Política

Pedido afastamento do líder do partido

César Esteves

Jornalista

O Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), um dos seis coligados na CASA-CE, vive, desde 2019, uma crise de liderança que pode agudizar-se com a tentativa de realização de um congresso para o afastamento do presidente, Simão Makazu.

12/03/2021  Última atualização 09H17
© Fotografia por: DR
O movimento para a destituição de Makazu é impulsionado pelo secretário-geral suspenso em 2019, Zissala Pululu, que, convocou, para hoje, uma reunião extraordinária do Comité Central, para, alegadamente, "encontrar-se uma saída para a crise que assola o partido desde 12 de Abril de 2019". O objectivo imediato é a criação de uma comissão de gestão que deverá levar o partido à realização de um congresso para a eleição de uma nova direcção. Zissala Pululu acusou o presidente do PDP-ANA de ter colocado o partido na letargia, agudizada com o facto da formação política estar acomodada na CASA-CE.


Makazu nega acusações

Contacto pelo Jornal de Angola, o presidente do PDP-ANA negou as acusações feitas por Zissala Pululu, sublinhando que, neste momento, encontra-se sem autoridade para falar em nome do partido, por ter sido destituído das funções de secretário-geral, desde 2019.
Simão Makazu informou que o cargo de secretário-geral do partido é exercido, interinamente, por Angelino António Vunge, ex-secretário-adjunto. Zissala Pululu afirmou que continua no cargo porque foi injustamente afastado. Devia ser o congresso e não o presidente a afastá-lo, disse.

Em relação à acusação sobre o mau uso das finanças do partido, Makazu disse que Pululu e seguidores não sabem da utilidade que se lhe dá, porque estão fora do partido há muito tempo. "Eu tenho prestado as minhas contas à coligação”, garantiu.
Simão Makazu confirmou a recepção, a partir da CASA-CE, de oito milhões de kwanzas, mas disse que uma parte do valor praticamente retorna à coligação, devido a "algumas acções" nas quais o PDP-ANA deve contribuir. "O que nos resta são, por aí, entre cinco a seis milhões de kwanzas, que são distribuídos aos secretariados provinciais”, esclareceu.

Confirmou, igualmente, a recepção, na Assembleia Nacional, de um subsídio de 300 a 400 mil kwanzas, mas disse que o mesmo não é recebido com regularidade. "Não recebemos este subsídio desde o ano passado”, acentuou.
Negou, também, a acusação de que não visita as províncias. Afirmou que, no momento em que falava para o Jornal de Angola, encontrava-se no Huambo, embora integrando uma delegação da CASA-CE. Disse que, ainda assim, a visita serviu para trabalhar com os militantes do PDP-ANA nas província do Bié, Namibe e Lunbda-Norte, que se deslocaram ao Huambo. Antes do surgimento da pandemia no país, Simão Makazu disse ter visitado as províncias de Cabinda, Uíge, Zaire, Bengo e Benguela.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Política