Cultura

Paulo Benvindo expõe “A porta da Alma”

Armindo Canda

Jornalista

A exposição do artista plástico Paulo Benvindo (Bn Vi) intitulada “A porta da Alma” está patente na Galeria Tamar Golan, em Luanda, desde sexta-feira, e reflecte a realidade da sociedade angolana.

11/09/2023  Última atualização 08H20
Momentos alegres e tristes entre os motivos retratados nas obras (pintura sobre tela) patentes até ao dia 29 na galeria Tamar Golan, na Ilha de Luanda © Fotografia por: Francisco Lopes|Edições Novembro
De acordo com o pintor, a temática da exposição está relacionada com o quotidiano da sociedade. Embora a alma seja " algo imaterial, intocável, os meus olhos são as janelas e o coração, a porta da alma, por isso, todas as obras nos levam a criar aquilo que o artista imagina e traz para observação do público espectador”.

O artista definiu, ainda, que "A porta da Alma” foi uma criação do que o coração exprimia, sublinhando que a escolhas das cores dependeu muito do seu estado mental.

"As cores são como se fossem um medicamento para alma, e na minha visão os tons das cores servem como uma terapia”.

No decorrer da cerimónia de inauguração, o pintor António Tomás Ana "Etona" ressaltou que a exposição apresenta a criatividade do artista, traduzida durante os dez anos de estrada. "A arte não funciona sem ter um cadastramento científico, é necessário que se estude, para uma melhor criação e conhecimento daquilo que vamos desenhar e pintar nas telas”.  

Por sua vez, o pintor Mawete Lázaro Patrício afirmou que "A porta da Alma” reúne obras harmoniosas tratadas de forma poetizada, e que são representadas em telas, "que reflectem as luzes numa profundeza, numa abordagem multicolor de sentimentos que conduzem até à alma”.

O artista disse que é um impressionista, cujos traços navegam num universo conectado e assente numa abordagem filosófica e temática que se reflecte na sociedade. "As obras retratam o quotidiano luandense, mostram cenários de pescadores na Baía de Luanda, mercados em tempo de calamidade de saúde pública, e ambientes de restaurantes e bares abandonados", realçou Mawete Patrício.

Para além desses elementos, as obras apresentadas têm como motivos cenários artísticos sobre música, dança, entre outros elementos da identidade cultural angolana.

As obras da exposição individual "A porta da Alma”, que se estende até ao dia 29, levantam questões relacionadas com ciência e tecnologia referentes às diversas situações sociopolíticas. Reportam, também,  o estado de calamidade vivido na época da Covid-19, período marcante para todo o mundo, devido o elevado número de mortes, particularmente, no campo das artes em que muitos artistas perderam a vida, tanto no país como no estrangeiro.

Perfil do pintor "Bn Vi”

Paulo Benvindo é conhecido pelo pseudónimo "Bn Vi”, embora tenha formação académica concluída em Pintura, considera-se autodidacta. Começou a desenvolver o traço criativo aos 14 anos em casa.

Aos 18 anos, passou a frequentar ateliers de mestres, com intuito de adquirir mais experiência e seguir a pegadas criativas de Ibanda, Batomene, Etona e Mawete Lázaro Patrício.

Paulo Benvindo é membro da União Nacional dos Artistas Plásticos de Angola (UNAP), Por conta de uma cultura de solidariedade, e preocupado com os amantes das artes e praticantes sem escola, passou a congregar e a tutelar jovens que desejam aprimorar o potencial nesse domínio. Em 2013, apresentou uma exposição individual na Fundação Arte e Cultura, e tem participado em várias exposições colectivas, na capital do país.

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