Os cantores cabo-verdianos Nelson Freitas e Soraia Ramos vão representar a lusofonia no palco do Afro Nation que acontece entre 28 e 30 de Junho em Portimão, num cartaz liderado por Burna Boy, 50 Cent e Booba.
Uma passagem pela identidade de uma das heroínas mais emblemáticas da história de Angola, através da observação de quatro quadros pintados em diferentes contextos, marcaram, na quarta-feira, no Palácio de Ferro, a inauguração da exposição “ Rainha Njinga” do artista plástico Uólofe Griot, que vai decorrer até o dia 28 de Fevereiro.
A peça “Pedro e o Capitão”, encenação de Meirinho Mendes, é uma das obras mais esperadas no XIII Circuito de Teatro em Português, um festival internacional de países lusófonos, aberto sábado, na cidade de São Paulo, no Brasil.
Meirinho Mendes interpreta a personagem Capitão, enquanto Correia Adão, o papel de Pedro. Carregada de confronto ideológico entre dois homens com ideias políticas e pensamentos diferentes, em "Pedro e o Capitão” os quatro actos são um mero intermédio, tréguas entre tortura e tortura, os breves períodos em que o interrogador "bom” recebe o detido, que foi prévia e brutalmente espancado, e, em consequência, é de presumir que tem as suas defesas em baixo. Cada um dos quatro actos fecha com um "não"
Traduzida e encenada por Meirinho Mendes, a obra é do escritor, poeta e ensaista uruguaio, Mário Benedetti, e é considerada um clássico da dramaturgia mundial.
"Pedro e o Capitão” tem a duração de 50 minutos. Pela primeira vez a peça vai incorporar uma terceira personagem (sem texto), interpretada por Pedro Keth, além de cuidar da técnica (contra-regra).
O autor do texto, Mário Benedetti, define a "tortura” como o tema da obra, embora como um feito físico não figure na cena. A trama se desenrola num extenso diálogo entre um torturador e um torturado, em que a tortura não está presente como tal, mas sim a grande sombra que pesa sobre o diálogo.
Além de Angola, há apresentações das companhias Culturproject, de São Tomé e Príncipe, Netos de Bandim da Guiné Cultural (Guiné-Bissau), Companhia de Teatro Girassol (Moçambique) e Associação Teatral Fladu Fla (Cabo Verde), num total de 14 companhias que vão apresentar 13 espectáculos para os públicos adulto e infantil. Estão previstos, também, cinco oficinas e dois seminários.
O Brasil, país anfitrião, é representado por espectáculos da "La Inquieta Compañia”, Grupo Harém Teatro, Grupo Contadores de Mentira, o Grupo Drgao7 de Teatro, Marcia Kambeba e Aurita Tabajara e Pascoal da Conceição.
O Circuito de Teatro em Português foi criado em 2003, com o objectivo de promover o intercâmbio cultural entre os nove países de língua portuguesa.
Em Angola, a peça foi apresentada pela primeira vez, em 2017, para abertura da terceira edição da Trienal de Luanda, no Palácio de Ferro, numa parceria entre o Núcleo Experimental de Teatro (NET) e o grupo Elinga Teatro, sob dramaturgia de Rogério de Carvalho.
Um drama entre torturador e torturado
A peça "Pedro e o Capitão”, do autor uruguayo, é uma larga conversação entre um torturador e um torturado, em que a tortura não está presente como tal, mas sim a grande sombra que pesa sobre o diálogo. O torturador e o torturado não ficam só na prisão ou no quartel, estão misturados com a vida particular de cada um.
De acordo com um texto assinado, em 1979, pelo autor da peça, Mário Benedetti, a duríssima repressão abarcou virtualmente todo o espectro da esquerda uruguaya, e até alcançou outros sectores da oposição, como a igreja ou os partidos tradicionais. "Não quis que o preso representasse um militante de um ou outro sector político”.
"Sempre acreditei que, como tema artístico, a tortura pode caber na literatura ou no cinema, mas no teatro numa agressão demasiada ao espectador e, em consequência perde muito da sua possibilidade removedora. Ao contrário, quando a tortura seja uma presença vergonhosa, mas indirecta, o espectador mantém uma maior objectividade, essencial para julgar qualquer processo de degradação do ser humano”.
A personagem Pedro é simplesmente um preso político de esquerda que não delata ninguém e que de certa forma humilha o seu interrogador, vencendo-lhe enquanto agoniza.
"Eu defino a peça como uma indagação dramática na psicologia de um torturador. Algo assim como a resposta de porque, mediante que processo, um ser normal pode converter-se num torturador”, refere Mário Benedetti.
A obra não é um enfrentamento entre um monstro e um santo, senão de dois homens, dois seres de carne e osso, ambos com zonas de vulnerabilidade e de resistência. A distância entre um e outro é, sobretudo, ideológica, e "quem sabe aí reside a chave para outras diferenças, que abarcam a moral, o animo, a sensibilidade perante a dor humana, o complexo trajecto que vai da coragem à cobardia, a pouca ou muita capacidade de sacrifício, o espaço entre traição e lealdade”.
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