acaba de dar, pela primeira vez, um chefe do Estado-Maior das FAA, vai chegar, também, o momento da Marinha de Guerra liderar a estrutura castrense.

"Desta forma, faz-se a justiça, porque, afinal de contas, não são apenas os efectivos do Exército que defendem o país, mas todos, em conjunto e de forma coordenada, contribuem para a segurança nacional”, realçou.

O Presidente fez saber que a indicação de um general de aviação para a chefia das FAA representa o cumprimento, pela primeira vez, da Lei que estabelece que a liderança das Forças Armadas seja rotativa, "ou seja, não deve recair apenas a favor de um dos ramos”.

"Como sabemos, as Forças Armadas Angolanas têm três ramos: o Exército, Força Aérea e a Marinha, mas, até à presente data, a chefia das Forças Armadas esteve entregue, sempre, a um general do Exército”, ressaltou João Lourenço, que, a seguir, acrescentou: "esta é a primeira vez que ensaiamos a indicação de um general de um outro ramo diferente do Exército, no caso o general da Força Aérea Nacional. Acreditamos que esta experiência é para ser continuada”, assegurou.

 

Mais dedicação

Nessa nova caminhada das FAA, o Presidente da República disse esperar do novo chefe de Estado-Maior General, do seu adjunto, dos comandantes dos ramos e de outros oficiais generais, ontem empossados, mais dedicação ao trabalho, particularidade que disse já fazer parte do agir deles ao longo dos anos, ou seja, desde que o país é independente.

"Pelo que a gente conhece, esses generais, aqui presentes, estão nestas lides praticamente desde o nascer da República de Angola, na altura ainda República Popular de Angola. Acreditamos, por isso, que a Defesa e a Segurança do país estão entregues em boas mãos”, frisou.

O Presidente ressaltou que os oficiais generais, ontem empossados, são detentores de uma folha de serviço invejável que a Pátria não só agradece, mas reconhece. A cerimónia de tomada de posse aconteceu ao meio da manhã de ontem e foi testemunhada por altas figuras do Estado, com realce para a presidente da Assembleia Nacional, os presidentes dos tribunais superiores, o procurador-geral da República e ministros de Estado.

 

Aposta no homem

O novo chefe do Estado-Maior das FAA, o general de aviação Altino Carlos José dos Santos, prometeu, durante o seu consulado, prestar uma maior atenção ao homem.

Em termos de prioridades, disse haver já uma directiva que passa pela reestruturação e dimensionamento das FAA, que teve início em 2018 e previsão de conclusão para 2028.

O general de aviação referiu, a propósito, que um dos objectivos desta directiva está focada no homem, que disse ser o seu objectivo principal. "Ela suporta-se em três pilares, nomeadamente, o homem, as infra-estruturas e equipamentos”, aclarou.

Altino Carlos José dos Santos fez saber que no seio das FAA há militares com tempo de serviço cumprido, muitos dos quais desde 1992, que agora precisam passar para a reforma.

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