A provedora de Justiça, Florbela Araújo defendeu, a “integridade, imparcialidade e a dignidade” como valores para o fortalecimento das instituições dos Provedores de Justiça de África, durante a formação que ministrou, terça-feira (28), na 7.ª Assembleia Geral do Associação dos Provedores de Justiça e Mediadores Africanos (AOMA).
O embaixador de Angola na Etiópia, Miguel César Domingos Bembe, destacou, terça-feira, em Addis Abeba, o facto de o Governo angolano garantir a manutenção da estabilidade política e o normal funcionamento das instituições do país.
A cidade do Cuito acolhe, amanhã, o acto central alusivo ao 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional, em cerimónia a ser orientada pelo ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, numa altura em que a população reconhece as qualidades humanas do primeiro Presidente de Angola e cidadão Agostinho Neto.
As comemorações do 101º aniversário natalício do antigo estadista de Angola independente e escritor estão a ser marcadas com palestras e manifestações político-culturais, analisando a vida e obra, num exercício envolvente de gerações à volta da figura de António Agostinho Neto.
Sob o lema "Juntos pelo Desenvolvimento de Angola”, as jornadas incluem, entre outras realizações, inaugurações de bens públicos e debates que ressaltam a vida e obra daquele que é visto por muitos como um dos símbolos maiores da Nação angolana.
O acto central vai ter lugar no pavilhão do Sporting Clube do Bié, na Baixa da cidade do Cuito, e será orientado por Dionísio da Fonseca, ministro da Administração do Território, em representação do Presidente da República, João Lourenço.
Hoje,
sábado, o ministro Dionísio da Fonseca fará a entrega de diversos bens públicos
às populações residentes dos municípios de Catabola e de Camacupa, além de
anunciar o início da reabilitação, para breve, das vias rodoviárias entre Bié e
Moxico.
População
A população da província do Bié reconhece e enaltece o contributo dado por Agostinho Neto na luta de libertação e na edificação de uma Nação justa e indivisível, marcada pela conquista da Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.
"Foi um homem do seu tempo, tão diverso e ao mesmo tempo tão uno, no papel relevante e decisivo que desempenhou, como condutor de homens, chefe firme, inabalável e inspirador das novas gerações”, afirmou Álvaro Alves, escritor e estudioso das obras de Agostinho Neto.
Para este estudioso, foi o empenho e a sabedoria de Agostinho Neto que despertou os angolanos para o desenvolvimento os investimentos verificados em diversos sectores da sociedade, designadamente, na Educação, Saúde, Indústria e Agricultura.
Inseridos nas jornadas do 17 de Setembro, o MPLA, a organização política que lidera os destinos do país desde a proclamação da Independência, realizou, ontem, na cidade do Cuito, uma mesa-redonda, em que foi abordada a vida e a obra do primeiro Presidente de Angola.
O evento debateu o contributo de António Agostinho Neto na história do partido, em que foi presidente, e a sua influência na consolidação das estruturas. Os feitos de Neto foram exaltados, ainda, na província do Bié, pelos partidos na oposição (UNITA, PRS e FNLA).
Catraio um bairro moldado à figura do primeiro Presidente do país
António Agostinho Neto, então médico do Hospital Provincial do Bié, entre 1943 e 1946, residiu no bairro do Catraio, situado na zona periférica da cidade do Cuito. Na área, marcada por poucos sinais de crescimento, os moradores – cuja composição é maioritariamente jovem -, desconhecem a passagem de Neto por lá, mas demonstram honra e orgulho pelo bairro ter acolhido o maior símbolo político da Nação angolana.
A passagem de António Agostinho Neto pelo bairro Catraio, apesar de efémera – recorda quem com ele privou -, foi marcada pelo empenho e dedicação de um activista de fortes convicções, que, à época, já se batia pela causa e busca da dignidade para o povo angolano, em luta permanente com o colonizador português.
"Neto foi uma figura marcante quando passou por Silva Porto (nome da capital do Bié na época), que mesmo empenhado na missão de salvar vidas, porque trabalhava no Hospital Provincial do Bié, era um activista político que se batia pela causa justa do povo angolano, na busca pela Independência e por uma Angola inclusiva para todos os seus filhos”, descreve o escritor Álvaro Alves, uma figura do Bié, que se dedica aos estudos literários das obras de Agostinho Neto.
Neto fixou residência no bairro Catraio em Junho de 1943, quando prestava serviços médicos no Hospital Provincial do Bié, e a casa foi transformada em Centro Cultural - baptizado com o seu nome -, em Janeiro de 2012.
O Centro enaltece e homenageia a figura do também poeta, que se tornou no primeiro Presidente de Angola independente, a 11 de Novembro de 1975. O edifício, com feições de modernidade, possui um auditório com capacidade para uma centena de pessoas, sala de conferências, biblioteca e área discográfica.
Hoje, os moradores provenientes de várias regiões de Angola demonstram orgulho por terem o bairro marcado com a presença do considerado uma das principais referências históricas do país.
Centro carece de acervo histórico
A falta de um acervo histórico no Centro de Cultura Agostinho Neto, que facilite a investigação e a interacção dos estudantes, pesquisadores e docentes, reduz a essência da estrutura inaugurada a 8 de Janeiro de 2012, conservado para divulgar aspectos da vida e obra do antigo estadista.
Álvaro Alves, ex-director da Cultura no Bié, entre 2012 e 2016, explicou que durante o projecto da reforma do actual Centro Agostinho Neto foi proposta pelo Ministério da Cultura a criação de um acervo bibliográfico, que facilitasse a investigação da vida e obra de Neto, mas até hoje não se consumou e torna-se, a cada dia, uma exigência da camada juvenil, que busca por conhecimentos sobre a figura do político.
