Economia

Petróleo pode atingir “preços inimagináveis”

Isaque Lourenço

Jornalista

O analista dos mercados internacionais Flávio Inocêncio admitiu, que os preços do barril do petróleo poderão atingir cifras inimagináveis, bem acima dos 148 dólares que é até aqui a barreira mais alta alcançada em 2008

28/02/2022  Última atualização 07H55
Actual produção angolana é ainda abaixo das expectativas © Fotografia por: DR

Ao intervir numa videoconferência, no último sábado, que analisou as possíveis consequências do conflito Rússia - Ucrânia, Flávio Inocêncio disse que a procura por petróleo continuará muito alta, apesar dos esforços mundiais de redução da dependência de combustíveis fósseis.

Um dado avançado pelo especialista angolano, residente em Londres, onde é docente universitário, tem a ver com o facto de actualmente estar-se com um consumo mundial acima de 100 milhões de barris por dia de petróleo, o que desafia os produtores a continuarem com ofertas altas para responder a procura. Este mesmo facto, conforme disse, vai provocar que os preços médios de 80 dólares previstos para este ano continuem a ser superados em terrenos positivos.

O barril chegou a custar 105 dólares nas negociações da última semana, pese embora o facto de arrancar esta nova ronda semanal ligeiramente abaixo dos USD 100.

 

Recuperar os empregos

O sector petrolífero angolano despediu, entre 2020 e 2021, entre 300 e 500 técnicos, devido a paragem forçada de muitos projectos por força da Covid-19 e a interrupção da procura por parte dos grandes consumidores.

Estes indicadores foram partilhados pelo contabilista Félix Dala, na videoconferência promovida pelo grupo angolano de consultoria financeira PoupaInvest.

Diante do actual cenário, Félix Dala acredita que esta força de trabalho perdida poderá regressar ao sector, o que gera expectativas positivas, desde que cheguem novos investimentos.

No referido evento, o economista Augusto Fernandes disse que a alta do preço do petróleo vai impactar positivamente nas contas angolanas, mas que no momento vai continuar a afectar negativamente as economias mundiais por força da alta da inflação. Outro indicador avançado por Augusto Fernandes tem a ver com o facto de esta alta de preços do petróleo poder vir a perdurar até 2024.

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