Cultura

Pintor Fill defende a criação de festivais

A falta de mais oportunidades e a importância da criação de feiras como espaços de promoção das artes plásticas em Luanda, ajudaria dar outra visibilidade a produção e incentivar o surgimento de novos talentos no sector das artistas plásticas, realçou, o pintor Filomeno Cristóvão “Fill”.

16/01/2023  Última atualização 10H28
© Fotografia por: DR

Em declarações, domingo, ao Jornal de Angola, Fill disse que as celebrações do 8 de Janeiro, Dia da Cultura Nacional, deveria ser melhor exploradas pelas administrações locais, por formas que as actividades congregassem o maior número de jovens que procuram de espaços com visibilidade para mostrar o potencial artístico.

De acordo com os artistas plásticos, a importância da criação de feiras ou festivais demonstrativos e competitivos de periodicidade semestral, numa iniciativa das administrações locais e distritais, pode servir como uma "ponte de intercâmbio e fomentar o auto-emprego por via da comercialização de produtos artísticos”.

O pintor Fill que está à procura de oportunidades no mercado das artes plásticas para poder mostrar o talento, lamentou, a pouca participação do sector privado no âmbito das responsabilidades sociais das empresas no apoio às actividades de carácter cultural e artístico. "O Estado deveria mesmo exigir aos empresários mediante de políticas proteccionistas, sem prejuízo das partes, criar mecanismo para o apoio às artes nas comunidades com a criação de pequenos concursos onde os patrocinadores poderiam vender as suas marcas e produtos”.

O seu maior sonho, disse, é poder contribuir para o engrandecimento das artes plásticas e da cultura angolana, bem como figurar entre os melhores a nível nacional e internacional. "Quero poder dar uma vida melhor e digna a minha família, em especial a minha mãe por todo apoio que me tem dado e incentivado para nunca desistir dos meus projectos devido às dificuldades encontradas no percurso da vida”.

Fill ressaltou que as suas criações retratam o quotidiano e os costumes dos povos. Destacou como referências nas artes plásticas angolana os pintores Yegi António, Albino da Conceição, no estrangeiro o pintor Van Gogh.

"Utilizo muito nos meus trabalhos a técnica tinta sobre tela porque me sinto confortável e consigo melhor esboçar a criatividade”.

O artista plástico conta que já participou em várias exposições colectivas promovidas pelo Festival Ibero Americano (FIBAC), União Mundial de Artistas Continentais (UMAC) e Juventude da Igreja Metodista Unida de Samuel (J.I.M.U.S).

Deste pequeno, recordou, já desenhava o que despertou a curiosidade dos mais atentos. Por isso, disse, foi encaminhado, em 2014, para uma escola de artes plásticas. No princípio, conta, imaginava que tudo seria muito fácil, mas com o ensinamento das técnicas descobriu ser uma arte complexa e que precisa de muita dedicação. "Comecei a fazer o curso durante os dois anos e pude melhorar os conhecimentos e aperfeiçoar e dominar melhor as técnicas de pintura. Os meus trabalhos são produzidos em casa porque ainda não tenho um espaço para desenvolver as minhas criações”.

 

Obra dedicada a nação

O poder criativo e imaginário do pintor não tem limites, por isso, Fill não poupou esforços quando decidiu pintar um quadro em homenagem a mãe angolana e aos seus filhos. O artista disse que o quadro "Miscelânea Angolana” tem um significado especial por mostrar a diversidade cultural e as riquezas naturais e minerais do país.

"Esta obra teve a duração de quatro meses, é uma peça que fiz com a intenção de oferecer a cultura angolana, por retratar a história e diversidade sociocultural e linguística dos povos como símbolo de identidade dos angolanos”. Fill explica ser o quadro "Mumuila”, uma das suas criações mais caras e que chegou a vender no valor de 70 mil kwanzas.

Filomeno Miranda Cristóvão "Fill”, nasceu a 14 de Fevereiro de 1994, em Luanda. Concluiu o ensino médio de Ciência Física e Biologia, em 2018.

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