Política

PR exalta memória dos polícias falecidos em defesa da Pátria

O Presidente da República, João Lourenço, exaltou, ontem, a memória dos polícias que deram as suas vidas pela Pátria, ao longo dos 45 anos de existência da Polícia Nacional.

01/03/2021  Última atualização 14H37
Ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, orientou o acto comemorativo © Fotografia por: Alberto Pedro| Edições Novembro
Numa mensagem por ocasião do 45º aniversário da criação da corporação, assinalado ontem, João Lourenço, na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), expressa solidariedade às famílias dos efectivos que nas últimas quatro décadas e meia perderam as suas vidas no exercício da missão. A todos os oficiais, comissários superiores e subalternos, subchefes, agentes e trabalhadores civis, o Presidente da República dirigiu "vivas saudações", exortando-os a que continuem a cumprir com zelo, disciplina e rigor a missão em defesa do Estado Democrático e de Direito.

Na mensagem, o Presidente da República lembra que a Polícia Nacional de Angola, criada poucos meses depois da proclamação da Independência Nacional, "tem vindo a cumprir a sua honrosa e elevada missão, fiel ao espírito de defesa da paz, da integridade territorial, da segurança e estabilidade social e de garantia da legalidade institucional".
"Superando a falta de meios, de equipamentos e efectivos dos primeiros anos, a Polícia Nacional modernizou-se e tem vindo a apostar na melhoria da formação dos seus efectivos e a dotar-se de meios cada vez mais sofisticados e eficazes para exercer uma grande variedade de funções na defesa da ordem pública e da vida e bens dos cidadãos", sublinha a mensagem do Comandante-em-Chefe das FAA.

Evitar excessos
O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, exortou, ontem, a Polícia Nacional a evitar excessos durante as suas intervenções, fundamentalmente em ocasiões onde é chamada para repor a ordem e tranquilidade pública. Pedro Sebastião, que falava no acto que marcou os 45 anos de existência da Polícia Nacional, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, em Luanda, fez saber que ultimamente, sobretudo em algumas capitais provinciais, assiste-se a algumas movimentações de cidadãos, que por vezes não preenchem os requisitos legais de uma manifestação e aproximam-se a arruaças, o que obriga à intervenção da corporação. 

Acrescentou que "essa intervenção deve ser sempre feita com determinação, mas sem excesso". Segundo Pedro Sebastião, é hora de mais uma vez chamar os efectivos para acções que propiciem um crescente aumento do afecto popular, fazendo jus ao seu lema "Pela ordem e pela paz ao serviço da Nação".  O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República acrescentou que a corrupção, o nepotismo e a impunidade não devem existir no seio da Polícia Nacional, que deve ser exemplar, para que o cidadão possa sentir-se mais protegido. 

Aconselhou a corporação a trabalhar com outras instituições públicas afins, órgãos de fiscalização e inspecção no combate às práticas criminosas. A capacitação técnico-profissional dos efectivos, referiu, deve ser encarada como prioridade, de modo que a formação tenha uma relação directa com a actividade policial diária e guie a progressão na carreira com ética, valor moral e determinação. "Não podemos deixar de registar, com alguma preocupação, algumas situações vividas por pacatos cidadãos, por vezes em plena luz do dia, que reclamam de nós uma resposta à altura das nossas responsabilidades, enquanto detentores de meios para repor a ordem e a segurança pública", disse.

Pedro Sebastião mostrou-se preocupado com o facto de a sinistralidade rodoviária continuar a registar um número considerável de vítimas mortais e feridos, abrangendo, essencialmente, a população activa, dos 16 aos 42 anos.           
Sublinhou que a implementação do projecto "A nossa esquadra", nova filosofia de organização e funcionamento da Polícia Nacional, permitirá maior cobertura policial, melhor atendimento e uma resposta mais célere às preocupações de segurança pública.

O chefe da Casa de Segurança do Presidente da República manifestou-se satisfeito pelo facto de a Polícia Nacional, a exemplo de outras forças, ocupar um dos lugares na linha da frente, na prevenção e combate a Covid-19, integrando as equipas de resposta rápida do Ministério da Saúde, na sensibilização dos cidadãos e dos efectivos.   
Pedro Sebastião considerou que a Polícia Nacional, em quatro décadas e meia, adaptou-se para responder aos desafios e cumprir cabalmente a missão de protecção do bem vida e da integridade física dos cidadãos.

O governante destacou o papel que a corporação tem a nível internacional, com a participação no processo de formação e preparação profissional nos estabelecimentos de ensino e centros de formação de efectivos da Polícia  Nacional de Cabo-Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Zâmbia, República Democrática do Congo (RDC), Guiné Equatorial e República Centro Africana, ficando patente a solidariedade que Angola presta a outros países irmãos.

Entre os melhores de África  
 A Polícia Nacional de Angola está entre as cinco polícias mais referenciadas do continente africano, devido à sua organização, preparação e sentido de missão.  
Segundo o comandante-geral, Paulo de Almeida, a participação da corporação no asseguramento  de eventos mundiais e no continente africano, a formação de alguns efectivos de outros países africanos permitiu granjear admiração e confiança de Estados e organizações internacionais que têm vindo a estimular propostas para a participação da corporação em missões de manutenção de paz das Nações Unidas e da União Africana.

  Homenageados antigos comandantes-gerais da Polícia Nacional

Os ex-comandantes gerais da Polícia Nacional Santana André Pitra "Petrof",  primeiro a ocupar o cargo,  Armindo do Espírito Santo, João Arnaldo Saraiva de Carvalho "Tetembwa", Fernando Vaz da Conceição "Mussolo", Fernando da Piedade Dias dos Santos " Nandó", José Alfredo Ekuikui e Ambrósio de Lemos foram, ontem, homenageados pelo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário geral Paulo de Almeida.

Paulo de Almeida lembrou ainda outros oficiais que se destacaram na edificação da Polícia Nacional, sobretudo mulheres, como Elisabeth Maria Ranque Franque " Bety", ainda em funções, actualmente a desempenhar o cargo de presidente da Rede Mulher Polícia de Angola, Maria Apolónia, Rosa Fortunato, Maria Filomena Jorge, Maria Domingos Trajano, Josefina Mawete, Palmira Africano de Carvalho e Ana Maria Castanheira.
Considerou que são efectivos que deram todo o seu saber em prol da corporação, destacando que actualmente regista-se uma mudança de geração, de conceito de actuação, sendo uma polícia mais redimensionada ao contexto político, económico e social.

"Temos uma Polícia preparada para os desafios da paz e da democracia, sendo mais proactiva e próxima dos cidadãos, que previne, investiga e reprime o crime", sublinhou Paulo de Almeida.
O responsável anunciou que, nos próximos cinco anos, a Polícia Nacional vai ser uma corporação mais científica, profissionalizante e comprometida com o progresso e desenvolvimento do país.

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