Política

Paz na Região dos Grandes Lagos e Direitos Humanos podem constar na agenda

Armando Sapalo | Dundo

Jornalista

A questão dos conflitos na Região dos Grandes Lagos, promoção, protecção e divulgação dos Direitos Humanos devem ser alguns dos temas que vão também constar da agenda da visita do Presidente João Lourenço aos Estados Unidos de América (EUA), onde se vai reunir com o homólogo Joe Biden, na Casa Branca, em Washington, considerou, ontem, no Dundo, província da Lunda-Norte, o especialista em Relações Internacionais Itamba Bavon.

30/11/2023  Última atualização 08H31
Casa Branca acolhe hoje encontro entre os Presidentes dos Estados Unidos e de Angola © Fotografia por: DR
Em declarações  ao Jornal de Angola a propósito da deslocação do Chefe de Estado angolano aos EUA, o também advogado e docente da Faculdade  de Direito da Universidade Lueji A’Nkonde sublinhou que, na qualidade de Presidente em  exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), João Lourenço tem desempenhado um papel de crucial importância para a paz e segurança nos países naquela circunscrição do continente africano, um assunto que também preocupa a Administração Biden, com realce para o quadro reinante no Leste de República Democrática do Congo (RDC) e no Sudão.

De acordo com o docente universitário, a intervenção de Angola na gestão dos conflitos, manutenção da paz e segurança regional, não só nos países dos Grandes Lagos, como também na África Central, são temas que não vão escapar no encontro entre dos dois estadistas.

"Angola tem sido um país importante no que diz respeito à gestão dos conflitos. Tem trabalhado bastante na manutenção da paz e segurança regional, não apenas nos Grandes Lagos, como também na África Central. Então, no meu ponto de vista, são temas que poderiam ser abordados e que não vão escapar neste encontro entre os dois Presidentes”, disse Itamba  Bavon.

A questão que tem a ver com o M23, na RDC, e outros grupos armados que surgem com a intenção  de criar instabilidade, é outro assunto que, na opinião do especialista em Relações  Internacionais, vai estar à mesa da conversa entre os Presidentes João  Lourenço e Joe Biden.

Itamba Bavon realçou  que o  Governo dos Estados Unidos da América é muito sensível em matérias relacionadas com os Direitos Humanos, liberdades de expressão e de imprensa, onde inclusive apoia financeiramente muitos países, daí acreditar que os referidos temas vão ser analisados, com vista a definição de novas estratégias de actuação, tanto em Angola como noutras paragens.

Questionado sobre o que os países esperam nas relações diplomáticas que remontam há três décadas, o também presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados de Angola (OAA) na Lunda-Norte disse existirem interesses nas duas partes.

Referiu que o facto de os EUA serem um país financeiramente estável, vai ser muito útil para o processo de diversificação da economia angolana que, aliás, é um dos principais desafios que o Presidente João Lourenço assumiu.

Além da agricultura, a ajuda dos Estados Unidos da América pode ser importante no ramo da Inteligência Artificial, domínios das armas, mediante o fornecimento, com vista a renovação de equipamentos militares para o reforço da defesa nacional.

Angola é potencialmente rico em recursos naturais, sendo os EUA um país interessado no Petróleo e Gás, daí haver interesses mútuos em se reforçar a cooperação nos domínios Político, Económico e Militar, para o benefício de ambos os  Estados.

O especialista em Relações Internacionais considera que o encontro entre os Presidentes João Lourenço e Joe Biden é de extrema importância, uma vez que o Chefe de Estado angolano conseguiu introduzir reformas, cujo paradigma mudou a imagem do país que proporcionou um impacto positivo na melhoria das relações diplomáticas.

Por isso, destacou que estão lançadas as pontes para o reforço da cooperação entre Angola e os Estados Unidos da América, sendo que o encontro entre os dois Presidentes vai contribuir significativamente na melhoria das relações em vários domínios.

De acordo com Itamba Bavon, nenhum país vive de portas fechadas e os EUA têm larga experiência no capítulo das Relações Internacionais onde Angola demonstra também ser um país que está no bom caminho da diplomacia.

A deslocação do Presidente João Lourenço aos EUA para o encontro com o homólogo Joe Biden dissipa dúvidas quanto à proactividade da diplomacia angolana, voltada na  projecção do país na arena internacional, considerou o docente universitário.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Política