Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
A escritora Paula Russa lançou, quarta-feira, no Restaurante “Solar dos Leões”, em Benguela, o seu mais recente livro intitulado “Contos e narrativas populares”, composto por 103 páginas.
Paula Russa explicou tratar-se de um conjunto de três contos, escritos na base da tradução oral dos povos do continente, facto para que a sua composição teve que navegar de forma investigativa e interactiva, em busca de entendimento dos fenómenos culturais.
Segundo a escritora, para maior amplitude dos objectivos da obra procurou trilhar as profundezas da ciência africana, que lhe levou a perceber sobre a forte ligação histórica e material, que os africanos possuem como os mitos, feiticismo, questões da oralidade e de ocultismo.
Paula Russa referiu que foi na base de mitologias reais e o uso de personagens que conseguiu fazer seis contos, mas devido a questões financeiras que se vive, de forma conjuntural, o livro que comportaria mais de 200 páginas, apenas foi possível fazer sair com três contos, em 103 páginas. O produto final, esclareceu, resultou numa tiragem de mil exemplares, tendo já chegado a Benguela, os primeiros 500 exemplares, sob a chancela da editora Slalom, adiantando que o segundo livro vai trazer os três contos e chega ao público eleitor, tão logo as condições financeiras estejam criadas.
O historiador e professor Universitário, Armindo Jaime Gomes "Arjago”, que apresentou o livro, considerou a autora uma figura proeminente no mundo da literatura, pelo facto de o conteúdo ser sensível e com profundidade dos aspectos relevantes, que ela retrata no livro, sobretudo no que toca ao misticismo e percursos.
Em
termos literários, Paula Russa é figura que se notabilizou na verticalidade da
literatura moderna, um percurso que do ponto de vista da feitura do livro,
engrandece sobremaneira a nação angolana, que deve servir de modelo para os
amantes da escrita.
Perfil da autora
Paula Russa, pseudónimo literário de Ana Paula de Jesus Gomes, natural de Caconda, província da Huíla, residente em Benguela, desde 1965, é licenciada pelo Instituto Superior de Ciências da Educação da Universidade Agostinho Neto.
Exerce a actividade de docente há 43 anos, dos quais 18 anos no ensino superior e é membro da União dos Escritores Angolanos (UEA).
Especializou-se em História, tendo trabalhado no Museu Nacional de Arqueologia, em Benguela, e é técnica sénior de pesquisa arqueológica, desde 1989.
É ainda membro participante do projecto "Mbanza Kongo, cidade a desenterrar para preservar”, tendo trabalhado arduamente no processo de inscrição da cidade a património mundial pela Unesco.
Mestre em Ciências Empresariais pela Universidade Fernando Pessoa, no Porto, em Portugal, é pós-graduada em Gestão Empresarial, com foco em pessoas, em São Paulo, no Brasil.
Tem publicadas as obras "Despertar no amanhã” (1997); "Presença” (2003); "O primeiro natal de Joaninha” (2005); "Narrativas populares - mitos e tradições” (2007); "Amigos para sempre” (2011); "Jonito, vovô Jujú e o arco-íris” (2012) (em hebraico); "Poemas de amor” (2012); "Na pele de Zito Maimbá” (2014): "O reino Atlanthomen” (2015) e tem participação no "Poesia mulher” (1996).
Deste conjunto, enumeram-se também, os títulos "40 anos, 40 contos, 40 autores”, onde a escritora teve também a notável participação, em alusão aos 40 anos da Independência Nacional (2015) e "Cem poemas para Agostinho Neto”, em 2022.
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