Economia

Porto do Lobito introduz em Julho processos de facilitação do tráfego

Júlio Gaiano| Lobito

Jornalista

A implementação da Janela Única para a Facilitação do Comércio (JUMA), que a Organização Marítima Internacional (OMI) está a introduzir no Porto Comercial do Lobito, pode ficar concluída no princípio de Julho, com a disponibilização do sistema da digitalização dos serviços portuários do país.

27/01/2023  Última atualização 09H50
Sessão de trabalho entre a Agência Marítima Nacional e a OMI-Singapura (à direita), com a Administração do Porto do Lobito © Fotografia por: DR

Esta informação foi prestada, terça-feira, pela presidente do Conselho de Administração da Agência Marítima Nacional (AMN), Rosa Sobrinho, que esteve no Lobito naquele dia e na quarta-feira, com uma delegação da OMI.

A responsável lembrou que, de acordo com a Convenção de Facilitação da OMI, todos os Estados-membros desta organização têm de criar um portal único para o desembaraço dos navios, com Angola a ter de conformar-se às recomendações daquela entidade a partir de Janeiro de 2024.

O Porto do Lobito foi escolhido para a experiência piloto desse processo que vai se replicar por outros países da região, o que está na origem da sua deslocação, ao Lobito, para onde viajou com uma delegação da OMI para constatar "in situ” o andamento do projecto, referiu a responsável.

Rosa Sobrinho acrescentou que a implementação do JUMA vai permitir, por intermédio de um único portal, o envio electrónico de todas as informações exigidas, quando um navio escalar quarquer um dos portos angolanos.

Segundo a presidente do Conselho de Administração da AMN, este processo conta com o apoio directo da OMI da Singapura, responsável pela formação dos técnicos do Porto do Lobito.

O sistema de digitalização das operações, considerou, torna os portos mais atractivos para os potenciais e futuros utilizadores.

Maior eficiência em todas as operações portuárias, a simplificação dos processos administrativos, bem como a redução do tempo e custos das cargas e descargas das mercadorias são as vantagens a obter com a operacionalização do JUMA, apontou.

 

Escolha do Lobito

O director da Divisão Técnica Corporativa da OMI, William Azuh, explicou a escolha do Porto do Lobito para o projecto-piloto pelas dimensões e estrutura natural, apesar dos desafios que tal representa para a implementação do projecto.

"Estávamos à procura de um porto não muito grande e também não muito pequeno, então, o Porto do Lobito foi escolhido por ser de uma dimensão média e, como se não bastasse, uma baía natural localizada numa região economicamente vantajosa para as actividades portuárias”, indicou.

William Azuh declarou que o projecto-piloto é suportado pela OMI-Singapura, podendo vir a replicar-se noutros países com as semelhantes necessidades de apoio técnico identificadas no Porto do Lobito, que apesar dos terminais que possui, apresenta muitos desafios, a começar pelo sistema de comunicação.

"Vamos trabalhar no sentido de criar uma comunicação que seja operativa e com maior fluidez. Este é um dos desafios que o Porto vai ter nesse projecto que tende a terminar em Julho”, precisou o nigeriano William Azuh, para quem, a presença da  delegação no Lobito assenta na base de uma intermediação entre o Porto do Lobito e a OMI-Singapura, responsável pela formação do pessoal que vai trabalhar com o JUMA.

Fazem parte do projecto os principais integrantes da área de Comércio Externo do país, designadamente, Serviços de Migração e Estrangeiros, Administração Geral Tributária, Polícia Fiscal e os principais agentes de navegação.


Electricidade no Terminal Mineraleiro

O Terminal Mineraleiro construído no âmbito do projecto de reabilitação e ampliação do Porto do Lobito começou a receber energia eléctrica da rede pública, no quadro de acções do Conselho de Administração da empresa, soube o Jornal de Angola num acto realizado para assinalar a ligação.

O arranque do posto de transformação (PT) e da ligação à rede pública foi liderado pelo presidente do Conselho de Administração, Celso Rosas, num acto em que participaram   representantes do consórcio vencedor do concurso internacional de concessão do Corredor do Lobito, da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) e  demais parceiros.

Para a concretização do projecto de instalação do PT de média tensão, declarou o presidente do Conselho de Administração, a empresa empregou 108.117. 346 kwanzas.

Celso Rosas anunciou que, além da energia eléctrica, a água potável começou a jorrar  nas torneiras do Terminal Mineraleiro, num projecto que custou aos cofres da  empresa mais de 25,35 milhões de kwanzas.

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