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Piscina de Nossa Senhora do Monte reaberto ao público

O novo director do Complexo Turístico de Nossa Senhora do Monte, João Fernandes, durante a apresentação dos diversos adornos do parque, apelou repetidas vezes à preservação do recinto. A piscina, renovada e inovada, por agora serve também para a criação de peixes.

07/04/2024  Última atualização 12H01
© Fotografia por: Estanislau Costa | Edições Novembro|Lubango

Para garantir a preservação do empreedimento, que possui na piscina artificial dezenas de barcos para o público desfrutar de um passeio por algumas horas, optou-se por efectuar uma cobrança a quem queira desfrutar dos vários atractivos, num valor de 350 kwanzas por pessoa. "As crianças até aos seis anos de idade estão isentas de pagamento”, esclareceu.

O novo director do complexo informou, ainda, que "estão proibidos  mergulhos na piscina, pelo facto de se ter  introduzido um novo formato de uso, notadamente a criação de peixes, o que faz com que os utilizadores também possam contemplar os mesmos  durante o passeio, no qual o uso  de  coletes salva-vidas é fundamental”.

Acertos foram feitos para que uma empresa passe a explorar o espaço da piscina com o uso de barcos. Cada utente desses meios deve comparticipar com uma quantia de 1000 kwanzas para as várias voltas que vai querer dar. Cada barco leva até oito pessoas, entre  crianças e adultos.

João Fernandes referiu que a segurança dos utilizadores está salvaguardada, por  estarem a supervisionar o recinto vários profissionais salva-vidas, equipados commeios para o efeito, e que estão em condições de ir ao encontro daqueles que se confrontarem com alguma situação de desconforto ou outras que impliquem intervenção urgente.

Consta que o uso de bebidas alcoólicas no recinto está proibido. "O risco de haver dissabores em locais como este, quando as pessoas consomem álcool, é muito grande. E como as pessoas que bebem oferecem resistência quando estão  numa situação que inspirasse cuidados, foi cortado o uso de bebidas alcoólicas no recinto”, disse.

João Fernandes apelou ao público lubanguense, e não só, a conservar os vários atractivos do Complexo Turístico, com realce, além da piscina, para os campos de futebol de  salão, basquetebol, ténis, voleibol e ginástica, assim como os  espaços reservados para grupos de estudo das universidades e de outras instituições de ensino.

"Desde a época colonial que uma parte do Complexo Turístico  de Nossa Senhora do Monte, além dos actos religiosos, é utilizado por estudantes  universitários e outros pesquisadores nacionais e estrangeiros, cuja área mantém o silêncio que sempre o caracterizou, e com a possibilidade apenas de terem a companhia dos pássaros e do seu chilrear”, descreveu.

 

Boa nova

Os jovens nubentes, e não só, podem explorar os vários encantos e recantos do Complexo Turístico de Nossa Senhora do Monte, sobretudo a área da piscina, onde as cerimónias  de casamento pelo  registo civil e religiosas podem ser feitas por entre os adornos  da natureza.

O director do complexo acredita que cerimónias de casamento, baptismo, as pesquisas científicas, o gozo das mordomias do complexo, e outros atractivos, são condimentos para dar movimento considerável ao recinto e para  contribuir para a promoção do turismo natural ou ecológico.

No seu entender, o Lubango já conseguiu recuperar a maioria das infra-estruturas relacionadas com o turismo e restauração, faltando agora que haja maior frequência de turistas locais e de outros países  do mundo, na medida em que as Terras Altas da Chela  ainda "gozam da acessibilidade dos preços  em todos os sentidos”.

Recordou, ainda, que está concentrada na área do Complexo de Nossa Senhora do Monte a maior cadeia de hotéis, resorts, condomínios residenciais e espaços atraentes para fazer campismo, assim como para a prática de várias modalidades  desportivas. "Temos tudo capaz de atrair para aqui o turista, desde os menos aos mais exigentes”, garantiu.

 
Por dentro da área da piscina

Toda a área  envolvente da piscina foi projectada num espaço de dez mil metros quadrados. A água que corre das montanhas e outros canais naturais de captação alimentam o recinto e mantêm durante meses a renovação natural, razão para evitar que milhões de litros se percam no rio Mukufi.

Em 2010, a piscina da Senhora do Monte foi  restaurada pela primeira vez, tendo-se transformado num lago  artificial e com condições para pequenos barcos navegarem no recinto, razão para atracção de dezenas de pessoas não só da Huíla, como também  do Huambo, Cunene, Cuando Cubango e de outras geografias.

Mas, na verdade, foi em 2017 que os consórcios ABC/BPC apresentaram o projecto de requalificação  e modernização do recinto, orçado em 350 milhões dekwanzas. O Jornal de Angola soube que a requalificação  contemplou também os campos polidesportivos, parque de estacionamento, de lazer  e recreação, espaços para estudos e conferências, entre outros.

As obras de benfeitoria criaram no interior da piscina um espaço adaptado para crianças, adolescentes, portadores de deficiência eoutros utilizadores.

 
Reacções dos utentes

O académico José Nahambo, que enalteceu as autoridades por conferirem  nova  imagem ao Complexo Turístico de Nossa Senhora do Monte, considerou ser necessário criar estratégias funcionais para a gestão efectiva e condigna do recinto, de modo a servir também as futuras gerações.

"Nós encontramos este recinto maravilhoso, aprendemos a nadar aqui e,hoje, já estamos com uma certa idade, mas o imóvel continua aqui para ser contemplado pelas crianças e jovens. É isso que se pretende, não só com o recinto em referência, mas também com todas as infra-estruturas que o Executivo coloca à disposição do público”, apelou.

O académico contou que era no Parque dos Estudantes onde vinham em  grupo para estudar e estar melhor preparados para enfrentarem os professores  do antigo Liceu Diogo Cão. "Trazíamos alguma coisa para comer, porque naquela altura não tínhamos recursos para suportar os táxis, daí virmos e regressar a pé”, recordou.

O empresário Joaquim Silva descreveu que o "El Dourado” da ex-Sá da Bandeira está melhor composto e apreciável, com as obras feitas.

"Aprendemos a nadar e a conquistar as garotas aqui. As nossas memórias guardam  histórias maravilhosas que exigem  recuar no tempo”, disse.

Defendeu que o recinto da piscina voltou com inovações que devem exigir dos  utentes cuidados especiais, como se fosse um imóvel pessoal, "para que os nossos netos e bisnetos passem a usufruir do bem que os progenitores também utilizaram em épocas de colonização, conquista da independência e consagração da paz duradoura”.

 
Estreia em andar de barco

Antoninho, Minguito e Joaninha são garotos, na casa dos 8 anos,que conhecem os barquinhos por verem em filmes e aprenderem em certas  lições da escola, mas nunca os viram ao vivo  e a cores. "Já vi barquinhos nos filmes, na televisão e nos livros, mas nunca pessoalmente”, disseram.

"As nossas mamãs  trouxeram-nos na inauguração e a primeira coisa que pedimos  foi andar no barquinho. Ficamos com medo  ao subir e  ao  descer, porque ficamos com a sensação de que íamos afundar, mas tudo correu bem e vamos convencer os papás a trazerem-nos mais vezes”, contaram.

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