Economia

Portal Nacional cadastra 9.779 produtores pelo país

Ana Paulo

Jornalista

Um total de 9.779 produtores distribuídos pelas 18 províncias do país, foram cadastrados, até final de Fevereiro, pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP).

03/03/2021  Última atualização 06H10
Produção de frutas e hortaliças tem estado a crescer, o que poderá contribuir para a redução em breve das importações © Fotografia por: Rafal Tati | Edições Novembro
O Portal do Produtor Nacional foi implementado em 2020 e disponibiliza várias informações sobre os produtores, localização, coordenadas para contacto, produtos, quantidades e os respectivos preços. A iniciativa assume o compromisso de oferecer serviços de qualidade aos utilizadores, subscritores do Boletim Informativo de todos intervenientes  dos sectores de desenvolvimento, com destaque para a agropecuária.
Ao apresentar, ontem, o balanço das actividades que decorreram no período de 22 a 26 de Fevereiro, o secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis, informou que o sector registou mais 310 novos produtores, totalizando 9.779.
Com o processo ainda em curso, a Huíla lidera (com um registo de 1.584 produtores), seguida do Bié (1.516),  Huambo (1.503), Malanje (1.053), Cunene (739),  Luanda (644), Lunda-Sul (485), Benguela (439), Cuanza-Norte (292), Bengo (242) e Cuanza-Sul (220).
Na plataforma nacional, a província do Zaire tem o registo de 198 produtores, Cabinda (188), Uíge (174), Namibe (165), Lunda-Norte (132), Moxico (107) e Cuando Cubango (98).


Sectores de eleição
O Portal dos Produtores Nacionais destaca 17 sub-sectores primários e  13 produtos prioritários, com realce para os cereais, leguminosas, oleaginosas, raízes e tubérculos, hortícolas, frutas, indústria alimentar bem como agricultura.
No sector primário, lidera a lista o milho, seguido do feijão, banana, soja, citrinos, cana de açúcar , arroz, tilápia, café, ovo, abacate, palmeira de dendém e algodão.


Registo de produtores
Os cereais têm o registo de 5.654 produtores, leguminosas e oleaginosas 4.495, raízes e tubérculos 4.437, hortícolas 3.788, frutas 1.425, indústria alimentar 560 e agricultura diversa 438. A pesca tem o registo de 421 operadores, turismo 171, aquicultura 56 e salinicultura 30. Já a indústria têxtil, vestuário e calçados tem o registo de 18 operadores, a indústria de vidro iguais 18, a indústria de higiene e limpeza 84 e o sector dos recursos naturais conta com 95. Relativamente aos produtos registados no Portal, destaca-se o milho com 5.381 produtores registados, feijão com 141, banana 814, soja 675, citrinos 495, cana de açúcar 279 e arroz 233. Há ainda o registo de operadores do sector pesqueiro, no criação da tilápia, com 221. Já a produção do café tem  157, ovo 127, abacate 116, palmeira 31 e o algodão com apenas três.

  283 cooperativas pelo país viram os projectos aprovados

No quadro das acções do PRODESI, um total de 283 cooperativas viram os seus projectos aprovados, avaliados em 6,4 mil milhões de kwanzas. O secretário de Estado para o Planeamento disse que os investimentos e produtos financeiros no quadro do PRODESI atingiriam, até agora, um total  de 744 projectos,  avaliados em aproximadamente  491,4 mil milhões de kwanzas. Distribuídos pelo pacote do Banco Nacional de Angola (BNA),  com  um montante de 333 mil milhões de kwanzas, compreendendo um total de 2011 projectos aprovados. Consta ainda mais três novos projectos, por intermédio da Linha de Crédito do Deutsche Bank, com 82 mil milhões de kwanzas.

 Às medidas do Alívio Económico atingiram 39 mil milhões de kwanzas, com um registo de 508 projectos aprovados, dos quais 74 concretizados por intermédio do Programa de Apoio ao Crédito (PAC), registado um montante de 37, 4 mil milhões de kwanzas , com 19 projectos aprovados, e por último, por vias de outros instrumentos e produtos financeiros da Banca Comercial  com um registo de 574 milhões de kwanzas, e três projectos aprovados. "Os mais de 700 projectos registados até ao momento, permitiram gerar cerca de  45 mil postos de trabalhos directo", sublinhou o secretário de Estado para o Planeamento, Milton Reis, acrescentando que, na semana em análise, foram ainda registados mais 18 projectos aprovados, dos quais cinco por intermédio do Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA), dois pelo BFA e um pelo Banco Comercial do Huambo (BCH).