O
escritor bieno e docente universitário, natural do Andulo, que se dedica a
estudos das obras literárias de António Agostinho Neto, apontou que, em muitos
trabalhos, reanima o interesse da juventude do Bié e de províncias limítrofes
com conhecimentos históricos, culturais e científicos sobre a figura de
Manguxi, para que saiba, com profundidade aquele que, na realidade angolana,
foi um homem tão diverso e ao mesmo tempo uno.
FACULDADE DE HUMANIDADES
Académicos
enaltecem a dimensão humana e política do Fundador da Nação
No quadro da jornada do Herói Nacional, os académicos enalteceram, ontem, na Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto (FHUAN), a dimensão humana e política do primeiro Presidente de Angola, com o objectivo de divulgar a figura de Neto à juventude.
A actividade sob o lema "A Dimensão Humana, Filosófica e Estética da Obra de Agostinho Neto", realizada no auditório Amélia Mingas da FHUAN, juntou vários académicos que apresentaram aos jovens diversos temas ligados ao percurso do Fundador da Nação.
Na ocasião, o decano da Faculdade de Humanidades, Moreira Bastos, disse que a instituição decidiu realizar uma actividade diferente dos anos anteriores, em que foi analisada a obra de Agostinho Neto, tendo em conta a multi-dimensionalidade, relativamente aos aspectos filosóficos, literários, linguísticos, culturais e humanísticos.
Moreira Bastos considerou o primeiro Presidente do país um homem visionário, estratega e pai de família: "Ele foi um estratega, visionário, humanista, poeta, homem e pai de família”.
Sobre os assuntos mais relevantes, o académico destacou a estética literária de Agostinho Neto e a intervenção política, explicando a interconexão ou relação dialéctica entre a actividade política e clandestina, literária, bem como a actividade de Estado.
O responsável da FHUAN apelou à juventude sobre a importância de estudar Neto e o contributo da figura do proclamador da Independência e das lutas de libertação nacional, bem como o empenho para a construção do país.
"Hoje
já se nota a preocupação, quer de dirigentes, políticos e académicos, quando há
sempre um espaço de se falar de Neto, analisando e discutindo as obras, assim
como aplicando as suas ideias", disse o decano, acrescentando que a
Universidade tem feito estudos sobre o nacionalista e poeta.
Responsabilidade do legado
A escritora Kanguimbo Ananás apontou que há necessidade de os mais adultos, enquanto pais, educadores e assistentes sociais, apresentarem aos jovens o legado de Agostinho Neto: "É importante que nós, enquanto cidadãos, pais, educadores e assistentes sociais, tenhamos a responsabilidade de passar o legado de Neto".
Para a também psicóloga social, os jovens, independentemente da formação, devem ter um olhar atento aos ensinamentos presentes nos livros que relatam a história do poeta e político.
Segundo a escritora, Neto, através da poética, mostrou as atrocidades com o movimento "Vamos descobrir Angola", cujo objectivo era resgatar a identidade cultural. Por isso, Kanguimbo sugeriu que, "de forma sábia e pedagógica", seja criada uma produção da história de Agostinho Neto em desenhos animados para as crianças, desde a tenra idade - na instrução primária -, absorverem conhecimentos sobre o percurso desta figura.
"Há um poema - Um bouquet de rosas -, independentemente do sofrimento, vejam que ele foi um homem que doava afectos e não teve a oportunidade, também, de fazer acompanhamento, doar-se à sua mulher e filhos. Mas, doou-se ao país e nós temos essa obrigatoriedade de cada vez mais nos engajarmos no conhecimento, porque o conhecimento é o maior poder", sublinhou, antes de convidar os estudantes à reflexão.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA França pretende reforçar os laços de cooperação e as actividades no âmbito do grupo de amizade entre os parlamentos angolano e francês, anunciou, terça-feira, em Luanda, a embaixadora francesa, Sophie Aubert, à saída de uma audiência com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira.
O projecto diamantífero de Luele, inaugurado na segunda-feira pelo Presidente da República, na província da Lunda-Sul, apresenta-se como o mais novo exemplo da grandeza do investimento angolano no sector dos Diamantes.
Angola, por intermédio da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, assumiu terça-feira, em Luanda, a presidência do Comité Ministerial da Saúde da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para um período de um ano.
Morreu, na segunda-feira, em Luanda, vítima de doença, o tenente-general reformado António Domingos Valeriano, um dos comandantes da célebre Batalha do Cuito Cuanavale, que culminou com a derrota do regime do apartheid, na África do Sul.
A provedora de Justiça, Florbela Araújo defendeu, a “integridade, imparcialidade e a dignidade” como valores para o fortalecimento das instituições dos Provedores de Justiça de África, durante a formação que ministrou, terça-feira (28), na 7.ª Assembleia Geral do Associação dos Provedores de Justiça e Mediadores Africanos (AOMA).
O especialista em Relações Internacionais, Itamba Bavon, considerou, hoje, na Lunda-Norte, que a questão dos conflitos na Região dos Grandes Lagos será um dos temas abordado na Casa Branca, pelo Presidente da República, João Lourenço.
O embaixador de Angola na Etiópia, Miguel César Domingos Bembe, destacou, terça-feira, em Addis Abeba, o facto de o Governo angolano garantir a manutenção da estabilidade política e o normal funcionamento das instituições do país.
A França pretende reforçar os laços de cooperação e as actividades no âmbito do grupo de amizade entre os parlamentos angolano e francês, anunciou, terça-feira, em Luanda, a embaixadora francesa, Sophie Aubert, à saída de uma audiência com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira.
Angola, por intermédio da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, assumiu terça-feira, em Luanda, a presidência do Comité Ministerial da Saúde da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para um período de um ano.