Três espectáculos do músico Paulo Flores serão realizados, amanhã, na sexta-feira e no sábado, na Casa 70, em Luanda.
A produção revelou ao Jornal de Angola que se trata de uma festa, na qual se propõe manter a tradição e o conceito, com um artista cuja dimensão realça por si só.
Segundo ainda a produção, a escolha de Paulo Flores recai sobre o facto de ser um artista em cujos ideais da Casa 70 se revêem, pela qualidade, postura e musicalidade. "Ele dispensa apresentação, é único, por isso é o músico ideal para que em tantos anos de história e glória continuássemos com ele”, disse um membro da produção”, notou a fonte da produção que preferiu anonimato.
Esse diário soube, de fonte próxima ao artista, que o mesmo actua com o suporte da sua banda, apelidada de "Tropa Sem Farda”, nos quais tem se despontado um dos seus filhos, Kyari (percussão), além de Pirikas Duia (violão), Manecas Costa (baixo, ritmo e solo), Mayo (viola baixo) entre outros.
Numa mensagem partilhada nas redes sociais, o músico Paulo Flores prometeu um concerto com a qualidade que sempre habituou ao público. "Serão três espectáculos do nível dos 25 anos da Casa 70”, disse, tendo acrescentado que esta Casa faz parte da sua história.
"Agradeço a Casa 70, por ter sido novamente eleito para comemorar mais um aniversário. Nesses 25 anos de muita alegria, quase sempre estive presente, excepto por dois anos. Foram anos de muito crescimento artístico e pessoal nesse palco, que considero meu, minha casa, minha escola, minha família, e minha vida”, escreveu o artista.
Os bilhetes já se encontram à venda, no valor de 50, 100 e 130 mil kwanzas e serão realizados no formato gala, antecedidos de jantar.
Vencedor do Prémio Nacional de Cultura e Artes, 2008, e Top dos Mais Queridos, edição 2011, Paulo Flores é considerado um artista versátil e foi um dos impulsionadores do kizomba na década de 90, juntamente com Eduardo Paim e Ruca Van-Dúnem. Paulo Flores nasceu em Luanda em 1972, e passou a infância em Lisboa. Paulo Flores é um dos maiores nomes da música popular angolana, considerado por muitos como o "embaixador” do semba no mundo. Respeitado por várias gerações de músicos angolanos, graças aos trabalhos apresentados ao longo de mais de 30 anos de carreira, o músico lançou o primeiro CD, "Kapuete Kamundanda”, em 1988, gravado aos 16 anos, na Rádio Luanda, com Eduardo Paim.
É um artista que canta o amor, a felicidade, o quotidiano, com uma forte carga de intervenção social, que o torna num dos principais cronistas musicais da maneira de ser do angolano.
Autor, compositor e intérprete, com 16 álbuns no mercado, Paulo Flores é uma das referências da música angolana, cujas canções abordam diversos temas da vida quotidiana dos angolanos. Inspirado pela tradição urbana de Luanda, o cantor usa a música para contar histórias do quotidiano angolano.
É autor de discos como "Kapuete Kamundanda”, 1988, "Sassassa”, 1990, "Coração Farrapo” e "Cherry” 1991, "Brincadeira tem hora”, 1993, "Inocente”, 1995, "Perto do Fim”, 1998, "Recompasso”, 2001, "Xé Povo”, 2005, e "Ex-Combatentes”, 2010.
Tem as obras colaborativas "A Benção e Maldição” e "No tempo das Bessanganas”, respectivamente com Prodígio e Yuri da Cunha, assim como participações em várias compilações e colaborações em projectos de artistas nacionais e internacionais.
Com vários prémios nacionais e os estrangeiros, na sua discografia estão as músicas "Sassassa”, "Coração Farrapo”, "Cherry”, "Thunda Mu Njila”, "Brincadeira Tem Hora”, "Inocente”, "Perto do Fim”, "Recompasso”, "The Best”, "Xé Povo”, "Quintal do Semba” , "Ao Vivo”, "Ex-Combatentes (Viagens, Sembas e Ilhas)”, "O País Que Viu Nascer Meu Pai”, "Bolo de Aniversario”, "Kandongueiro Voador” e "In dependência”, lançado a 11 de Novembro de 2020.
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