Economia

Preço do petróleo acumula perdas superiores de 12%

Os preços do Brent (petróleo de referência para as vendas angolanas) para entrega e Maio encerraram a semana a acumular perdas de 12,45 por cento, sob a influência dos receios do mercado sobre o futuro do sector financeiro depois do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, bem como a crise de liquidez do Credit Suisse.

19/03/2023  Última atualização 09H31
Preço do petróleo acumula perdas superiores de 12% © Fotografia por: DR

Na sexta-feira, o Brent fechou o dia em baixa de 2,32 por cento, sendo negociado a 72,97 dólares por o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI, de referência para os Estados Unidos) para entrega em Abril encerrou com perdas de 2,36 por cento, a 66,74 dólares, acumulando uma queda semanal de 13,26 por cento.

As perdas registadas remetem os preços para Abril de 2022, sendo o nível mas baixo em praticamente um ano, de acordo com a Bloomberg.

"Os preços do petróleo foram atingidos esta semana, uma vez que a turbulência no sector bancário aumentou o risco de uma desaceleração ou recessão económica significativa este ano”, escreve o analista-sénior de mercados da Oanda, Craig Erlam, em nota.

Mesmo com o anúncio de suporte ao sistema bancário feito pela Reserva Federal (Fed, banco central americano) e, na Europa, pelo Banco Nacional da Suíça (SNB) para o Credit Suisse, a cautela continua a dominar o sentimento dos investidores.

"Claramente, os investidores não estão convencidos de que o pior já passou, o que continua a pesar fortemente sobre o preço do WTI, principalmente num fim-de-semana em que tudo pode acontecer, como vimos há sete dias. Se a calma prevalecer, os preços do petróleo podem se recuperar e um fim-de-semana tranquilo pode ser o primeiro passo para isso”, completa Erlam.

Em um ano, desde que registou o pico, a 8 de Março de 2022, o preço do Brent desvalorizou-se em 33,47 por cento. Essa evolução pode assustar os investidores, já que, em teoria, a queda no preço da matéria-prima prejudica o caixa e os dividendos das companhias petrolíferas.

A boa notícia é que, segundo o analista de research da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, o preço barril do Brent não vai cair mais, dadas as políticas de expansão da China.

Além disso, dependendo da conjuntura política e económica, já que a guerra da Ucrânia não terminou e as petrolíferas estão à procura de operações mais ecológicas, há hióteses de uma alta dos preços do petróleo nos próximos meses, devido a uma fraca oferta no mercado, acreditam os especialistas.

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