  Micro-crédito disponibiliza 4,4 mil milhões de kwanzas

Desde a operacionalização  da linha de  financiamento do micro-crédito e às  medidas  de Alívio  Económico, 1.883  pedidos, avaliados em  4,4 mil milhões de kwanzas foram aprovados. Na semana finda foi registado mais 86 pedidos de crédito, num  valor de 81,1 milhões de kwanzas. A área de processamento  alimentar teve um registo de 35  pedidos, avaliados em 12,8 milhões de kwanzas, tendo  sido  financiados  34  projectos,  no  valor  de 10,2 milhões, através das instituições financeiras Gingacred,  que disponibilizou um 1,1 milhões, e Wiliete com  9,1 milhões. Na logística e distribuição de produtos agro-alimentar e de pesca, houve cinco pedidos, no valor de 19 milhões de kwanzas, tendo sido financiado quatro projectos,  no  valor  de sete milhões,  através  da  instituição financeira Multicrédito, que disponibilizou três milhões. A Nespcred financiou um montante de  2,5 milhões de kwanzas, e a Gingacred (1,5 milhões). Os produtos e serviços da cadeia do agro-negócio teve um registo 46 pedidos, no  valor  de  49,3  milhões de kwanzas, tendo  sido  financiados  33 projectos,  num investimento  de  35,3   milhões de kwanzas,  através das instituições  financeiras Nespcred 5   milhões de kwanzas, Kixicrédito (13,8  milhões), Gingacred (2 milhões), e Wiliete (14,5 milhões).

  MONITORAMENTO
Mapa mostra intensidade da seca em várias regiões  


Um mapa mensal da cobertura vegetal, elaborado pelo Laboratório Angolano de Observação da Terra (LAOT), mostra a gravidade da situação da seca que está a registar-se em várias regiões do país.
Elaborado através de imagens captadas por satélite, com base no Índice Normalizado de Vegetação (NDVI), no período de 1 a 28 de Fevereiro, o mapa traz dados de todo o território nacional, onde apresenta áreas vermelhas (crítica), verde e de tons amarelos.

Stress hídrica
De acordo com o mapa, as áreas vermelhas, com maior intensidade da seca, compreendem o sudoeste de Angola que abrange o corredor sub-litoral Oeste. Entre as províncias de destaque constam a Huíla, Cunene, Cuando Cubango e Namibe (região desértica), bem como o sudoeste da província de Benguela. O mapa apresenta ainda o corredor sub-litoral norte, correspondendo sudoeste das províncias do Cuanza-Sul e Luanda, que enfrentam situação "crítica” de stress hídrica, com vegetação completamente seca.

As áreas com tons amarelos, no mapa, compreendem o registo de estiagem moderada, atingindo maioritariamente regiões da faixa Centro e Sul do país, cobrindo parte das províncias do Cunene, Huíla, Cuando  Cubango, Bié, Huambo, Benguela, Cuanza-Sul.
As províncias de Luanda, Cuanza-Norte, Malange, Moxico, Cuanza-Norte, Bengo e Zaire, também apresentam, em algumas regiões tons amarelos. A imagem de satélite mostra as áreas verdes, que correspondem os locais onde a vegetação mantém-se "vigorosa”. Em algumas regiões do centro (Bié e Cuanza-Sul) e norte (Bengo, Cuanza-Norte, Malange, Uíge, Lunda-Norte e Sul) de Angola, mostram maior retenção de acúmulo de água no solo suficiente para o desenvolvimento.

Seca severa
Dados apontam que no Sul do país, até Fevereiro de 2019, cerca de 2,3 milhões de pessoas estão afectadas pela seca, principalmente nas províncias de Namibe, Huíla, Bié e Cunene. Em Abril de 2019, o Presidente da República, João Lourenço, aprovou um pacote financeiro de 200 milhões de dólares para solucionar os "problemas estruturantes” ligados aos "efeitos destrutivos” da seca que atinge o Cunene.

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