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Presidente brasileiro quer fórum para paz na Ucrânia

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs a criação de um fórum de paz para auxiliar as negociações entre Rússia e Ucrânia.

02/02/2023  Última atualização 08H00
Lula da Silva defende a construção de mecanismo de diálogo para apoiar as negociações © Fotografia por: DR

Lula defendeu ainda a  construção do mecanismo de diálogo entre Rússia e Ucrânia durante o encontro que manteve com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que solicitou que o Brasil enviasse munições para a Ucrânia. Lula da Silva negou a solicitação e disse que a sua guerra é contra a fome, não contra a Rússia.

Na ocasião, o Presidente brasileiro fez um apelo às lideranças mundiais para que concentrem as suas forças nas negociações de paz.

Lula afirmou que tem ouvido "muito pouco” sobre essa possibilidade e defendeu a construção de um fórum internacional reunindo países interessados em impulsionar as negociações entre russos e ucranianos.

Entre os possíveis participantes, o Presidente brasileiro, mencionou os Estados Unidos e a China.

Para o historiador brasileiro, Leonardo Trevisan, professor de Economia e Relações Internacionais da ESPM, um esforço de paz é necessário para a resolução do conflito na Ucrânia, evitando que se escale para um "confronto inimaginado”.

O analista avalia que a postura de Lula, de evitar que o Brasil se envolva directamente no conflito, é coerente com a tradição diplomática daquele país.

"O Brasil em nenhum conflito toma posição. Isso vem de décadas. O Brasil procura ter uma posição de equidistante. Agora, não é diferente. E sempre a apoiar a via diplomática, através de negociação de paz. A posição do Presidente Lula está coerente com a história da diplomacia brasileira”, reforçou.

Trevisan destacou que o conflito "traz uma grande mudança no mapa geopolítico do mundo” no embate de hegemonia entre Estados Unidos e a China.

"Essa guerra, na prática, representa uma definição para a Europa e sobre qual dos lados ela pretende ficar. Com qual dos lados ela pretende comercializar mais. Nós estamos nesse embate, que é um embate tecnológico, é um embate comercial, é o embate de preponderância geopolítica.

A Europa está a ser obrigada a fazer uma escolha. Como a Europa já tinha feito uma escolha de maior aproximação com a China, os Estados Unidos, estão agora a cobrar uma posição mais próxima daquilo que eram as tradicionais alianças entre Estados Unidos e Europa desenhadas desde a Segunda Guerra Mundial com a Organização do Tratado do Atlético Norte (OTAN). É sobre isso que estamos a falar”, esclareceu.

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