João Lourenço, que se dirigia a José de Lima Massano, depois de o empossar nas funções, numa cerimónia realizada no Salão Nobre do Palácio Presidencial, na Cidade Alta, disse estar muito esperançado na sua nomeação para o cargo de ministro de Estado para a Coordenação Económica.

"A grande doença da nossa economia continua a ser, ainda, a forte dependência das receitas do petróleo”, afirmou.  O Chefe de Estado referiu que a transformação dos recursos minerais, aqui no país, deve dar lugar a um conjunto de bens essenciais para a vida das populações e, desta forma, aumentar-se o leque de bens exportáveis.

"A tarefa, para si, talvez não seja muito difícil, a julgar pelo seu rico currículo e pelo facto de estar a vir da banca. Portanto, facilmente, saberá mobilizar a banca para passar a financiar mais a economia nacional”, realçou.

O Presidente João Lourenço salientou que a economia de qualquer país é tão importante quanto o é, por exemplo, a segurança nacional, que, segundo fez saber, talvez seja superada, na medida em que deste sector depende muito do que designou "saúde da economia do país”, da qual, como disse, depende muitos mais sectores.

Quanto ao tema dos combustíveis, o Presidente da República orientou, igualmente, José de Lima Massano a dedicar atenção a este assunto, com vista à resolução, a contento, da economia nacional e dos cidadãos, que, tal como sublinhou, "acabam por ficar, de alguma forma, afectados”.

"Chega num momento em que vai encontrar um dossier delicado, mas que precisamos de resolvê-lo a contento não só da economia como, também, dos cidadãos que, de alguma forma, acabam por ficar afectados”, ressaltou o Presidente da República, para quem José de Lima Massano pode contar com o seu apoio e de todo o Executivo, a fim de alcançar sucesso nas novas funções.

José de Lima Massano promete trabalhar para os fins preconizados

O novo ministro de Estado para a Coordenação Económica prometeu trabalhar, de forma afincada, para a concretização dos fins preconizados. "Nós vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para irmos ao encontro dessas orientações”, afirmou José de Lima Massano, para quem o grande desafio vai passar por cuidar, de facto, da execução.

José de Lima Massano disse contar, para o sucesso desta missão, com o apoio de todos os integrantes da cadeia de actuação, como a comunidade empresarial, os mais variados agentes económicos e dos cidadãos, sublinhando ser desta forma, em conjunto, que se vão conseguir superar os grandes desafios colocados, ainda, à economia nacional.

Tema dos combustíveis

Em relação ao tema dos combustíveis, o novo ministro de Estado para a Coordenação Económica fez saber que vai trabalhar com o Sistema Financeiro, a fim de fazer uma reapreciação e ver, com maior realismo, a capacidade existente para assegurar que os cartões, todos, sejam entregues e estejam em pleno funcionamento.

A ideia, explicou, é permitir que os benefícios a ele associado cheguem aos cidadãos que, ao exercerem as actividades, quer de transporte, quer de pesca, possam tirar, efectivamente, vantagens.

"Este é um tema de grande preocupação e a orientação está dada. Vamos procurar, rapidamente, ter as condições operacionais para que este desconforto seja minimizado”, acentuou.

José de Lima Massano referiu que, do lado do Governo, vai ser necessário ter-se bem presente, também, o conjunto de responsabilidades e assegurar que as metas de inflação possam ser atingidas.

Apesar de se ter o Banco Central com a responsabilidade primária, disse haver, ainda, um conjunto de deficiências de natureza estrutural, que são da competência do Governo.

"Temos, também, que agir com eficácia perante os recursos limitados que vamos dispondo, mas assegurar que a estabilidade de preços seja uma realidade e, com isso, termos a condição de preservar rendimentos e proteger a qualidade de vida dos cidadãos”, concluiu.

José de Lima Massano foi nomeado, quinta-feira, por conveniência de serviço, para o cargo de ministro de Estado para a Coordenação Económica do Presidente da República, depois de, a seu pedido, ter sido exonerado das funções de governador do Banco Nacional de Angola, para o qual havia sido nomeado pelo Decreto Presidencial nº 282/22, de 7 de Dezembro. José de Lima Massano substitui, nas funções, Manuel Nunes Júnior, exonerado no mesmo dia.