O quilo de feijão fresco, que há um mês era comercializado a 600 kwanzas, é vendido a 300 kwanzas, numa baixa que inclui diversas aldeias, povoações e ombalas dos dois municípios e coincide com as primeiras colheitas ao longo de toda a região Centro-Sul e da redução da procura.

Madalena Chilombo, 39 anos, vendedora de feijão no  mercado municipal do Andulo há mais de oito anos, disse à nossa reportagem ser importante que todos os produtos baixem, para que haja estabilidade nas famílias.

Eunice Chatandula residente na sede municipal de  Nharêa disse que o preço do feijão fresco nesta altura é justo. "Queremos que baixe mais um pouco. Se não baixar,está bom em vista do que estava”, disse, sublinhando que desde há vários anos não via esse preço do feijão fresco nessa zona do país.

Ameaça das chuvas

A época final das colheitas pode, entretanto, representar perdas para os produtores, devido às intensas chuvas que se abatem sobre esta região do norte do Bié, que inclui o Andulo e Nharêa.

De acordo com o engenheiro agrónomo Carlos Waldemar, desde o ano de 2013 não eram registados tantos dias chuvosos como em Novembro e Dezembro de 2022, bem como em Janeiro do corrente ano, com o excesso a atrapalhar o desenvolvimento de algumas culturas e a atrasar o plantio de outras, como o milho e o feijão.

O plantio do milho ocorre, no Andulo, até ao final de  Setembro, mas o clima chuvoso e poucos dias de sol estão a acarretar grandes dificuldades. "Começamos a imaginar que teremos problemas futuros de quebra na safra”, disse Carlos Waldemar.

Em boa parte da província do Bié, os agricultores estão a enfrentar sérios problemas com o excesso de humidade nas lavras. O engenheiro que tem estado a ser citado lembrou que a agricultura é uma actividade amplamente influenciada pelos  factores  climáticos, pelo que estar sempre atento a essas questões é extremamente importante para o produtor.